terça-feira, 6 de abril de 2010

Crise dos 7 anos.



No tempo em que eu era neném, não tinha talco e mamãe passava açúcar em mim falava-se com pesar sobre a tal crise dos sete anos...



"Casaram e viveram felizes para sempre, mas com sete anos de casados tiveram 'aquela' famosa crise e foi cada um pra o seu lado. Eles, inclusive, já tinham 5 filhos que ela se esforçou para criar durante o tempo da separação. Mas o amor sempre fala mais alto. As famílias sempre interferem e o que parecia ser o fim de um casamento transformou-se na reafirmação dos sentimentos, afinal, tinham cinco filhos e, aquela altura do campeonado não era mais prudente uma separação. No mais, ele sempre fora uma homem trabalhador e ela uma excelente dona de casa".



Para! Para! Para!

Naquele tempo era assim, hoje o discurso é bem outro. Os relacionamentos duradouros têm o costume de cair em meio ao vão, e a tal crise dos sete anos se transformou em crise dos sete meses, sete semanas, sete dias. Não há mais receitas; raramente há filhos em número maior que dois; as mulheres já não são mais donas do lar, cuidam de suas vidas e, dos filhos, quem cuida são as babás e a educação base ficou por conta da escola. Não há mais tempo pra essas "bobagens" de cuidados com maridos e filhos, graças ao sistema capitalista latente e literalmente desgovernado. Mas não vamos falar sobre isso.

Prevalecem nas relações a intolerância, o egoísmo, a auto afirmação e, claro, a velocidade:

- Oi Yasmim, como vai o Felipe Henrique?
- Quem, o finado? Esse já era. Pegava muito no meu pé. Queria sair na sexta com minhas amigas pra uma noitada e ele ligava toda hora. Que saco! Agora tô namorando uma médico, Dr. Patrick Charaudeau, tem uma semana, mas já num tô gostando de umas coisas, ele tem pé chato e gosta de Calypso...



Para! Para! Para!



Fica só, é a melhor solução. Ou será que ninguém te contou que as pessoas têm defeitos? Têm e muitos, mas há de terem qualidades também. Vai com calma...


Sabemos dos muitos, vários fatores que hoje impedem a maior durabilidade dos relacionamentos, mas se você estiver com alguém de quem sente saudade, sente carinho, respeita. Quando chegar essa crise de dias dê uma trégua. Conte até dez, onze, doze, trinta, cem, mil e se esforce pra que o brilho nos olhos não se apague com o pôr do sol do primeiro final de semana juntos.


No mais, se não der certo, você pode ao menos dizer que tentou, que foi feliz enquanto durou e, pode ainda não carregar nas costas o peso da responsabilidade por ter sido injusta com você e com o outro.

Não que isso signifique voltar aos tempos áureos de nossos antepassados, afinal, a modernidade tá aí pra nos modificar, mas que tal crer que pode ser menos fulgaz?



Clau Soares




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