"Claro, sabemos muito bem que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?"
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Preciso Me Encontrar - Cartola
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.
Se alguem por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar...
Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.
Se alguem por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar...
Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
Vou-me Embora - Paulo Diniz
Vou me embora vou me embora
vou buscar a sorte
caminhos que me levam
não tem Sul nem Norte
mas meu andar é firme
meu anseio é forte
ou eu encanto a vida
ou desencanto a morte...
Vou me embora vou me embora
nada aqui me resta
senão a dor contida
num adeus sem festa.
Eu vou na ida indo
que o temor desperta
cuidar da minha vida
que a morte é certa.
Quem disse que trazia
até hoje não trouxe
o bem de se fazer
da vida amarga, doce.
Eu não espero o dia
pouco me importa
se o velho é sábio
se a menina é louca
se a tristeza é muita
se a alegria é pouca
se José é fraco
ou se João é forte
eu quero a todo custo
encontrar a sorte.
Vou me embora vou me embora
e levo na partida
resolução no peito
firme e definida
quem vem na minha ida
ouve a minha voz
e cada um por si
e Deus por todos nós...
vou buscar a sorte
caminhos que me levam
não tem Sul nem Norte
mas meu andar é firme
meu anseio é forte
ou eu encanto a vida
ou desencanto a morte...
Vou me embora vou me embora
nada aqui me resta
senão a dor contida
num adeus sem festa.
Eu vou na ida indo
que o temor desperta
cuidar da minha vida
que a morte é certa.
Quem disse que trazia
até hoje não trouxe
o bem de se fazer
da vida amarga, doce.
Eu não espero o dia
pouco me importa
se o velho é sábio
se a menina é louca
se a tristeza é muita
se a alegria é pouca
se José é fraco
ou se João é forte
eu quero a todo custo
encontrar a sorte.
Vou me embora vou me embora
e levo na partida
resolução no peito
firme e definida
quem vem na minha ida
ouve a minha voz
e cada um por si
e Deus por todos nós...
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Os (D)efeitos da mágoa
a flexa lançada, a oportunidade perdida e
a palavra mal dita"
Ontem, antes de dormir, jurei pra mim mesma: amanhã vou acordar a hora que eu quiser, vou trabalhar se eu quiser e se der vontade, vou ficar o dia inteiro "coçando o saco". Vou aproveitar enquanto posso!
Também ontem, antes de pensar nisso tudo eu fiquei muito magoada com a rispidez de algumas palavras a mim proferidas.. É muito cruel quando você empreende todos os seus esforços pra que algo dê certo, pra desenvolver bem um trabalho e alguém te olha e acha que não é suficiente, que você incomoda porque sempre existe uma criatura puxa saco na história, que se faz de ofendida e chega com teu chefe pra falar impropérios, transformando você num monstro que você não é. E você tá lá, quietinha no seu canto, fazendo o seu trabalho enquanto, pra variar o chefe toma as dores do lambe ovos. Claro, me diz qual chefe não curte a presença do puxa saco??? Afinal, ele faz tudo por você.
Mas como diria minha mãe: "égua, cara, é doído". As lágrimas ficaram coladas nas minhas retinas. Não as deixei cair, afinal, eles não mereciam. Desci, tomei uma água, dei uma "andada" e retornei, prometendo pra mim mesma que acabaria meu trabalho naquele dia, afinal, eu estava sendo cobrada, e muito, por algo que não dependia de mim pra ficar pronto. Mas eu olhei bem fundo nos olhos do chefe e disse: "eu vou terminar isso hoje!"
As costam doíam, os olhos ardiam (vocês sabem o que é guardar choro), a garganta entalava, o sangue fervia quando, passados alguns minutos das nove da noite concluí minha tarefa. VITÓRIA! Eu me veria livre da hostilidade do chefe. Eu me veria livre das cobranças. Eu me veria livre de uma tarefa enfadonha. Eu me veria livre da presença do puxa saco!
Fui pra casa pensativa, chateada, absurdamente cansada e decidida a passar três meses vivendo de brisa até que as coisas voltem pro seu lugar. Tudo isso porque eu não aceito o que ouvi, eu não aceito o que senti, eu não aceito ser subestimada por algo que sempre fiz com excelêcia (tem quem reconheça isso). E penso, será que fazem de propósito?? É uma espécie de teste do tipo, vou sugar todas as tuas forças só pra ver se consegues chegar no teu limite? Só pra ver se realmente és capaz, se suportas uma tarde inteira de encheção de saco e disco furado na mesma faixa que diz: "bora, termina isso". "Siiim!!! Isso não acaba nunca?!!! "Não quero mais te ver por aqui amanhã!!!!" Essa doeu, e como doeu. Você incomodar porque tá trabalhando...
Bom, alguém vai perder nessa história e...lamentavelmente, sabemos que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
Não esqueçamos que somos feitos de corpo, alma e coração. E que mesmo aquele ser que parece um brutamontes tem sentimentos. Nossas palavras mal ditas (ou malditas mesmo) causam feridas que demoram um tempo a mais pra sarar.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Aniversariar...
Hoje ao acordar a primeira coisa eu fiz foi agradecer a Deus, e como sempre faço o primeiro agradecimento foi pelo dom da vida. Mas os principais agradecimentos foram: a família e os amigos. A primeira por ser meu porto seguro e os segundos por manterem o que vive em mim. Coisas como alegria, leveza, dureza e delicadeza.
É importante e precioso entender como esses dois grupos são o que verdadeiramente te fazem manter de pé. Você não seria quem você é se não tivesse qualquer uma dessas referêcias. São eles que permitem a você conhecer os mais variados tipos de sentimentos, os que moldam o seu caráter e aqueles que você não quer guardar dntro de sí.
São eles que estarão a seu lado na alegria e na doença, na saúde e na tristeza, amando-lhe e respeitando-lhe todos os dias de sua vida.
Só entenda uma coisa: é DEUS quem permite tudo isso. Sem Ele você simplesmente não é nada (que me perdoem os céticos). Sem Ele eu simplesmente não sei o que fazer. A Ele todo o agradecimento por mais um ano de vida em prol do Seu amor e Suas bênçãos.
Para completar meu dia, hoje tem Direção Espirutual. programa que eu espero estar livre para assistir, já que Pe. Fábio tem sempre algo bom pra me dizer.
Que meu dia seja abençoado, éo que desejo, o mais é pura gratidão, eu sou muito feliz! Graças a Deus!
É importante e precioso entender como esses dois grupos são o que verdadeiramente te fazem manter de pé. Você não seria quem você é se não tivesse qualquer uma dessas referêcias. São eles que permitem a você conhecer os mais variados tipos de sentimentos, os que moldam o seu caráter e aqueles que você não quer guardar dntro de sí.
São eles que estarão a seu lado na alegria e na doença, na saúde e na tristeza, amando-lhe e respeitando-lhe todos os dias de sua vida.
Só entenda uma coisa: é DEUS quem permite tudo isso. Sem Ele você simplesmente não é nada (que me perdoem os céticos). Sem Ele eu simplesmente não sei o que fazer. A Ele todo o agradecimento por mais um ano de vida em prol do Seu amor e Suas bênçãos.
Para completar meu dia, hoje tem Direção Espirutual. programa que eu espero estar livre para assistir, já que Pe. Fábio tem sempre algo bom pra me dizer.
Que meu dia seja abençoado, éo que desejo, o mais é pura gratidão, eu sou muito feliz! Graças a Deus!
O QUE É SUCESSO?
Aos 02 anos sucesso é: conseguir andar.
Aos 04 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças.
Aos 12 anos . sucesso é: ter amigos.
Aos 18 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.
Aos 20 anos . sucesso é: fazer sexo.
Aos 35 anos . sucesso é: dinheiro.
Aos 50 anos . sucesso é: dinheiro.
Aos 60 anos . sucesso é: fazer sexo.
Aos 70 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.
Aos 75 anos . sucesso é: ter amigos.
Aos 80 anos .. sucesso é: não fazer xixi nas calças.
Aos 90 anos . sucesso é: conseguir andar.
ASSIM É A VIDA....
"...NÃO LEVAMOS NADA DESSA VIDA, PARA QUE PERDER TEMPO COM MALDADE, COM FALSIDADE, COM FALTA DE AMOR...
TODOS TEREMOS O MESMO DESTINO, INDEPENDENTEMENTE DA CONDIÇÃO FINANCEIRA, DA CLASSE SOCIAL; PORTANTO ... AME MUITO, VÁ ATRÁS DO SEU GRANDE AMOR ... BRINQUE , PERDOE E APROVEITE A VIDA.... ENFIM ...
SEJA FELIZ"
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
O jogo da regra
Olá, como vai?
-Tudo bem. E com você?
- Bem também., graças a Deus.
Que dizer, na verdade me aconteceram algumas coisas essas semana...
(Ai, não! Lá vem despejar aquele monte de desgraças, não perde a mania!)
- O que houve?
(Puta merda, não era pra eu ter falado isso! Será que eu conto?)
- Meu marido me traiu.
(Bem feito, corna! quem mandou vacilar?! Mas adoro uma fofoca)
- Menina, me conta como foi isso...
(Ai, não! nada haver contar minhas intimidades. Ainda vai me chamar de corna um dia...)
- Bom, já tinha um tempo que andava desconfiando, sabe. Ele vinha com aquele velho papo de reuiões pós expediente; o telefone ficava longe de mim como uma peste bubônica e quando tocava ele se apressava em atender. Ficava meio de lado e sempre falava em alto e bom tom nomes masculinos: "Fala Marcelo", "O que é que tu mandas Beto?", "E aí Fernando?"...
(Ahã? Marcela, Roberta e Fernanda. Fácil de deduzir).
- Pois é, aquilo foi me irritando e daí passou a ser uma questão de honra descobri a verdade. Eu não dormiria tranquila até que descobrisse.
-Ahã
(Até parece que agora que descobriu que é corna, dorme)
- Passei então a aparecer no meio da manhã no trabalho dele pra convidá-lo pra um café. Quando estava usando o computador eu me colocava sobre seus ombros numa tentativa desenfreada de descobrir a senha do seu email, mas foi em vão. Nunca havia percebido antes o quanto ele era ágil no teclado pra digitar uma senha tão complicada e loga que mais parecia o Salmo 91 em latim, em sentido invertido, extraído de uma Bília Romana.
(Nossa, como é hiperbólica!).
- Caramba!
- Mas eu não desisti.
(Merda, vai me atrazar toda a vida! Bastava dizer que era corna e que, aos 40, havia sido trocada por 2 de 20. Agoram, não, quer me contar toda a sua odisseia nos mínimos detalhes. Tenho mais o que fazer, ela que resolva seu chifre)
- Um belo dia...
(Porra, descobriu a galhada e ainda diz que o dia era belo)
...Ele ligou pra avisar de mais uma "reunião" e então eu resolvi pegar meu carro, estacionar próximo a empresa e escondida entre outros carros aguradei o desgraçado sair. Juro, tava disposta a colocar tudo em pratos limpos.
- E ele não desconfiou de nada?
(Que merda de pergunta. Mas meu silêncio já estava durando tempo demais, ela poderia desconfiar que aquela conversa já tinha dado, afinal, é minha amiga).
- Claro que não! Como ele iria desconfiar?! Tá doida?
(Filha-da-puta, ainda me xinga!)
- Tens razão.
- Pois é, como eu ia dizendo, fiquei lá plantada feito uma batata roxa
(E gorda!)
esperando ele sair. Depois de meia hora me sai o desgraçado todo sorridente com o banco do carona ocupado por um belo par de coxas: a estagiária.
(Óóó, descobriu a pólvora)
- Que miserável, amiga!
- Peguei meu carro e fui atrás.
(Ô cacete! Ainda foi atrás, vai gostar de sofrer assim no inferno!)
- A-mi-ga, meu mundo caiu quando os vi entrando no motel onde ele costumava me levar.
(É sempre assim, os homens não têm muita criatividade na hora da traição. É tão óbvio que a gente não se dá o trabalho de imaginar).
- Mas que grande cafajeste!
- Não contei conversa, cheguei em casa, arrumei as tralhas dele numa mala velha e fiquei aguardando ele chegar. Ele me devia uma satisafação.
(Ele já tinha dado quando disse que tava numa reunião, ou a senhora acha que ele iria ligar pra dizer: "oi amor, jante sozinha, hoje eu vou chegar mais tarde porque tô fazendo sexo como nunca mais fizemos, com a minha estagiária. ah, eu vou levá-la ao nosso ex-Motel favorito. Você não se importa, né amor?").
- E aí?
(Caralho, tô mais que atrasada, mas a curiosidade voltou, tenho que saber o desfecho dessa história).
- Chegou as nove e meia, desabotoando a gravata e alegando cansaço. Sequer quis jantar. Só disse que precisava dormir.
(Claro, né minha filha, sexo animal cansa. É normal. E ele já havia jantado, e muito bem, como você mesma pôde constatar).
- E você?
- Eu quis morrer, né amiga? Isso não é coisa que se faça com a pessoa que vive ao lado dele há sete anos, que fez de tudo pra construir um casamento sólido, que já planeja filhos, que cuida dele como nenhuma outra jamais cuidaria, que segurou na sua mão quando ele precisou operar do apêndice e "dormiu" três noites naquela poltrona velha e dura do hospital, que sabe advinhar seus gostos, que separa cuidadosamente a sua roupa para o trabalho no dia seguinte, e lhe entrega um sorriso às seis horas todas as manhã, despedindo-me com um longo abraço, um beijo e pedindo pra que ele se cuide, que eu o aguardarei para o jantar, isso tudo com a boca cheia de Listerine porque ninguém merece beijar o outro com gosto de baba e... meeeeeeu Deeeeus, tô a-tra-sa-do-na!!!!!!! O carro dele quebrou e eu preciso ir buscá-lo no trabalho, ele já me ligou faz tempo!!!!!!!!! Tchau amiga, obrigada por escutar meu desafabo!
(Corna!).
By Clau Soares
P.S: qualquer semelhança com fatos, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Capítulo 16
"Depois de cerca de dez dias na Itália, a Depressão e a Solidão acabam me encontrando. Estou passeando pela Villa Borghese certa tarde, depois de um agradável dia de aula, e o sol está se pondo em toons de dourado acima da Basílica de São Pedro. Sinto-me contente neste cenário romântico, mesmo estando completamente sozinha, enquanto todas as outras pessoas no parque estão acariciando um amante ou brincando com uma criança risonha. Mas quando paro e me apóio em uma balaustrada para admirar o pôr-do-sol, acabo pensando um pouco demais, e meus pensamentos se tornaram sombrios, é então que as duas me encontram.
Aproximam-se de mim, silenciosas e ameaçadoras como detetives particulares, e me cercam - a Depressão pela esquerda, a Solidão pela direita. Sequer precisam me mostrar seus distintivos. Eu as conheço muito bem. Há anos que temos brincado de gato e rato. Embora eu reconheça que estou surpresa por encontrá-las neste elegante jardim italiano ao entradecer. Elas não combinam com este lugar.
Pergunto a elas:
'Como vocês me encontraram aqui? Quem disse a vocês que eu tinha vindo para Roma?'
A Depressão, sempre bancando a esperta, diz:
'Como assim, você não está feliz em nos ver?'
'Vá embora', digo a ela.
A Solidão, a mais sensível das duas, diz:
'Desculpe, mas eu talvez precise seguir a senhora durante toda a sua viagem. É a minha missão.'
'Eu preferiria que você não fizesse isso', digo-lhe, e ela dá de ombros, quase pedindo desculpas, mas se aproximando ainda mais.
Então elas me revistam. Esvaziam meus bolsos de qualquer alegria que eu estivesse carregando aqui. A Depressão chega a confiscar minha identidade; mas ela sempre faz isso. Então a Solidão começa a me interrogar, coisa que detesto, porque sempre dura horas. Ela é educada, mas implacável, e sempre acaba me encurralando. Pergunta se eu acho que tenho algum motivo para estar feliz. Pergunta por que estou sozinha esta noite, outra vez. Pergunta (embora já tenhamos passado por essemesmo interrogatório vezes sem conta) por que não consigo manter um relacionamento, por que arruinei meu casamento, por que estraguei tudo com o David, por que estraguei tudo com todos os homens coom quem já estive. Pergunta-me onde eu estava na noite em que completei 30 anos, e por que as coisas azedaram tanto desde então. Pergunta por que não consigo me recuperar, e por que não estou nos Estados Unidos, morando em uma bela casa e criando belos filhos, como qualque rmulher respeitável da minha idade deveria fazer. Pergunta por que, exatamente, eu acho que mereço umas férias em Roma, quando transformei minha vida em um tamanho caos. Pergunta por que acho que fugir para a Itália como uma estudante universitária vai me fazer feliz. Pergunta onde acho que vou estar quando ficar velha, se continuar vivendo assim.
Volto a pé para casa, esperando conseguir me livrar delas, mas elas continuam a me seguir, essas duas capangas. A Depressão me segura firme pelo ombro e a Solidão me bombardeia com seu interrogatório. Sequer tenho forças para jantar; não quero que elas fiquem me espionando. Também não quero que subam as escadas até mue apartamento, mas conheço a Depressão, e sei que ela carrega um cassetete, então não há como impedi-la de entrar, se ela decidir que quer fazer isso.
'Não é justo vocês virem aqui', digo à Depressão. 'Já paguei vocês. Já cumpri minha pena lá em Nova York.'
Mas ela simplesmente me dá aquele sorriso sombrio, acomoda-se em minha cadeira preferida e acende um charuto, enchendo o aposento com sua fumaça desagradável. A Solidão olha aquela cena e dá um suspiro, em seguida deita-se na minha cama e se cobre com as cobertas, inteiramente vestida, de sapato e tudo. Etou sentindo que vaime obrigar a dormir com ela de novo esta noite."
*Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert
Aproximam-se de mim, silenciosas e ameaçadoras como detetives particulares, e me cercam - a Depressão pela esquerda, a Solidão pela direita. Sequer precisam me mostrar seus distintivos. Eu as conheço muito bem. Há anos que temos brincado de gato e rato. Embora eu reconheça que estou surpresa por encontrá-las neste elegante jardim italiano ao entradecer. Elas não combinam com este lugar.
Pergunto a elas:
'Como vocês me encontraram aqui? Quem disse a vocês que eu tinha vindo para Roma?'
A Depressão, sempre bancando a esperta, diz:
'Como assim, você não está feliz em nos ver?'
'Vá embora', digo a ela.
A Solidão, a mais sensível das duas, diz:
'Desculpe, mas eu talvez precise seguir a senhora durante toda a sua viagem. É a minha missão.'
'Eu preferiria que você não fizesse isso', digo-lhe, e ela dá de ombros, quase pedindo desculpas, mas se aproximando ainda mais.
Então elas me revistam. Esvaziam meus bolsos de qualquer alegria que eu estivesse carregando aqui. A Depressão chega a confiscar minha identidade; mas ela sempre faz isso. Então a Solidão começa a me interrogar, coisa que detesto, porque sempre dura horas. Ela é educada, mas implacável, e sempre acaba me encurralando. Pergunta se eu acho que tenho algum motivo para estar feliz. Pergunta por que estou sozinha esta noite, outra vez. Pergunta (embora já tenhamos passado por essemesmo interrogatório vezes sem conta) por que não consigo manter um relacionamento, por que arruinei meu casamento, por que estraguei tudo com o David, por que estraguei tudo com todos os homens coom quem já estive. Pergunta-me onde eu estava na noite em que completei 30 anos, e por que as coisas azedaram tanto desde então. Pergunta por que não consigo me recuperar, e por que não estou nos Estados Unidos, morando em uma bela casa e criando belos filhos, como qualque rmulher respeitável da minha idade deveria fazer. Pergunta por que, exatamente, eu acho que mereço umas férias em Roma, quando transformei minha vida em um tamanho caos. Pergunta por que acho que fugir para a Itália como uma estudante universitária vai me fazer feliz. Pergunta onde acho que vou estar quando ficar velha, se continuar vivendo assim.
Volto a pé para casa, esperando conseguir me livrar delas, mas elas continuam a me seguir, essas duas capangas. A Depressão me segura firme pelo ombro e a Solidão me bombardeia com seu interrogatório. Sequer tenho forças para jantar; não quero que elas fiquem me espionando. Também não quero que subam as escadas até mue apartamento, mas conheço a Depressão, e sei que ela carrega um cassetete, então não há como impedi-la de entrar, se ela decidir que quer fazer isso.
'Não é justo vocês virem aqui', digo à Depressão. 'Já paguei vocês. Já cumpri minha pena lá em Nova York.'
Mas ela simplesmente me dá aquele sorriso sombrio, acomoda-se em minha cadeira preferida e acende um charuto, enchendo o aposento com sua fumaça desagradável. A Solidão olha aquela cena e dá um suspiro, em seguida deita-se na minha cama e se cobre com as cobertas, inteiramente vestida, de sapato e tudo. Etou sentindo que vaime obrigar a dormir com ela de novo esta noite."
*Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
On the road, in the clouds
Ouça um conselho que lhe dou de graça: Viaje!
Ainda que essa viagem não seja planejada, vale a pena cada centavo gasto e cada dívida que sobra para os próximos meses no teu cartão de crédito.
Viaje!
O prazer de conhecer novos lugares, novas culturas, novos olhares, sotaques, paisagens modificadas na janela quando acordas é único e vale pra uma vida toda. Fica guardado no teu coração e nas tuas retinas. Sem contar que o bacana mesmo é poder contar pros amigos, por exemplo, que assistiu Tropa de Elite 2 na na cidade onde o filme foi rodado: Rio de Janeiro. Soberbas à parte é uma sa-tis-fa-ção e um incentivo pra que façam o mesmo.
Viaje!
Você vai passar por situações inusitadas, como por exemplo, fazer sinal pro ônibus em São Paulo sem necessidade, já que você está numa estação, porque na sua cidade é necessário, mas na deles, não!
Chega lá e é obrigado a adiantar o seu relógio em uma hora por conta do horário de verão. Daí você liga pra sua família as 7h30 da manhã e acorda todo mundo.
Viaje!
É um colírio para os olhos ver o mar de um azul incrível, único. Pereceber a arquitetura dos predios mais antigos e a dos modernos. Apreciar montanhas, morros, vales. Sentir o frio (do corpo e da espinha), o calor (do corpo e do povo). Fazer paralelos ufânísticos e se orgulhar porque na tua terra o açaí é "de verdade" e lamentar por não ter o privilégio de ter um circuito cultural tão diversificado.
Viaje!
Mas não viaje só, em boa companhia é muito melhor. A dois, a três, a quatro, a tantos quantos forem legais, parceiros, companheiros de uma aventura que te deixa extasiado, querendo acordar cedo e dormir muito tarde pra não perder nem um pouco do que o lugar oferece. Recarregue a bateria da máquina quantas vezes forem necessárias. Recarregue a sua energia, o seu humor, o seu espírito, o seu conhecimento.
Viaje!
De olhos e coração bem abertos, pra enxergar que há muito mais do que podes ver, perceber, sentir. Pra não morrer sem ter estado em outros estados. Pra conferir o inusitado e se encantar com outras paisagens. Pra respirar novos ares, fugir da rotina, comer em outra cantina.
Viaje!
Claro, aproveite a vida! Claro, ela é curta! Claro, ela urge! Claro, você se sentirá melhor, como eu me sinto agora. Mas não esqueçam o imprescindível: Deus na bagagem.
Ainda que essa viagem não seja planejada, vale a pena cada centavo gasto e cada dívida que sobra para os próximos meses no teu cartão de crédito.
Viaje!
O prazer de conhecer novos lugares, novas culturas, novos olhares, sotaques, paisagens modificadas na janela quando acordas é único e vale pra uma vida toda. Fica guardado no teu coração e nas tuas retinas. Sem contar que o bacana mesmo é poder contar pros amigos, por exemplo, que assistiu Tropa de Elite 2 na na cidade onde o filme foi rodado: Rio de Janeiro. Soberbas à parte é uma sa-tis-fa-ção e um incentivo pra que façam o mesmo.
Viaje!
Você vai passar por situações inusitadas, como por exemplo, fazer sinal pro ônibus em São Paulo sem necessidade, já que você está numa estação, porque na sua cidade é necessário, mas na deles, não!
Chega lá e é obrigado a adiantar o seu relógio em uma hora por conta do horário de verão. Daí você liga pra sua família as 7h30 da manhã e acorda todo mundo.
Viaje!
É um colírio para os olhos ver o mar de um azul incrível, único. Pereceber a arquitetura dos predios mais antigos e a dos modernos. Apreciar montanhas, morros, vales. Sentir o frio (do corpo e da espinha), o calor (do corpo e do povo). Fazer paralelos ufânísticos e se orgulhar porque na tua terra o açaí é "de verdade" e lamentar por não ter o privilégio de ter um circuito cultural tão diversificado.
Viaje!
Mas não viaje só, em boa companhia é muito melhor. A dois, a três, a quatro, a tantos quantos forem legais, parceiros, companheiros de uma aventura que te deixa extasiado, querendo acordar cedo e dormir muito tarde pra não perder nem um pouco do que o lugar oferece. Recarregue a bateria da máquina quantas vezes forem necessárias. Recarregue a sua energia, o seu humor, o seu espírito, o seu conhecimento.
Viaje!
De olhos e coração bem abertos, pra enxergar que há muito mais do que podes ver, perceber, sentir. Pra não morrer sem ter estado em outros estados. Pra conferir o inusitado e se encantar com outras paisagens. Pra respirar novos ares, fugir da rotina, comer em outra cantina.
Viaje!
Claro, aproveite a vida! Claro, ela é curta! Claro, ela urge! Claro, você se sentirá melhor, como eu me sinto agora. Mas não esqueçam o imprescindível: Deus na bagagem.
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