terça-feira, 8 de novembro de 2011

Meu ano novo!

"Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida, para aprender que não se morre de intensidade. Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento. Deve ser por isso que hoje a medida das coisas muitas vezes me escapa. Quando a gente perde a delicadeza de se deixar mobilizar pelo entorno e recupera isso depois, o valor dos sentimentos se eleva. E pega-se gosto na brincadeira, quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço, e quero subir gargalhando até o infinito supremo, e quero me largar nesse amor feito de canoa no mar, e quero e quero e quero mais. O sentimento intenso te bota no presente com a força de um soco cósmico. É o nirvana, o samadhi, um estado sublime que arranca a gente do todo pra jogar lá dentro do ser. Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim. Sensações podem ser prazerosas ou ruins e fazem a gente palpitar, mas elas vêm de fora, e por isso os sentimentos a meu ver lhes são superiores, brotam por dentro, e não há um igual a outro."

Sabe lá o que Maitê (Proença) fumou ou ingeriu pra escrever esse trecho do livro "Uma vida inventada". O que sei é que amei. Mais que isso, me identifiquei e decidi dedicar o trecho para homenagar meu ano novo, que chegará daqui há poucos dias. Nada de balanços ou de dizer como sou ou deixei de ser. Mais um ano chegou desde que nasci, há quase 33 anos e ponto.
Aqui já me despi, me vesti, me perdi e me encontrei. quem me lê me conhece, quem convive ainda mais, graças ao meu eterno estado de água. Transparência pura.
Sim, ainda há algumas coisas a ajustar, mas o que já vivi me faz inteira. Isso é certo.
O que resta é AGRADECER:
A Deus por ainda me permitir ter os que amo a meu lado.
Aos que amo, por ainda estarem a meu lado mesmo com todos os meus defeitos de fábrica e irreparáveis.
Aos meus defeitos, pois um filósofo me ensinou que cortá-los pode ser perigoso, posso expurgar um que sustenta meu edifício inteiro.
Ao meu edifício moral, que não me permitiu ser desonesta e desumana.
Aos meus humanos pais, que me possibilitaram viver.
A vida, que tanto me ensina.
Aos ensinamentos recebidos, seja por meio de palavras ditas, fatos ocorridos ou livros que li.
Aos meus livros, por quem nutro amor.
Ao amor que senti por tudo e todos.
A todos, enfim, que me fizeram amar, ler, aprender, viver, nascer, ser humana, ser honesta, ter defeitos e entender que sem Deus, nada sou.

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Olha Clau...