segunda-feira, 28 de junho de 2010

O cretino nosso de cada dia.



Olá minhas irmãs de estradas aórticas! A quantas anda suas vidas afetivas?
As histórias que tenho escutado ultimamente não são das melhores. E de quem é a culpa? Na maioria dos casos é dos cretinos nossos de cada dia. Os príncipes que ultimamente em pouco tempo têm virado sapos.
Por mais que a gente fuja eles nos alcançam. No princípio são gentis, educados, engraçados e logo em seguida são grossos, arrogantes, prepotentes e... só pra não perder o costume...safados. Daí das duas uma: ou ficamos com aquela careta básica de otárias ou nos desiludimos e fazemos juras, pela fé das mucuras, de que não caíremos mais em roubadas. Engano.
O fato é que o feito é certo e você mais cedo ou mais tarde terá também a sua história pra contar. Eu já perdi as contas por mim e por minhas amigas. Não é fácil, mas é impressionante, como a história de uma figura que tem meu sangue. Passa as piores roubadas do mundo porque não sabe viver só, acreditou em Vinicius dizendo que "é impossível ser feliz sozinho e que o resto é mar".
Outra. Certa coleguinha de priscas eras era enlouquecida pra ter um namorado. Dizia ela: "poxa, eu queria ter alguém pra andar de mãos dadas no shopping e ir à praça aos domingos". Plim! Apareceu o gênio da lâmpada maravilhosa e lhe concedeu o desejo, afinal era isso o que ela queria...mas eis que a gente tem que saber pedir e o namoradinho do passeio está passando uma chuva, não dá assistência e tá curtindo uma oportunidade nova.
Ok, vamos a penúltima (como diria um amigo "a última está sempre por vir"): Mariazinha namora Joãozinho desde os tempos de escola. Joãozinho era casado e separou-se por um lindo amor. Mas Joãozinho era ainda muito preso à família (a 1ª) e de casa não se mandou. Dizia Mariazinha: "Joãozinho, por que não segues teu rumo? Aluga uma casinha de sapê pra gente se ver?" Mas Joãozinho Acomodadinho da Silva dizia não ter coragem de enfrentar a família pra ficar com a ex-amante, atual amor. E lá se foram longos cinco anos até Mariazinha cansar e dizer: "Chega!" Joãozinho se desespera e diz: "Agora tenho coragem de enfrentar tudo e todos por você!". - "Como assim???? Você, Joãozinho, descobriu que precisava de cinco anos pra ter coragem de assumir o que tínhamos??? Vá plantar feijões!" Vociferou Mariazinha.
Vale ressaltar que, entremeando essas histórias está ele sempre por lá, o sofrimento, acompanhado de sua fiel escudeira angústia. Esse casal que ao longo dos anos têm ultrapassado as barreiras do amor e deixado suas marcas.
Enquanto isso, na sala de justiça, há um guerreiro que chifra a esposa a torto e a direito porque jamais vai abandonar seu casamento. "Não seria prudente", diz o infame. "Afinal de contas, casamento é coisa séria". Cara de Pau!!
E por aí vão deixando suas marcas e aumentando nossa mazelas.
Feminismos à parte, sou da lei do "se alguém tem que sofrer, que sejam eles, os moicanos, não nós". E tenho seguido minha vida sem permitir que eles aumentem em minha alma as marcas que já tenho. Afinal, costumo encerrar meus ciclos. Namoros começam e terminam em seus tempos e a vida tem seguido em frente até que me apareça o próximo cretino. Sim, porque sumir eles não vão e nem eu vou mudar de lado por conta de minhas decepções cardíacas.
Afinal, no final a gente sempre pode superar. Sempre pode encerrar aquela história e ter um novo começo, já que não temos poder para viver o efeito borboleta. E devemos ainda acreditar no pulsar das nossas veias, pois nela corre sangue e não suco de groselha em pó.

Beijinhos letrados,

Clau

terça-feira, 22 de junho de 2010

A lista da bota.



Já faz algum tempo que assiti ao filme Antes de Partir. Confesso, não é um filme que me chamou muito a atenção. Mas houve um detalhe de que gostei bastante.
Muito rapidamente, pra quem ainda não assistiu, trata-se de um encontro entre dois personagens à beira da morte no leito de um hospital. Um millionário arrogante e prepotente e outro pobre, humilde e extremamente sensato. Entre rabujices e desaprovações tornam-se amigos e, um deles guarda consigo a lista da bota. Nesta lista constam as 10 coisas que aquele deve(ria) fazer antes de morrer. E resolvem juntos fazê-lo.
Sempre digo aos meus amigos, entre tantas e tantas insanidades, que minha trajetória por esta terra não será das mais longas e que, portanto, devem cada uma delas escolher logo com o que vão ficar pra que eu possa fazer um testamento, do contrário elas brigarão em vão.
Bom, maluquices e brincadeiras à parte, qualquer dia desses sai aqui o "testamento", mas por enquanto vamos à LISTA DA BOTA. Ah, antes de começar, a tal da bota faz refrência ao termo "bater as botas", pra quem, por descuido, não percebeu.
Ok. A relação a seguir traz alguns de meus desejos mais secretos. Não vão sair por aí espalhando a torto e a direito. Hehehe.
Pois bem, aqui vamos nós.

1 - Entrar em uma sala de aula pelo menos uma vez na vida, mas claro, com o título de mestre;
2 - Comprar uma casa em Mosqueiro pra minha mãe. Ela sempre desejou isso;
3 - Conhecer Porto de Galinhas;
4 - Voar de asa delta no meu belo Rio de Janeiro, pra perder o pavor de altura;
5 - Me livrar da alergia que tá deixando meu pé uma desgraça;
6 - Ver a Monise formada;
7 - Mudar de cidade;
8 - Escrever um livro de crônicas, nem que seja só pra mim;
9 - Jogar a toalha;
10 - Não enterrar meus pais, irmãos e sobrinhas. Melhor que eu vá antes.

É claro que não há uma ordem de prioridade nessas coisas, mas para mim seria importante que acontecessem. Não sou mulher de sonhos exorbitantes, mas sonhos possíveis. Não sou afeita a encontros com almas gêmeas, homens da vida ou coisas do gênero. Construção familiar exige casamento com bons alicerces, o que para mim tornou-se instituição falida. E tem ainda aquele famoso e famigerado sonho de ser feliz. Eu já sou, há muito tempo, memso em meio a tantos contratempos.
Bom, no filme eles conseguem fazer exatamente tudo o que estava na lista. Eu talvez consiga cumprir a minha. Mas, como diria a sábia Mária de Nazaré, Deus é quem sabe.
E você, que tal fazer a sua?

Beijinhos letrados

Clau

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cartas entre amigos


Em meio à chegada do sono, terminei ontem a leitura do segundo Cartas entre Amigos, dos maravilhosos Gabriel Chalita e Pe. Fábio de Melo, com o subtítulo: Sobre Ganhar e Perder. Triste pelo fim e ansiosa pelo próximo volume.
É leitura que não se almeja terminar, que se deseja que o livro tenha o tamanho de uma Enciclopédia Barsa.
Discorrem os amigos sobre assuntos cotidianos que vão das mazelas humanas (incluindo aquelas que nos diminuem moralmente) à religiosidade. Além de temas subjetivos e sempre recordados, como o amor. Bailam com mestria entre palavras de sabedoria e com a propriedade dos bons escritores.
Não se trata de um livro de auto-ajuda como muitos podem achar. É na verdade um tratado sobre os mais variados temas. Coisas que os intrigaram em algum momento de suas vidas, ou que ainda os intrigam; presenciados ou apenas que deles tiveram conhecimento. E sobre esses temas aparecem as perdas e os ganhos.
Entremeiam nossa leitura com excertos de poemas, músicas, estórias e fatos verídicos. Indagam-se. Respondem-se. Suas dúvidas são nossas. Suas respostas preenchem vazios, explicam aquilo de que gostaríamos de obter palavras esclarecedoras.
É de "lamber os dedos" e, melhor que isso, utilizam a prosa como forma de escrita, pois trata-se de cartas trocadas ao longo de meses. Somam 18 cuidadosa e primorosamente escritas.
É como se fôssemos expectadores de uma conversa ocorrida no banco da praça de uma cidadezinha do interior, onde dois velhos sábios trocam a sesta vespertina por uma xícara de café com brôa de milho à sombra de uma mangueira, divagando sobre os "causos" daquela cidade, que no livro se transforma em um mundo inteiro e na minha vida, e na sua vida. Fatos marcados pelo lirismo de quem transformou suas andanças, presenciamentos e estudos em poesia concreta.
Está ai, leiam. Reflitam. Deleitem-se.
É necessário conhecer a obra, ou melhor, conhecer suas obras, ouvir suas palavras. Gabriel Chalita e Pe. Fábio têm a leveza de poucos. Até suas críticas são como abraços. talvez seja por professarem a fé que professam e por terem a figura de Jesus em seus átrios. Por serem portadores de sabedoria, de sensibilidade, de humanidade, tamanha que os fazem exercer a autoridade afetiva que tanto discorrem, sobre mim. Mesmo sem me conhecer, vistam meus quintais diariamente e, vez em quando me carregam no colo.
Despeço-me com um trecho de um poema lá descrito, pra ficar o desejo de visita.

"Meus olhos teimam em beber distâncias.
Na busca antiga de varar caminhos.
Onde as porteiras não limitam os sonhos.
Nem são cativos os que são sozinhos.
Meus olhos teimam em beber estrelas.
No breu celeste onde a lua navega".

Beijinhos letrados

Clau

domingo, 13 de junho de 2010

Viva São João!!

Mês de junho, que maravilha!


Creio ser este o meu mês preferido. As noites são mais estreladas. Os dias de um céu azul vibrante. Tem barraquinhas de comidas típicas, quadrilhas, cheirinho de patchouli no ar, as vestimentas multicolores dos grupos folclóricos. Nossa! Que maravilha!


Em 2008, neste mês, estava eu em São Luiz. O São João de lá é muito legal! Muito bonito!


Os festejos da época são de um colorido vibrante, e os bois são uma atração a parte, por sinal, uma variedade interessante: tem boi de matraca, de orquestra e de Zabumba. Cada um marcado por um ritmo e movimento diferente. É lindo de se ver. Até hoje trago na memória uma musiquinha que ouvi por lá: "Nos terreiros de São João eu viajei, procurando a rainha do além-mar que vem brilhar neste lugar. Onde andará a estrela..."


Pra completar, visitei Barreirinhas. Cidade interiorana que nos acolhe para a visita dos tão famosos Lençóis Maranhenses. É margeada por um rio de águas escuras e límpidas e sua orla é uma delícia. Local aconchegante para namorar. E eu aproveitei a oportunidade...


Mas voltemos a Belém com suas praças, seus concursos de quadrilhas juninas.


Ah, como eu queria ter saído um dia em quadrilha!


"Eu fiz uma fogueirinha...esperando o meu amor...tomou conta do terreiro...o forró se esquentou.."



Adorava assistir aos ensaios, apresentações. Principalmente das Misses. Pareciam possuir uma costela a menos de tão rebolantes que eram. Mas mamãe nunca deixou. Dizia minha véia que era batata nove meses depois, em fevereiro, dançarem todas na Maternidade do Povo. Coisas de mãe... que tinham fundo de verdade.


Mas eu não perdia a pose. Minhas irmã e tia fazem aniversário neste mês, e eu me enfeitava toda e dançava feito aquelas. Num show que era assistido (graças a Deus!) apenas pelos familiares. Mas eu me sentia a miss caipira requebrando ao som do Agepê e Clara Nunes: respectivamente "Mama" e "Morena de Angola" (abafa o caso!).


Cresci, continuo curtindo quadrilhas, as misses... mas agora o que me extasia é o Arrastão do Pavulagem. Noooossa, todos que por aqui residem tem a obrigação de ir à Praça da República um domingo que seja para curitr o Arraial. Eita sonzinho maravilhoso de se curtir!!! "No batalhão que é do sol, no batalhão que é da luaa...o povo na rua..."



É só reunir a turma, colocar o seu chapéu de palha enfeitado com fitas de cetim coloridas, um shortinho, uma camiseta e correr pra lá. De quebra, tomar um chopp geladinho (porque o sol não dá trégua) e saborear um churrasquinho de gato vendido alí mesmo, no meio da praça!



O Arrastão iniciou hoje, com o levantamento do mastro de Santo Antônio, mas eu não pude comparecer. Mas no próximo domingo lá estarei, quem quiser pode vir comigo, curtir uma das coisas que esta terra abençoada tem de melhor!




"Lá vem, meu Boi, lá vem, pelas ruas de Belém..."


Beijinhos letrados
Clau

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Excertos de Cartas entre amigos (Pe. Fábio e Gabriel Chalita)

"Esperar é reconhecer-se incompleto. É na consciência de nossa incompletude que a espera ganha mais significado".

"A globalização da economia e das informações não significou a universalização da fraternidade. Estamos engatinhando ainda em matéria de respeito".

"Calar é contemplar o que precisa ser mudado para depois lutar, combatendo o bom combate, e depois cantar uma canção nova e aí, então, amar. E calar novamente. Sim, amigo, é no silêncio dos nossos porões que habitam muitas razões".

"Envelhecemos prematuramente pela ausência de um tema. Um tema que nos conduza a viver. E aí sim vem a derrota. As outras são contingências. fazem parte da margem, apenas".

"Só o amor nos autoriza uma aproximação dos calvário do mundo. Ele é o elemento que impede a banalização, pois resguarda, envolve e proteje o sagrado que por trás da dor se esconde".

"A maldade é uma arma que permanece apontada. Há sempre uma pessoa que se dispõe a apertar o gatilho. Vez em quando somos terrivelmente atingidos por ela. É nessa hora que precisamos sobreviver. Tudo dependerá do quanto já estamos, ou não, imunes a seu poder agressor".

"As pessoas erram muito porque refletem pouco. Sofrem muito porque não administram de um jeito certo as causas que as fazem sofrer. Escolhem errado, vivem errado, amam errado. Tudo porque faltou reflexão'.

"A vida ganha novo sentido cada vez que uma boa palavra vem iluminar as varandas da nossa mente".

"Restava-me compreender que razões tantas não traríam razão alguma para uma dor que não tinha o poder de antecipar o tempo da compreensão e da aceitação. Restaria a saudade".

"Vez em quando eu me deparo com colheitas infelizes. Pessoas que descobriram que a pressa não valeu a pena. Correram atrás do mundo que estava distante, mas se esqueceram de vive ro mundo que estava a seus pés".

"Se escolhemos amar, é bem provável que nosso futuro será recheado de saudades boas. Mas se escolhemos negligenciar o amor que podemos oferecer ao outro, é certo que nos restará nas mãos um cesto de arrependimentos e remorsos".

"Tornamo-nos pessoas melhores quando somos capazes de tecer relações verdadeiras. Sem ganhadores nem perdedores. Ceder não é entregar ao outro o troféu da vitória. Longe disso. É perceber que o outro também tem razão. Que o outro existe. Que o outro merece respeito".

"O amor não se preocupa com detalhes para reparar o imperfeito; ao contrário, utiliza os detalhes para fazer perfeito aquilo que deve ser reparado com cuidado. E, com sinceridade, tudo fica mais fácil'.

"É verdade. Um ser humano só pode ser verdadeiramente grande se for capaz de tocar o coração das pessoas".

"Os pais não podem educar os filhos como se os filhos fossem os únicos no mundo. É na divisão da refeição que se ensina a deixar ao outro uma parte daquilo que me daria prazer...É nos detalhes que se forja um caráter".

"Um ser humano só pode alcançara inteireza do que é à medida que se possui. Nascemos indivíduos. Só podemos nos tornar pessoas à medida que nos exercitamos na edificação dos dois pilares: posse de si e disposição ao outro".

O Fura Dedo!


Dia desses, eu, minhas amigas Pólis e Rosi (sabe-se lá Deus como iniciou a conversa...), entrávamos em nossas reminiscências. E eis que surge de nossos quintais a figura folclórica do FURA DEDO.
Para quem viveu a feliz infância dos anos 80 recorda dessa pssoa: roupas brancas, maletinha preta na mão (aqueeela dos médicos antigos) e dentro o maior terror da garotada: infinidades de frasquinhos, lâminas e agulhas de ponta triangular. Era o agente de saúde da antiga SUCAM, que ía de casa em casa extraindo o sangue de "pessoas inocentes". Com aquela "terrível" agulha fazia um furo em nossas falanges e espremia nosso sangue para, posteriormente, colocá-lo em suas vertiginosas lâminas.
Salvo algum engano, era para verificar incidências e possibilidades de contrair elefantíase. Não recordo se, à época, havia algum surto. O que havia mesmo era susto, susto, não, pavor!
Pois quando aquela figura fantasmagórica aparecia na janela (naquele tempo, sem grades), nós, crianças, corríamos feito loucos a nos esconder, temendo a "tão dolorida furada". O maior de todos os detalhes é: ele só passava de noite. Até hoje me pergunto o porquê.
Quantas e quantas vezes minha mãe e meus tios não tiveram que retirar o colchão da cama, porque lá estava eu agarrada feito um macaquinho no estrado dela. Era uma verdadeira Odisseia: puxa a menina daqui, cutuca com a vassoura dali, promessas de porrada de lá, gritos, choros.
Ahhhhhhhhhhhhhh! "Manhêêêê, não quero furar meu deeedooo". Tudo em vão. Claro, eu era resgatada e entregue às mãos daquele "carrasco", que passava um algodão com álcool no meu pobre dedinho e...tchan!
Com certeza, a dor não era tão terrível assim. Era manha de criança.
O mais legal era correr pra casa do vizinho para avisar quem seriam os próximos. E a cena se repetia na casa ao lado.
Naquele tempo, o número de crianças era bem maior. Tínhamos nosso mundinho particular, nossas brincadeiras, risos e mais risos noites afora:
- "Boca de forno!"
- "Forno!"
- "Tirando um bolo!"
- "Jacarandá!"
- "Dá!"
- "Aonde eu mandar!"
- "Vô!"
- "Se não for!"
- "Apanha um bolo!"
- "Raimundinho e Raimundinha!"
Mas do "maldito" fura dedo. Ah, nínguém esquece!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cotidiana Ladainha


Todo dia ela faz tudo sempre igual
No lugar do beijo me recebe com um cheiro na bochecha.
Me sorri um sorriso pontual, e dá um "bom dia!", afinal.

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz pra eu não demorar a almoçar
E me manda tomar meu café.

Todo dia eu só penso que não vou aguentar
Meio dia eu só penso na irritação
Depois penso na vida que vou levar
Se continuar a abraçar esta confusão.

Seis da tarde como era de se esperar
Voltam todos pra casa pra brigar
Ela diz que está sem paz, em um infernão
Ela fala e fala e fala sem parar
E a ladainha volta a ser razão.

Todo dia ela faz tudo sempre igual
E sempre sou eu a escutar
Não casei, não tive filhos e coisa e tal
Mas talvez fosse melhor ter tido, afinal.

Pois os problemas não são meus
Mas a família...que tal?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Trajetória - Arlindo Cruz/ Serginho Meriti/ Franco

Não perca tempo assim contando história
Pra que forçar tanto a memória
Pra dizer
Que a triste hora do fim se faz notória
E continuar a trajetória
É retroceder
Não há no mundo lei que possa condenar
Alguém que a um outro alguém deixou de amar
Eu já me preparei, parei para pensar
E vi que é bem melhor não perguntar
Porque é que tem que ser assim
Ninguém jamais pôde mudar
Recebe menos quem mais tem pra dar
E agora queira dar licença, que eu já vou
Deixa assim, por favor
Não ligue se acaso o meu pranto rolar, tudo bem
Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade
Mas não me queira só por pena
Nem me crie mais problemas
Nem perca tempo assim contando história...

TEMPO (Armando Cajueiro)

Preciso de tempo
Apenas de 85 anos é o que preciso
Não que não tenha força de persuasão
Mas tão somente para reforçar as teorias em práticas
E poder vivenciá-las
Preciso desse tempo para ver meu filho avô
E conversar com este velho a respeito de opiniões em que convergimos
E onde os dois estavam errados
É inútil o conselho
Senão no mesmo tempo de entendimento sobre o tempo
É pretensão achar que nos escutam, ou ainda que concordam
É preciso viver, e para isso é preciso tempo
Quero tempo para poder provar aos que acreditavam que eu era um engano
Que o engano maior foi acreditar que eu não era por falta de tempo
Quero tempo para cozinhar e degustar cada tempero ali colocado
Cada um no seu devido tempo
E sem olhar o tempo
Poder escolher bebida apropriada pelo gosto e vontade
Frio, quente, independente do tempo
E amar a mulher que eu amo
E dentro deste tempo e em tempo
Que ela possa retribuir ao vento todo tempo que tiver
E aqueles que odeiam, invejam, enganam e que tomam tempo
Possam ter tempo para enxergar que sou como o tempo
Não apenas passo, marco
Que eu posso usar todo tempo que me é dado para agradecer
E todo tempo agradecido para entender
Que o tempo não para, não avisa que vai acabar
Apenas passa o tempo

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Céu de Santo Amaro

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...
Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...

Meu amor..
Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...
Veio a certeza de amar você...


(Flavio Venturinni)

terça-feira, 1 de junho de 2010

“Ser significa conviver. A morte absoluta (o não-ser) é o estado de não ser ouvido, de não ser reconhecido, de não ser lembrado. Ser significa ser para o outro e, através do outro, ser para si. O ser humano não tem um território interior soberano, está todo e sempre na fronteira; olhando para dentro de si ele olha para os olhos de outro ou com os olhos de outro.”

Mikhail Bakhtin