quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sobre RESPEITO

Há muito tempo aprendi uma preciosidade:
Na lei dos homens e PRINCIPALENTE na lei de Deus TODOS SOMOS IGUAIS
O que me espanta nessa certeza é o fato de ela não ser fato, além de provas que desvirtuam essas leis. Hoje fui premiada com um "delicioso" chá de cadeira de exatas 4 horas e 40 minutos.
Sabe-se que qualquer ser humano tem um limite de paciência, uns menos outros mais, mas nenhum 100%. Acho que tô no meio do caminho. Pois bem.
Hoje desejei pela primeira vez na vida ter Passarinho no sobrenome e não no coração, pois percebi que teu sobrenome em muitos casos se sobrepõe a qualquer outra qualidade que tenhas. Para mim carga valorativa reside justamente no impalpável: respeito, amor, educação, humanidade, amizade, sinceridade, fé. Um sapato, uma bolsa ou qualquer outra coisa assinada por um sobrenome para mim são apenas COISAS.
Nessa espera desrespeitosa o que ví foram ternos, bolsas, sobrenomes e sapatos passarem na minha frente enquanto eu procurava o que fazer. Pra minha sorte havia um livro na bolsa e um celular cheio de telefones que já não mais estão ativos. Isso me ocupou. Mas o desrespeito do "plantão" não foi esquecido. Na metade da espera um amigo sentou a meu lado e carinhosamente comentou: - "É chato esperar tanto tempo, né? E pensar que as vezes a pessoa entra e ainda não tem uma resposta positiva. É ralado, né querida?!"
É. É ralado, é foda, é revoltante!!!  Sequer uma satisfação era dada enquanto os ponteiros pouco avançavam. Enquanto isso muito trabalho ficava atravancado a minha espera e eu ali, sentada até que não aguentei mais e percebi que do canto externo dos olhos uma minúscula lágrima ia se apresentado como sinal do meu cansaço, minha revolta e meu sentimento de humilhação.
Quando finalmente fui recebida (colocada no penúlimo lugar da "fila") percebi alí um despropósito na minha presença e a ausência de soluções.
Saí dali entre o caos, a revolta, a fome e o desejo infinito e rotineiro de dar um tempo em outras paragens pra ver se a vida muda de estrada, de arquipélago, de geografia, de roteiro, de gaveta. As lágrimas deram uma engrossada e aumentaram a frequência. A torneira foi ligada e o coração esvaziado, endurecendo um pouquinho mais, descrendo um pouquinho mais e percebendo que não importa o quanto você valoriza o bem, os valores morais, o famigerado amor; sempre haverá um filho-da-puta pra criar o antagonismo e tornar o mundo mais podre.
Fico por aqui, antes que meu pote transborde.

2 comentários:

  1. O pior é que agora estas do outro lado e verás muitas pessoas tendo o mesmo sentimento que tu...eu agradeço pela oportunidade q tive, mas é revoltante!

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Olha Clau...