quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tu sabes...



Só...tu sabes o quanto do quântico galático, esforço elástico do sábio simpático caído ao chão. 
Do maracatu mais improvisado. 
Do tempo ao templário do gosto etário otário Simbá que salvou a nação.
Quem viu vendo, viveu vivendo, plantando e colhendo o fruto frutífero do chão.
 Olhando, cheirando e lambendo sabão, engá e minha mão.
Matemática, simpática tática estática na mente do irmão. 
Glossário de palavras claras e raras com águas nas jarras. 
Limão da mangueira, feijão da ribanceira, canção de roncar pra lá e pra cá.
 Sem ter pra poder dar. 
Como um cio ciumento de alguém que, se tremendo, não soube falar o refrão.
Refrão:
Ferrão do zangão, irmão de Sansão, morando em Cubatão, descobriu ser inserido na serra da cigarra que levou uma furada do cumpadre escorpião.
Tu sabes...


Não. Eu não estou louca! Isso aí em cima foi um "poema" que um ex-namorado escreveu pra mim há anos, em mil novecentos e virgindade. Ele escrevia muito bem, poemas inclusive, e eu no auge de minha carência pedi que fizesse um pra mim. Como também era um ótimo gozador, mandou manuscrito pela cunhada em um papel de carta que pós-mortem relação eu rasguei aborrecida (coisas de adolescente). E adiantou? Ele ficou tatuado na minha memória. Pois é, lembrei dele esses dias porque ando meio aborrecida, sabe...
- Sim, Claudiana, mas o que o "poema" tem a ver com o teu aborrecimento?
Cansaço!
Cansei de indiretas floridas e cheias de neologismos, aspas, ambiguidades, "prolixismos" e teorias freudianas direcionadas a mim e aos meus. Prefiro o escracho de textos despretensiosos como este que, aparentemente nada dizem, e dão seu recado. Não é de hoje que sabemos que atos dizem mais que palavras, não é? É tão velho quanto o texto do moço.
Há na escrita a máxima que diz que é necessário considerar princípios de relevância entre o que deve ser dito e o que deve ser economizado em palavras pra que não tenhamos um texto enfadonho. Talvez seja por isso que curto crônicas. Elas vêm, dizem o que têm pra dizer e em poucas linhas se vão.
Simples assim.
Tu sabes...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ó Pátria Amada o que andas fazendo com teus filhos?!


Hoje, ao chegar em casa, vi uma garotinha "diferente" na casa do meu irmão. Normalmente encontro por lá minha sapeca Stefany, como não era perguntei ao mano de quem se tratava. Pra minha surpresa ele responde: - É minha aluna, a mãe esqueceu de ir buscá-la na escola até agora. (passava das 19h e a menina é aluna da manhã).
Meu Deus! Exclamei. O espanto era inevitável. Ao mesmo tempo em que fiquei surpresa e indignada, achei a atitude do meu irmão louvável. Ele continuou.
- Lá é muito perigoso e não tinha mais ninguém na escola, eu não ia deixá-la lá e não sabia onde ela morava.
Meu irmão e minha cunhada são pedagogos e trabalham em escola pública. Vez em quando ouço seus relatos escolares e profissionais e me vem um sentimento de indignação.
Muito se fala por aí e sabemos que é verdade, que professor é mal remunerado, que trabalha em condições precárias, que há escolas sucateadas etc, etc, etc...Isso em parte é verdade, afinal, vivemos nessa pátria amada cheia de corrupção e desigualdades sociais. Mas também ouço meus irmão e cunhada contarem que tem professor, como um aí da escola deles, que ganha uma média de três a quatro mil reais por mês e há quase dois não aparece na escola pra dar aula, acobertado por uma diretora conivente que com ele divide seus erários e não encaminha para a Secretaria de Educação as suas faltas. Segue-se a lei do clientelismo que muitos pensam existir apenas na disciplina História do Brasil, quando na verdade ocorre ainda por esses tempos. Lamentável.
Esses professores são os mesmos que levantam a bandeira sobre seus salários, que enchem as redes sociais de mensagens sobre educação assinada por Paulo Freire mas que estão nem aí pra o que se tem como educação. São os mesmos que falam mal da corrupção que assola o país, mas que são igualmente corruptos em seus atos. Que dizem amar a educação mas não veem a hora de sair da sala de aula e ir trabalhar na área técnica. Que se enchem de títulos com a única intensão de aumentar seus salários.
E os filhos da Pátria Amada que se danem! Que sejam marginais! Que não saibam votar! Que não gostem de estudar! Que abortem seus filhos ou que tenham milhares sem planejamento e jamais terminem o ciclo vicioso (e vantajoso) da pobreza. Que esqueçam seus filhos na escola...onde é que deixei minha filha mesmo? Não lembro. Educação não é meu referencial e nem minha prioridade na criação dos meus filhos. Basta uma caixa de Chicletes no sinal e tudo se resolve. Enquanto isso deixa ele ir pra escola que lá tem merenda, é menos uma boca pra alimentar...
São tantas histórias que conheço sobre o outro lado da moeda que chego a pensar que este país está cada vez mais afundado na lama.
Um país que não prioriza a educação, não tem respeito por sua gente e nem amor a seus filhos.
Acorda Brasil!!!!!!!!!
Pois se até as "mentes pensantes" agem dessa forma, o que esperar do seu futuro?
Amanhã, uma filha será devolvida e eu ficarei cá com minhas dúvidas se ela fez falta.



domingo, 17 de junho de 2012

Ahhh, literatura...

"ENQUANTO uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida..."
(QUINCAS BORBA) Machado de Assis

sábado, 2 de junho de 2012

Amizade


  • há 3 horas
    Mauro Margalho
    • Pra você minha árvore gêmea e amiga linda.

      Um dia, numa bela manhã de sol... Um sábio é procurado por seu aprendiz interessado, que lhe pergunta:

      - Mestre, qual o significado da amizade?

      O mestre lhe aponta três árvores visíveis de onde se encontravam e, responde:

      - Observe estas três árvores. São diferentes: numa há flores bonitas e perfumadas; noutra, notamos frutos que chegam a dobrar seus galhos; e na última há somente folhas misturadas num variegar de cores.

      Subiram então em um penhasco de onde podiam ter uma visão panorâmica e, o mestre perguntou ao seu aprendiz:

      - O que vê você aqui de cima?

      - Vejo apenas que essas árvores cresceram próximas e independentes, porém suas copas se fundem, produzindo uma única sombra, respondeu o aprendiz.

      O mestre concluiu, então:

      - Esse é o verdadeiro significado da amizade: diferenças que crescem juntas, mas que quanto maiores mais próximas ficam, produzindo na força da união uma única “sombra”, um único abrigo, um pomar de refazimento de forças e um refrigério para os olhos, para a alma e para o coração.

      Os amigos são como árvores diferentes, mas que crescem próximas; quanto mais crescem, mais se unem, refletindo uma única força, uma nova descoberta a cada encontro; é como a sombra que se dilata quando as copas das árvores se aproximam.