terça-feira, 30 de março de 2010

Promessas tuas

"Te prometo o que de melhor tenho,
do pior o necessário para ser verdadeiro.
De olhos abertos e fechados, no certo, perto
também na lembrança, longe.
Posso prometer só até o último lampejar da consciência,
dessa noite.

Prometo dois ou três momentos de instrospecção,
pausa fora do eixo no meio de um corredor cheio
de gente, correria,
para que saibam, cá desta,
mas não saibam, vem de onde, esta alegria.

Prometo o cálculo que puder
entre a irracionalidade e o bom senso,
para não refletir nos espelhos e paredes
à base de tinta e do teu nome
a saudade que teima.

Prometo te perder um pouco, não de uma vez
Sumir um tanto
lembrar que é fato a liberdade, não fardo
mesmo que insista no contrário
Um ligeiro pesar penso apaixonado.

Prometo tentar não pensar, só pender,
que a teu lado há de ser
o melhor lugar esses dias
para assistir o sol morrer". HG

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sobre o perdão...


É difícil pra mim até mesmo falar sobre, imagine a ação?!
Tenho meus motivos.

Não sou pessoa afeita a decepcionar os outros. Procuro, na minha condição de cristã, agir de forma coerente com a aqueles que me cercam, em especial com a aqueles por quem nutro grande afeto, por vezes, em demasia.

Procuro racionalizar minhas ações, pra que não desagradem os meus. E se erro, tomo cuidado pra que esses erros não possam abalar relações e, assim, poder ter a chance de, ao menos, pedir desculpas... e ser desculpada.

Desculpo, sim! Mas apenas essas pequenas desculpas, que não exigem muito de mim. Já o perdão... Creio que algo quando exige perdão é algo muito mais forte. Algo que aquele (ou aquela) que me fez mal poderia ter evitado, pois creio na racionalidade, no fato de todos nós termos a consciência de não chagar ao limite, principalmente com aqueles que amamos.

Como cristã, minha religião diz que o sergredo do perdão reside justamente no fato de conseguirmos perdoar as faltas graves, pois as leves são mais fáceis e não exigem de nós tanto desprendimento (seja ele de orgulho ou razão), pois para perdoar, você muitas vezes, ou na maioria delas, precisa definitivamente esquecer quem teve razão no acontecido e re-co-me-çar. Ela também diz que isso faz de você uma pessoa melhor. Mas, perdoem-me, eu não consigo!

Já fiz esse exercício por várias vezes, mas não dá! Não dá pra olhar na cara de quem me fez mal e acreditar que "isso não vai se repetir novamente", que "foi sem querer". Penso que se houvesse um pouquinho mais de consciência, de amor, de racionalidade ou seja lá do que for, não haveria necessidade de perdão.

Talvez esteja sendo eu uma extremista, mas, sou fã da máxima que diz que: amigo, se deixou de ser é porque nunca foi e, neste caso, se alguém chega a me pedir perdão, de joelhos ou não, definitivamente, não merece fazer parte da minha vida. Merece mesmo sair dela, ou nunca mesmo entrar.

Lamento decepcionar a quem gosto e não peço perdão por isso, mas, se me têm carinho, amor ou qualquer outro bom sentimento, não haverá necessidade ou motivo para que me perdoem ou para perdoá-los, e creio que o único homem perfeito de alma e coração, morreu em uma cruz há mais de dois mil anos e, como tal, não irá me abandonar por esta falta, aos olhos d'Ele, gravíssima.

É isso, caríssimos, não espero que me entendam, apenas que saibam como penso, como sou, como os observo e os tenho na minha vida.

Beijinhos letrados

Clau Soares

domingo, 14 de março de 2010

Pra que vieste

Apenas mais um caminhar pela rua,
mais uma manhã quente da mangueirosa,
mais um encontro casual,
um dia como outros, normal
- Não volta! Liga e deixa recado pra que guardem. Não é mais fácil?
- Fato.
Conversas desmedidas...
- Muito bom esse filme!
- Fato.
Uma noite inteira sem dormir...
- Uma merda esse filme!
- Fato!
E é tanta saudade, é tanto descostume, tanto vício, tanta diferença
- Nove
- Fato
Uma fé e uma ausência de perdão!
- Um dia aprendes
- Nem quero!
Um perdão e uma ausência de fé...
- Mas eu te explico
- Mas não entendo
Um fundo musical
- "E ele me faz tão bem..."
- Lulu Santos
Obrigada por cuidar de mim
- Defeito de fábrica
- Tens chance de desistir
- Mas eu sinto saudade
- Eu também

E mudaste os roteiros, a hora do sono, a hora da saudade.
Contigo pude ser tolerante, não poderia ser diferente...
Exercer a paciência diante de tantas ironias.
Escrever mais um pouco, simplesmente por ter motivo.
Repensar algumas coisinhas que iam sendo chutadas.
Olhar com cuidado para coisas que passavam despercebidas.
E mesmo com tanto medo... estou aqui.
"Quem sabe vim pra te dizer que saudade não é desespero,
Quando se espera com uma paz que há tanto em ti não havia
essa noite que nem sempre acaba no dia.
Essa fé que em ti não brota,
Mas que te abriga,
por mim." H.G

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mulheres que amam de menos (Martha Medeiros)

Já há um tempo sou apaixonada pelos textos de Martha Medeiros, mas, depois desse aqui fiquei apaixonada por ela, pois é o que penso! Parabéns Maravilhosa Martha...!

Eu quero dar meu depoimento. Creio ter um problema. Se mulheres que ama demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso admitir: sou uma mulher que ama de menos.

Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do meu marido.
Eu nunca abri umpapel que estivesse em sua carteira.
Eu nunca fico irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele.
Eu não escuto a conversa dele na extensão.
Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele para saber se ele andou muito ou pouco.
Eu não me importo quando ele acha outra mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele tem mau gosto.
Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a toda hora.
Eu não azucrino a vida dele.
Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é lamentável: eu amo pouco. Será?

Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização e um desserviço às mulheres e aos homens. Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais. O que existe são mulheres e homens que têm baixa autoestima, que têm níveis exagerados de insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão. E têm aqueles que são apenas ciumentos e desconfiados, tornando-se chatos demais.

Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que Amam de Menos, porque, pelo visto, quem é calma, quem não invade a privacidade do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.

Este testo foi extraído do livro "Montanha Russa", que ganhei recentemente de presente de uma pessoa muito especial, e é fantástico, concordo em gênero, número e grau com a Martha, e vou me associar nessa Fundação. Sou assim. Não sei se por excesso de confiança em mim, no outro, ou porque entendo que o outro merece muito respeito de mim. Invadir privacidades é um troço que normalmente não faz meu tipo.
Adoro!

domingo, 7 de março de 2010

*Pra você guardei o amor (Nando Reis)

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vem dos meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar


*Um show de metáfora! Nando Reis, pra variar, perfeito!

Momento: gostaria de ter escrito isso!

"Viver não pode ser em vão. Há sempre um vão na parede do dia por onde a luz pode passar. Bom dia!"

Pe. Fábio de Melo

quarta-feira, 3 de março de 2010

Férias

Do que ou de quem você gostaria de tirar férias?
Eu estou.
De férias do trabalho que "não é o meu barato", mas... "estamos aqui pra isso".
De férias de alguns pseudoamigos, violentamente arrancados da minha vida.
De férias de gente hipócrita que come ovo e arrota fondie.
De férias da infelicidade que assola os menos simples e mais complicados, que insistem em enxergar a vida através de uma vidraça empoeirada e dizer que o lençol do vizinho nunca é lavado direito.
De férias de olhares invejosos que não admitem felicidade, beleza, inteligência e sucesso alheios.
De férias permanentes de gente mesquinha a quem deves míseros trocados e que não pode enxergar tua sombra sem te cobrar, ou ainda, que bebe até o cú fazer bico e tu, com tua lata de coca cola e intimado a dividir a conta em igual parte.
De férias de incineradores de livros, que não suportam ver os teus, mas jamais emprestam os seus.
De férias de gente dotada de inteligência mas que habitua-se a atitudes burras que só fazem mal a sí propria.
De férias de dúvidas que corroem a carne, atrazam o sono e fecham a garganta.
De férias de sonhos impossíveis, paixões platônicas, filmes "inassistíveis", pessoas inacessíveis, livros ilegíveis, línguas ininteligíveis, sons inaudíveis.
E por conta dessas férias o que me sobra é o meu constante estado de felicidade e a paz em que adormece meu peito, e o amor que acalenta meus sonhos, e o perfume que banha minha pele, e o sorriso que brota dos meus lábios, e a alegria pelas boas companhias, e o prazer pela boa leitura, e a inexplicável maravilhosa sensação de uma noite mal dormida, e a sabedoria de ser mais humana e racional, e a divindade de amar a Deus e saber que Ele me ama e cuida de mim, e a satisfação de ter os melhores amigos do mundo, e a simplicidade da casualidade que, apesar da dúvida, não me incentiva a "puxar a cordinha".
E aí, que tal tirar férias você também de tudo aquilo que não lhe faz bem?!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Simplifique sua vida

"...A simplicidade é uma forma de leveza. Nas relações humanas ela faz a diferença. O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive. Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.
Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores. Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material. A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade. E por isso é fácil presentear o simples.
Dar presentes aos complicados é um desafio. Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém. Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade.
Eu gostaria de me livrar de meus pesos. Queria ser mais leve, mais simples. Querer uma coisa só de cada vez. Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento. Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis. Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade. Até para morrer os simples têm mais facilidade. Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão..."

Pe. Fábio de Melo