domingo, 17 de março de 2013

Marina e Ulay

Definitivamente um dos vídeos mais bonitos que já vi na minha vida. Assistindo sem conhecer a história de Marina Abramovic e Ulay, mais parece um vídeo como outro qualquer, sem saber que na verdade, trata-se de uma das mais belas histórias de amor...

"Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver.

23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse e... Foi assim."

(Traduzido por Rodrigo Robleño)


Ah, seria tão mais digno se as relações acabassem assim...
Se tivéssemos o desprendimento, a coragem e o respeito de simplesmente ir embora e nos despedir de algo que foi bom, grandioso, mas que agora não rende os mesmos frutos, não desperta os mesmos sorrisos, não provoca mais as boas sensações. Assim, sem caber espaços pra mágoas e criando o famoso relicário que Nando cantou.
Não, a maioria não acaba assim, fica um visgo de mágoa que deixa cegar o que houve de bom: a cumplicidade, a paixão, a maneira como se olhavam antes do beijo...
Tenho perseguido insistentemente a ideia de não brigar antes de deixar partir, fiz isso com três pessoas: um namorado e duas "amigas". Não briguei, não gritei, eu simplesmente me despedi e mudei de estrada. Nunca é a melhor experiência da sua vida, mas é menos desgastante.
Quanto a Marina e Ulay, aplaudo de pé. O vídeo eu já vi umas 9 vezes pelo menos.

sexta-feira, 15 de março de 2013

"Quando você chegar, que seja sem permissão, sem anúncios, sem entrada principal. Entre pelos fundos, pela porta lateral, pela chaminé, pela janela, sem que eu perceba. Inesperadamente. Supreendentemente. E que seja para ficar. Não me traga flores nem bombons, embora eu goste, porque é clichê demais. Traga-me um cartão em relevo, com algumas mentiras bonitas para eu acreditar. Conte-me histórias que me façam rir e também sonhar. Quando você chegar, eu espero que o amor não seja mais tão demodê. E que você me presenteie com certezas, sem receitas. E eu correrei até o fim do mundo para não ver o mundo acabar, então segure forte a minha mão e não a solte nunca.

Não seja previsível! Não gosto de pessoas óbvias, de atitudes esperadas, de alma com leitura fácil. Gosto da descoberta, de decodificar, de me embasbacar. Quando você chegar, faça meu coração trepidar, como quando se assusta com os raios nos dias em que o sol fica cinza. Faça-me contrair os músculos, sentir a alma escapar, as mãos suarem, o chão faltar e a respiração falhar. Traga-me o abandono. O abandono da dor, das lágrimas, das palavras descartáveis, dos encantos quebrados, dos romances desfeitos, do adeus pra sempre. Traga-me a afinação do tamanho exato para um amor próprio há muito desafinado.

Exija de mim a mais pura alegria, a completa entrega, uma breve leveza, a minha melhor parte, somente a verdade e nada mais. Queira meus defeitos, o meu lado menos bonito, e goste dele. Deixe-me escolher o sabor do iogurte, entre o pão francês e o integral, a cor da sua camisa, a vaga no estacionamento, um filme para assistir e o nome dos filhos. Aceite a minha preguiça, a minha falta de tempo e de jeito, as minha manias estranhas e a minha risada escandalosa. Entenda, a minha tristeza é daquelas de querer morrer, e o meu amor é tão imenso que pode não te caber. Quando você chegar, o sol irá correr para abraçar esse dia. E quando isso enfim acontecer, me deixe livre para ir e ainda assim querer ficar com você."

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www.segredosdetravesseiro.com 

terça-feira, 5 de março de 2013

"Tenho uma amiga que quando percebe que eu estou triste costuma me perguntar quem roubou a minha caixa de lápis de cor. Tem vez que nem pergunta, apenas comenta: “poxa, dessa vez levaram as cores que você mais gosta!” A tristeza afrouxa um pouco, por mais que eu esteja chateada. Primeiro, porque é muito bom a gente se sentir olhado com carinho. Depois, porque essa expressão tem uma inocência capaz de fazer gente grande tocar em coisas sérias sem ficar com medo de queimar a mão. De vez em quando, ao ouvir a pergunta, acontece de uma lágrima ou outra escapulir, afeitos que alguns sentimentos são a desaguar no rosto quando o coração fica apertado. Mas, algumas vezes, quando eu choro diante dessa indagação não é pelas cores que não encontro na caixa nem por lembrar de quem supostamente as roubou. Choro por perceber que ainda dou aos outros o poder de roubá-las. Por notar que, no fim das contas, quem rouba os meus lápis de cor preferidos sou eu." Ana Jácomo