sexta-feira, 11 de junho de 2010
O Fura Dedo!
Dia desses, eu, minhas amigas Pólis e Rosi (sabe-se lá Deus como iniciou a conversa...), entrávamos em nossas reminiscências. E eis que surge de nossos quintais a figura folclórica do FURA DEDO.
Para quem viveu a feliz infância dos anos 80 recorda dessa pssoa: roupas brancas, maletinha preta na mão (aqueeela dos médicos antigos) e dentro o maior terror da garotada: infinidades de frasquinhos, lâminas e agulhas de ponta triangular. Era o agente de saúde da antiga SUCAM, que ía de casa em casa extraindo o sangue de "pessoas inocentes". Com aquela "terrível" agulha fazia um furo em nossas falanges e espremia nosso sangue para, posteriormente, colocá-lo em suas vertiginosas lâminas.
Salvo algum engano, era para verificar incidências e possibilidades de contrair elefantíase. Não recordo se, à época, havia algum surto. O que havia mesmo era susto, susto, não, pavor!
Pois quando aquela figura fantasmagórica aparecia na janela (naquele tempo, sem grades), nós, crianças, corríamos feito loucos a nos esconder, temendo a "tão dolorida furada". O maior de todos os detalhes é: ele só passava de noite. Até hoje me pergunto o porquê.
Quantas e quantas vezes minha mãe e meus tios não tiveram que retirar o colchão da cama, porque lá estava eu agarrada feito um macaquinho no estrado dela. Era uma verdadeira Odisseia: puxa a menina daqui, cutuca com a vassoura dali, promessas de porrada de lá, gritos, choros. Ahhhhhhhhhhhhhh! "Manhêêêê, não quero furar meu deeedooo". Tudo em vão. Claro, eu era resgatada e entregue às mãos daquele "carrasco", que passava um algodão com álcool no meu pobre dedinho e...tchan!
Com certeza, a dor não era tão terrível assim. Era manha de criança.
O mais legal era correr pra casa do vizinho para avisar quem seriam os próximos. E a cena se repetia na casa ao lado.
Naquele tempo, o número de crianças era bem maior. Tínhamos nosso mundinho particular, nossas brincadeiras, risos e mais risos noites afora:
- "Boca de forno!"
- "Forno!"
- "Tirando um bolo!"
- "Jacarandá!"
- "Dá!"
- "Aonde eu mandar!"
- "Vô!"
- "Se não for!"
- "Apanha um bolo!"
- "Raimundinho e Raimundinha!"
Mas do "maldito" fura dedo. Ah, nínguém esquece!
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Uma maravilha lembrar disso foi uma otima epoca hoje a boca do forno é outra e o fura dedo é diferente
ResponderExcluirOi João Paulo, é verdade! Baita infância feliz. Hoje, as crianças são mais tecnológicas, sabe-se la se feliz ou infelizmente 😉
ExcluirUma maravilha lembrar disso foi uma otima epoca hoje a boca do forno é outra e o fura dedo é diferente
ResponderExcluirDesculpa te responder tantos anos depois, é que dei uma "abandonada" no blog.🌺😉
ExcluirOi querida, amei seu relato... Voltei a infância maravilhosa que tive... Muito obrigada! Fui procurar no Google algum artigo que me explicasse sobre o tão "pavoroso" "fura dedo" e me deparei com o seu... Foi maravilhoso porque eu vivi exatamente a mesma experiência que vc!
ResponderExcluirObrigada!
Continue a escrever.
Oi Michele, você também passou por esse martírio?! Espero que sim! Não quero ser a única "covarde" dessa história.Rsrsrs. Que bom que gostou do texto, preciso voltar a escrever neste espaço. Abraços!
ExcluirTava aq falando pro meu filho sobre o fura dedo, é achei esse relato 100% verídico e q me fez rir desses momentos, mas na época nem me fale! Era um terror
ResponderExcluirNossa que lembrança boa... Voltei no tempo em minhas lembranças... Quanto foi boa minha doce e inocência infância obrigado por me trazer essa maravilhosas lembranças!
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