sexta-feira, 15 de março de 2013

"Quando você chegar, que seja sem permissão, sem anúncios, sem entrada principal. Entre pelos fundos, pela porta lateral, pela chaminé, pela janela, sem que eu perceba. Inesperadamente. Supreendentemente. E que seja para ficar. Não me traga flores nem bombons, embora eu goste, porque é clichê demais. Traga-me um cartão em relevo, com algumas mentiras bonitas para eu acreditar. Conte-me histórias que me façam rir e também sonhar. Quando você chegar, eu espero que o amor não seja mais tão demodê. E que você me presenteie com certezas, sem receitas. E eu correrei até o fim do mundo para não ver o mundo acabar, então segure forte a minha mão e não a solte nunca.

Não seja previsível! Não gosto de pessoas óbvias, de atitudes esperadas, de alma com leitura fácil. Gosto da descoberta, de decodificar, de me embasbacar. Quando você chegar, faça meu coração trepidar, como quando se assusta com os raios nos dias em que o sol fica cinza. Faça-me contrair os músculos, sentir a alma escapar, as mãos suarem, o chão faltar e a respiração falhar. Traga-me o abandono. O abandono da dor, das lágrimas, das palavras descartáveis, dos encantos quebrados, dos romances desfeitos, do adeus pra sempre. Traga-me a afinação do tamanho exato para um amor próprio há muito desafinado.

Exija de mim a mais pura alegria, a completa entrega, uma breve leveza, a minha melhor parte, somente a verdade e nada mais. Queira meus defeitos, o meu lado menos bonito, e goste dele. Deixe-me escolher o sabor do iogurte, entre o pão francês e o integral, a cor da sua camisa, a vaga no estacionamento, um filme para assistir e o nome dos filhos. Aceite a minha preguiça, a minha falta de tempo e de jeito, as minha manias estranhas e a minha risada escandalosa. Entenda, a minha tristeza é daquelas de querer morrer, e o meu amor é tão imenso que pode não te caber. Quando você chegar, o sol irá correr para abraçar esse dia. E quando isso enfim acontecer, me deixe livre para ir e ainda assim querer ficar com você."

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Olha Clau...