sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Todo o Sentimento
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e C. Bastos


Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.

Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...

Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,

Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

Amar

"E foi, foi, foi...foi bom e pra sempre será.
Mais, mais, mais, maravilhosamente...amar"
(Leila Pinheiro)
Ontem me veio à cabeça o verbo amar e aquela frase já ouvida tantas vezes: "A gente só ama uma vez".

Eu não concordo com ela: ba-le-la. Ama-se várias vezes, pelas diversas maneiras que se tem de amar.

Ama-se por afinidade. Ama-se por familiaridade. Ama-se por amizade. Ama-se por divindade.

Ama-se por jeito, por gestos, pelo simples fato de se saber amar.

Ama-se porque se foi amado e se aprendeu a amar.

Ama-se pela incerteza do amanhã.

Ama-se sem enxergar, sem escutar, ignorar.

Ama-se por se fazer bem, e até mesmo por não fazer.

Ama-se pelo que o amor tem de indefinível.

Ama-se simplesmente por sexo, carne, calor, suor, a tal da química.

Ama-se por um furinho no queixo, por um rostinho bonito, por um corpo escultural, por um charme, um sorriso, um olhar.

Ama-se por personalidade. Ama-se por caráter. Ama-se por se admirar.

Ama-se por um cheiro. Ama-se por um sabor.

Ama-se pelo que se ouviu, pelo que se sentiu, pelo que se viveu e vive e sente e ouve.

Ama-se por liberdade e também por prisão.

Ama-se pelo sim e por se saber do não.

Ama-se, absurdamente, sem se saber porquê.

Ama-se sem motivos, graças a Deus!

Mas, nunca, jamais, haveremos de deixar de amar ou de conjugar o verbo amar.

Amaremos sempre e muito, o que nos for conveniente amar.

E todas as vezes serão verdadeiras e únicas.











segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pomada

Trata-se de um apelido dado pelo meu padrinho há algum tempo. O motivo? Sou a caçula da filha mais velha de uma família de sete irmãos, e durante muito tempo reinei absoluta na família. Isto foi motivo pra muitos mimos e por isso fiquei muito apegada aos tios, com direito a cheiros, afagos, beijos e abraços...até hoje sou. Daí uma vez me aproximei do meu padrinho e pedi a bênção já lhe roubando uma fungada no cangote. É bom deixar bem claro que meu padrinho é a maior "figura" da nossa família, o tipo gozador, contador de piadas. Naquele momento o tio me deu uma olhada e veio com essa: - "ô menina! Tú és uma pomadinha mesmo. Toda melenta, grudenta". Pronto! Eis meu segundo batismo. O pior de tudo é que o Cacá tem razão.
Sou uma pessoa muito sensitiva, escolho os que gosto pela sua energia, pelo seu olhar, pelo seu sorriso; se estes três forem bons, forem do bem, são suficientes pra me ganhar. daí por diante é aguentar o tranco que lá vem carinho, respeito, abraço, beijo...pomada.
Por um tempo havia deixado esse jeito de lado porque tinha absorvido umas energias avessas ao meu mundo, que me deixaram arredia demais, desconfiada demais, seca demais, descrente demais; e isso me fez mal, muito mal porque quase perdi pessoas que gostava muito e que estavam acostumadas a ter uma pomada e não uma torrada por perto. Graças a Deus pude me reencontrar a tempo, me reconhecer. Hoje, acostumada a carinhos e afagos custo a aceitar rejeições, custo a aceitar (se é que aceito) pessoas que me são indiferentes, desligadas, descomprometidas, torradas...
Sou movida a carinho, tenho necessidade de afeto, de mão na mão, de abraço, de cheiro no pescoço, de beijo no olhos, de toques, de regaço. Se não for desse jeito prefiro um corte no peito pra arrancar qualquer sentimento de afeto. Como diria o pensador: "Detesto quem me tira a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". A companhia verdadeira precisa desses ingredientes. Creio que são eles que fazem surgir os verdadeiros sentimentos e que, quanto mais se dá mais se tem.
Uma vez li um desses livros que nos dão conselhos e um deles dizia: "Não ature gente de coração leviano". Eu não aturo, eu não tolero, sou totalmente avessa ao mau humor e acho inconcebível que uma pessoa acorde mau humorada. Como, meu Deus??? Você está tendo a oportunidade de viver mais um dia; de recomeçar. Pare com isso!
Bom mesmo é ter por perto alguém com quem a gente se sinta bem, que goste de você e de sua companhia de verdade, que lhe tenha carinho, que lhê dê carinho e que lhe cumprimente com um sorriso. Bom mesmo é ser batizada de pomada do que ser torrada, torradas são secas, são duras e, geralmente, não tem sabor.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre todas as coisas...

Voltei!
Há mais ou menos dois anos havia criado um blog, algo do tipo "meu querido diário". Usei por algum tempo e depois desisti dele por achar algo um tanto quanto tosco.
O tempo passou... e agora que entro em uma nova fase da minha vida, resolvi retornar, criar um novo, como um mundo de coisas novas que há em mim e que, aos poucos, serão percebidas por meio das letras. Sempre fui amante das letras, formei-me nelas e delas quase deisti, mas há amor e quando há amor as coisas nunca acabam, apenas se tranformam naquilo que gostaríamos que fossem.
Não sei se vou informar sobre esta página a alguém...quem sabe.
Aqui, postarei algumas coisas sobre as quais gosto de escrever. Nada poético. Acredito que volta-se mais para o lado da crônica que pra qualquer outra coisa. Enfim...

Pra saberem um pouco quem sou, digo que sou uma paraense bebedora de açaí e tomadora de tacacá (neste exato momento me toquei de que bebemos açaí e tomamos tacacá). Tenho 30 anos, recentemente cortei o cordão umbilical e fui dividir um apêzinho com uma amiga de infância. Experência nova e muito cedo ainda pra dizer se está sendo bom ou não, ainda estou vivendo...Tenho sonhos, muitos, simples e desejo que sejam respeitados. Amo as letras. Sou escorpiana sem ciúmes e sem posses, mas cuido do que gosto deixando as coisas que amo livres como Quintana deixou. Acredito nas pessoas; gosto de pessoas, de fazer amizades. Amo Chico Buarque e por ele sou Mangueira; pra mim é o cara mais inteligente deste Brasil. Tenho um namorado que me faz rir e que conversa comigo, não nos amamos, mas nos respeitamos, admiramos e gostamos muito um do outro. Tenho amigos pra todas as horas: uns pra rir, outros pra chorar, outros pra sair, outros pra ficar. Amo as boas letras e os bons sons e... tenho necessidade, SEMPRE, de paz. Pago qualquer preço por ela!!

Bom, é por aí...

Bjs no coração dos visitantes.