sexta-feira, 15 de julho de 2011

Coisas que a gente pode evitar

Sempre me orgulhei da minha falta de ciúme. Achava o próprio retrato da prudência e a materialização do cuidado que te alerta: "quem procura acha". Assim, não olhava o telefone à cata de deslizes; Não cheirava camisas farejando perfume estranho ao dele ou alguma sobra de carmim; não vasculhava carteira em busca de um bilhetinho cafona e mal escrito que diz "te adoro sempre". Não, isso nunca fez parte do meu show. Sempre acreditei que era mais fácil passar pela vida sem certos desencantos e desencontros. Afinal, ninguém é dono de nínguém, diz a célebre frase, se aquela pessoa tá com você é porque quer, não porque você a obrigou a isso. No mais, se o outro achar que vai te trair, não haverá nada que o impeça do feito e ele jamais vai chegar com você pra dizer que vai só dar uma escapulidinha ali e já volta, e também não há nada que o impeça de se apaixonar por outra pessoa. Portanto, relaxe e goze, mas não deixe de exigir e impor respeito, senão você vira fantoche.
Pois bem, acredito que fazendo isso você pode evitar uma decepção ou, no mínimo, uma dor de cabeça. Acho que já escrevi algo do tipo por aqui. Voltei ao assunto pra contar algo que aconteceu comigo e que, claro, eu poderia ter evitado.
Ele faria uma cirurgia, simples, mas ainda assim uma cirurgia. As vesperas eu liguei pra dizer que desejava que tudo desse certo, não me atendeu. Dois dias depois, idem. Passei mensagem dizendo da minha preocupação, mas não tive retorno. Isso foi na sexta passada.
Até hoje estava apreensiva, ligando todos os dias, passando mensagem. Pronto, o moço só pode estar de cama! Não aguentando mais a falta de notícias resolvi ligar para o trabalho dele: "Alô, oiii, tu sabes me dar notícia do nosso amigo?", - "Ah, ele tá muito bem, a cirurgia foi ótima, ele ligou pra cá ainda há pouco e disse que por ele já voltava a trabalhar, mas o médico achou melhor não...", -"Ah, tah, obrigada".
Por conta disso, a ingênua burrice venceu a velha prudência. Esqueço meu telefone e faço a ligação de um outro número e, adivinhem o que aconteceu ao terceiro toque?
Pois é, ele atendeu.
Ele tá bem e eu preocupada à toa. Afinal, ele não queria atender. Simples, era isso, o que pra mim não é assim tão simples, pois pela história é fácil deduzir que ele não é o tipo de pessoa com quem não me importe. É claro que rolou aquele misto de chateação com encaralhamento, mas a-cul-pa-é-to-da-mi-nha, ou será que eu não poderia ter evitado simplesmente não ligando já que o que me interessava eram notícias dele e eu já as tinha?
Que bom que ele tá bem. Que bom!
Quanto a mim...
Deixa pra lá.

2 comentários:

  1. Opinião minha:
    Educação é fundamental. Alguém ligou pra ti é por que precisa falar contigo. Apenas em caso de total convalescência é permitido não atender.
    Faltou educação. E isso é a penas o básico.
    Um abraço moça e boa sorte.

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  2. A sua opinião é a mesma que a minha, meu querido. Mas isso já é considerado dado por fim. Bjs e obrigada por suas gentis visitas

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Olha Clau...