quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Coisas de Deus...

Depois de algumas leituras que tenho feito e alguns programas que tenho assistido minha fé cresceu e meu olhar para observar o mundo e as pessoas que nele vivem, idem. A Canção Nova me ajuda com a fé. Martha e Elisa com as observações cotidianas.
Ontem, no caminho para o trabalho, vi uma moradora de rua, de aparente desequilíbrio mental, exibindo uma barriga de uns 8 meses de gravidez. Me arrepiei! Os olhos logo se encheram de lágrimas e o primeiro pensamento foi? Meus Deus, como essa criança virá ao mundo?? Quem dela irá cuidar com a mãe nessas condições?? Com que saúde?? Deu vontade de descer do ônibus e encaminhá-la à Santa Casa mas, claro, ela jamais me acompanharia, jamais me ouviria. Sequer entenderia.
Será mais um filho do Brasil, sem lenço e sem documento. Filho parido pela pátria "amada". Se tiver a sorte de nascer em uma maternidade poderá parar em um abrigo, mas pelas condições de sanidade da mãe, provavelmente nascerá no leito de um banco de praça, à luz da lua ou sol substituindo a dos necessários holofotes das salas de cirurgia. Quem cortará o definitivo cordão umbilical? Quem segurará nas mãos da mãe entre dores e questionamentos sobre o que está acontecendo?? Alguém estará ao lado dela?
Juro, tudo isso me foge ao explicável e atrela-se ao inaceitável. Meu Pai, faça alguma coisa!! Eu sei que estás aí. Eu nunca duvidei disso. Eu sempre cri na Tua força e amor redentores. Salva essa mãe, salva essa criança. São filhos teus.
A cena vai ficar vívida na minha cabeça por longos anos.
Por outro lado e não menos importante, hoje sentei pra comer alguma coisa na hora do almoço. Sozinha ocupei uma mesa e à minha frente, em outra mesa, sentou uma linda menina, parecia a versão mirim da Branca de Neve, como era inesquecívelmente linda com sua saia pliçada colegial, a camisa do colégio Gentil, sapatos tipo boneca e meias brancas. Devia ter uns 4 anos. Me olhou meio de lado, depois me encarou, sorriu. Sorri de volta e ali ficou por alguns minutos, comportadíssima. Logo lembrei da minha sapeca borboletinha, que jamais assumiria aquela posição e comportamento.
Depois de um tempo uma moça veio trazer uma prato cheio de empanados de frango com molho shoyu e se retirou. A Branca de Neve então, ajustou o prato à sua frente, juntou as mãozinhas em sinal de agradecimento, levou-as bem próximas aos labios e, silenciosa, fez sua oração a Papai do Céu. Só depois se apossou dos talheres.
Soltei um sonoro "aaaaaahhhhhh" que a fez me olhar encabulada. Imagina? Envergonhada fiquei eu de estar quase terminando o lanche sem sequer dizer obrigada. Ainda mais depois da cena presenciada no dia anterior que foi relatada acima.
Fiquei maravilhosamente encantada com a menininha que me deu um puxão de orelha e me disse: "ei, Deus também quer que você agradeça por tudo o que é, por tudo o que tem e, principalmente por poder ter nascido sob holofotes de ambiente cirúrgico. Ele te ama, ele nunca te abandonou"
Eu sei Branca de Neve! Depois disso, eu só posso ser sua anã.

Deus e fé são o que há de melhor dentro de cada um de nós. Se os temos, outras qualidades automáticamente nos são agregadas.

Desculpe, Pai, por ter esquecido de agradecer! MUITO OBRIGADA PELA MINHA VIDA, PELA MINHA ESTRADA, MINHA FAMÍLIA, MEUS AMIGOS, MEUS PROBLEMAS. COM CERTEZA EXATA E ABSOLUTA, SEM TI NADA SOU! 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Coisa de fã

Ontem, por volta das nove da noite, dei uma pausa no "Parem de falar mal da rotina", livro de Elisa Lucinda, que garimpei na News Time há uma semana e tô devorando, pra entrar na net. No Twitter, percebí que não tinha mais 59 seguidores e sim, 60. Imediatamente abri meu email pra saber quem era meu novo visitante seguidor. Pra meu espanto, encanto e abobalhamento, era nada mais nada menos que Elisa Lucinda, a própria. Primeiro achei que era brincadeira. Não acreditei. Me belisquei. Me perguntei: "Como assim??Não acredito???
Na mesma hora entrei no perfil da minha seguidora e constatei: era ela mesma. Como assim???? Claro gente que foi um engano. Ela com certeza não faz a menor ideia de quem seja Claudiana Soares, uma simples paraense que, no máximo se arrisca a escrever uma cronicazinhas em um blog que apenas umas 4, no máximo 5 pessoas conhecem. Mas mesmo assim meu coração gritava de felicidade. Insatisfeita e iludida como qualquer ser humano pensei: "agora só falta eu voltar lá e ver 61 seguidores, entrar no email e vê que a Martha (Medeiros) me achou. Te ilude, gata!
Essa foi a mesma sensação que tive quando vi que o Cosme Mota aceitou meu convite de amizade no Facebook, me deixou recado e me respondeu no Twitter. Gente, eu me senti muito importante porque adoro meus ídolos incomuns. Pra quem não conhece, Cosme era back in vocal da Cantora católica Adriana e com ela cantava uma canção cristã que retratava a parábola do filho pródigo e que até hoje me arrepia quando ouço. No ano passado, no Círio, tive  aoportunidade de vê-los cantar ao vivo.
Outra, foi quando um dos papas da linguística fez uma dedicatória em um de meus livros de sua autoria: João Wanderley Geraldi. Agora, dessa área só falta Irandé Antunes.
Bom, são essas pequenas grandes coisas que me dão motivos pra ser feliz.
Bom, ainda espero me aproximar de outros ídolos como Gabriel Chalita e Martha Medeiros, mas por enquanto, fico felicíssima por esses que considero já parte do meu mundo.
Feiz, feliz, feliz!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Com Poesia (Walmir Alencar)

*Essa é pra quando a Gigi casar com o Jujuba, na hora de trocar alianças...



Ah quem dera com palavras explicar o amor.
Ah quisera com poesia comparar seu valor.

É como as águas da chuva caindo ao encontro do mar
Tornando-se um só.
Como a águia nos braços do vento vai
Ou a rosa e os raios de sol
Nosso amor assim será.

Deus é nosso horizonte nós dois o céu e a terra
Ele uniu nossas vidas e fez sagrada nossa família
Mais que a glória de um homem,
Bem mais que as dores e o que vier
Deus será nossa força nossa alegria
Sustento da nossa fé.

E pra sempre eu serei tua Maria
E para mim serás meu José.

Saudosismo, parte CXIIIVL

Veja você, sempre tão lindo, sempre tão irônico me dizendo que adoraria ver meus cabelos na cor natural, em tamanho maior que o habitual. Com o rosto de comercial de hidratante, não de Avon Color.
Veja você, fazendo de novo suas perguntas difíceis direcionadas aos meus sonhos e eu te respondendo pela nonagésima vez que eles foram trancafiados em algum baú do Caribe.
Veja você, mais uma vez me acompanhando na chuva, com meus papeis, agenda e livros a tira-colo, me dando sorte, me dando o prazer de um reencontro, de mais uma conversa desmedida, de uma lembrança, de uma saudade.
Veja você, teimoso, apontando meus defeitos e me fazendo sorrir, me fazendo feliz.
Olha só, mais uma vez eu encantada com teus encantos, lamentando nosso desencontros, odiando nossos destinos.
Olha só, mais uma vez eu te roubando um beijinho e te deixando sem olhar pra trás. Uma covarde, em todos os sentidos, por todos os motivos.
E eu diria que é certo que um dia, quem sabe, todavia, teu olhar me encontraria e eu te sorriria.
Talvez seja esse o tempo futuro da delicadeza em que não diremos nada.
E que apenas seguiremos encantados lado a lado
Eu...finalmente...ao lado teu.
Talvez seja isso que chamam de amor.

No tempo da intolerância

Leia bem. Preste atenção:
EU DISPENSO CONSELHOS!
Sério, eu sei, eu juro que tenho autocrítica, eu juro que me percebo, eu juro que sei exatamente o que se passa na minha vida.
Quando me ponho a abrir minha boca e contar "minhas misérias" eu não quero que lamentem, que me julguem, que tentem me salvar. 
Quando proclamo minha felicidade, não quero que me parabenizem ou que continuem torcendo por mim. Quem deve tomar conta da minha vida sou eu! Prefiro que me sejam indiferentes.
Não precisam fingir que se importam ou se importar realmente.
Sempre foi assim...
Eu sei o quanto estou acima do peso, com o louro acima do tom, com o ritmo um tom abaixo, com excesso de maquiagem, de problemas, de questões, de dúvidas, de dívidas, de cismas.
É como o cobrador de ônibus, me pague e passe adiante.
Se eu sumir não me procurem.
Se eu morrer, não me velem.
Detesto hipocrisia.
Não sou legal. Sou teimosa. Bicho arredio.
Não sinto frio.
Não choro.
Não imploro.
Não minto, tenho memória fraca.
Minhas emoções são descarregadas é no papel.
No breu. No escuro da noite em que me encontro.
Me dê um desconto.
Me fiz assim.
Ninguém há de lembrar de mim.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Altar Particular - Maria Gadú




Meu bem, que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
Do teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje, sinto que
o tempo da cura tornou a tristeza normal
Então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
Depois, que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós

 

Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo, faço melhor do que lhe parecer
Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ou toca ou não toca

Sou muito conhecida pelo meu extremismo bem exagerado (o extremismo por si só já é exagerado). Para se ter uma ideia, ainda que eu goste muito de alguém e essa pessoa me disser não te curto mais, a resposta será sempre: "tá bom!"
Ele:
- Eu fico contigo quando eu quiser
Eu:
- Então morra!
E por aí vai...
Não, definitivamente, eu não nasci pra mendigar amor de ninguém! Eis um de meus piores defeitos. O maior deles, muitos sabem, é não estar ainda muito familiarizada com o perdão.
Comigo, como já lí um dia é assim: ou toca ou não toca!
Dia desses eu estava encantada por uma pessoa que me parecia gentil, educada e com outras qualidades percebidas por uma visão limitada e imediatista. Apostei, juro que apostei. Já nem sabia mais como fazer isso, mas fui pedindo auxílio, ajuda, conselho e lá estava eu com minhas cartas da manga, do bolso, da calcinha  a investir e, mais uma vez, aos poucos, em doses homeopáticas o príncipe foi virando sapo, como no jogo de espelhos que transforma belas moças em mongas.
Entendeu o sujeito que poderia me fazer de fantoche. Tadinho, não me conhecia.
Entre um gole e outro, ou melhor, depois de muitos goles, se aproximava meio sem virtudes, meio com falsas atitudes, meio torto, meio sem saber exatamente o que fazer, o que querer, o que pedir.
Na sobriedade era ligado a impropérios, desculpas esfarrapadas, esperas por prêmios milhonários pagos pela CEF pra que decidisse, enfim...
Tirei o time de campo, era óbvio esse fato.Não somente isso, passei a "despercebê-lo", "dessenti-lo", desconstruí-lo.
Domingo passado se aproximou, pediu beijo.Imagine???
De quem mesmo eu falava?
Ah, sim, grata pela lembrança. Sim, ele é só uma lembrança.
Este é só primeiro exemplo. Vamos ao segundo:
Mudei de emprego há exato 1 mês e as regras de ambiente de trabalho são outras. Os amigos (os que importam) foram avisados de que as vezes eu precisaria ignorar suas chamadas pra depois retornar. E assim tem sido. Hoje, tive de resolver mil coisas ao mesmo tempo. A verdadeira Joseph Climber da administração. ignorei chamadas incontáveis durate as 12 horas e 45 de trabalho. Sim, hoje eu trabalhei tudo isso entre tonteiras, dores de cabeça e pressão baixa, e meu pai (eu disse meu pai) foi um que teve a chamada ignorada. Pois bem, uma de minhas amigas ligou mais de uma vez, passou mensagem. Não atendi, não respondi. Fui ligar a caminho de casa, quase as 22h. Fone fora de área. Na terceira tentativa, entre cansaço, dores e dissabores, liguei pra amiga errada, que coincidentemente tava ao lado da outra que comigo não quiz falar. Veja só...
Pois bem, tchau!
Terceiro e último caso não menos importante:
Uma amiga de longas datas o ano passado me sacaneou, tripudiou em cima da minha boa vontade e da minha tolerância. Hoje quer saber se estou bem e eu de seu estado nunca perguntei. É assim.
Lembremos o início deste texto: eu não mendigo amor de ninguém. Aliás, me deixem a vontade pra tudo, menos pra ter razão. Eu sou um saco!
Entendam, "minha solidão nada tem a ver com a presença ou a ausência de pessoas".
Desculpem...a vida me fez assim.Bananeira não dá maçã.
Ou toca ou não toca!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

TODO O RESTO


Certo e errado são convenções que confirmam-se com meia dúzia de atitudes.
Certo e ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo e morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado e dar calote, rodar de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo??
Todo mundo teoricamente de acordo, porem a vida não e feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emo;oes. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nos.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita, inventamos musicas, amores e problemas e somos curiosos, queremos espiar pela fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.
O amor e certo, o ódio e errado e o resto e uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes,, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa historia, caso viessem a publico. Todo o resto e o que nos assombra, as escolhas não feitas,, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos, ou que obedecemos bem demais – a troco de que fomos tão bonzinhos? Há o certo, o errado e aquilo que nos da medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece. O certo e ser magro, bonito, rico e educado. O errado e ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com estes reducionismos, e nossa fome por idéias novas, e nosso rosto que se transforma com o tempo, e nossas cicatrizes de estima;ao, nossos erros e desilusões.
Todo o resto e muito vasto. E nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e inocência que nos mantem vivas dentro de nos mas que ninguém percebe, so porque crescemos. A maturidade e um álibi frágil. Seguimos com uma alma de crian;a que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto e tudo aquilo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.

Martha Medeiros