Te desejo uma fé enorme.Em qualquer coisa, não importa o quê. Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma. Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas…
Caio Fernando Abreu
sábado, 29 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
"O coração da gente gosta de atenção. De cuidados cotidianos. De mimos repentinos. De ser alimentado com iguarias finas, como a beleza, o riso, o afeto... E há momentos em que tudo o que ele precisa é que preparemos banhos de imersão na quietude para lavarmos, uma a uma, as partes que lhe doem. E que o levemos para revisitar, na memória, instantes ensolarados de amor capazes de ajudá-lo a mudar a freqüência do sentimento. Há momentos em que tudo o que precisa é que reservemos algum tempo a sós com ele para desapertá-lo com toda delicadeza possível. Coração precisa de espaço."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Readaptação
Estou destreinada. Juro.
Estou
destreinada da função de namorada.
Por dois anos e meio fiquei presa em meu
“castelo da liberdade”, não desejando que houvesse de novo alguém pra me fazer
sentir, viver ou fazer algo que tivesse como motivo uma promoção de
supermercado do tipo 2 em 1. Sei que vão me chamar de egoísta por isso e também
sei da nítida necessidade de adaptação atrelada à história de namoro à
distância.
“Vamos fazer tal coisa nesse fim
de semana? Não, não vai dar porque o namorado vai chegar e é preciso dar
atenção a ele.” (eleger prioridades)
“Olha, comprei uma escova de
dentes pra deixar aqui pra quando vieres” (avanço da convivência)
“Usa essa camisa que trouxe
daquela viagem, eu lavo a tua e deixo secar enquanto...” (cuidado)
“Esse anticoncepcional esta
mexendo com meus hormônios. Acho que preciso mudar.” (escolhas)
“Não gosto de ar. – Mas eu gosto.
- Tá, então a gente liga e deixa esfriar e depois desliga e liga o ventilador.”
(consenso)
“Vais ficar com essa cara a noite
toda? – Não, afinal a gente não se vê sempre, não devia tá brigando a toa. (as
D.R’s)
E quando começo a tentar ouço um
barulho, e quando percebo já sinto o frio da água jogada do balde que estava nas mãos de gente inesperada, que talvez esteja enxergando o que meus olhos
não conseguem ou apenas enganadas.
Permitam-me tentar, já
“desadolesci”, já percebo diferença entre certo, errado e duvidoso. Já sei
discernir amor, paixão, tentativa, relação saudável, amadurecimento. Deixem-me
ir, preciso andar por aí e encontrar minhas próprias pedras, e desatar meus
próprios laços, e dar a mão à palmatória só pra me ver arder, só pra quem sabe
doer inteira e chorar uma dor sentida ou não. Eu não sei e vocês também não
sabem.
Deixem-me tentar
Permitam-me readaptar.
Eu, caçador de mim...
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