segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Readaptação


Estou destreinada. Juro. 
Estou destreinada da função de namorada.
Por dois anos e meio fiquei presa em meu “castelo da liberdade”, não desejando que houvesse de novo alguém pra me fazer sentir, viver ou fazer algo que tivesse como motivo uma promoção de supermercado do tipo 2 em 1. Sei que vão me chamar de egoísta por isso e também sei da nítida necessidade de adaptação atrelada à história de namoro à distância.
“Vamos fazer tal coisa nesse fim de semana? Não, não vai dar porque o namorado vai chegar e é preciso dar atenção a ele.” (eleger prioridades)
“Olha, comprei uma escova de dentes pra deixar aqui pra quando vieres” (avanço da convivência)
“Usa essa camisa que trouxe daquela viagem, eu lavo a tua e deixo secar enquanto...” (cuidado)
“Esse anticoncepcional esta mexendo com meus hormônios. Acho que preciso mudar.” (escolhas)
“Não gosto de ar. – Mas eu gosto. - Tá, então a gente liga e deixa esfriar e depois desliga e liga o ventilador.” (consenso)
“Vais ficar com essa cara a noite toda? – Não, afinal a gente não se vê sempre, não devia tá brigando a toa. (as D.R’s)
E quando começo a tentar ouço um barulho, e quando percebo já sinto o frio da água jogada do balde que estava nas mãos de gente inesperada, que talvez esteja enxergando o que meus olhos não conseguem ou apenas enganadas.
Permitam-me tentar, já “desadolesci”, já percebo diferença entre certo, errado e duvidoso. Já sei discernir amor, paixão, tentativa, relação saudável, amadurecimento. Deixem-me ir, preciso andar por aí e encontrar minhas próprias pedras, e desatar meus próprios laços, e dar a mão à palmatória só pra me ver arder, só pra quem sabe doer inteira e chorar uma dor sentida ou não. Eu não sei e vocês também não sabem.
Deixem-me tentar
Permitam-me readaptar.
Eu, caçador de mim...

2 comentários:

Olha Clau...