"Os homens de mérito não precisam cuidar da sua fama; a inveja dos tolos e dos petulantes se encarrega de propagá-la."
(Cándido Nocegal y Rodríguez de la Flor)
(Cándido Nocegal y Rodríguez de la Flor)
Veja bem, meu bem, como anda sua vida? Eu disse, a sua, porque a dos outros a eles importa.
Creio que inveja tem muito de intromissão na vida alheia. Tem muito de ficar aos quatro cantos blasfemando (e bostejando) contra pessoas que, geralmente, estão nem aí pro tal do invejoso (normalmente in-ve-jo-sa).
Incrivelmente, mesmo não me achando o supra sumo de nada, fui e sou vítima dos maledicentes. Conversava outro dia sobre isso com uma amiga, porque nos descobrimos invejosas.
Com todo o tom pejorativo que o termo e ação em si denotam, percebemos que bem lá no fundo há uma inveja que não é maléfica. Dirão: mas qual? Eu explico.
Como linguistas, eu e minha amiga temos admiração profunda por alguns autores dos quais devoramos bibliografias. E ela me contava que uma doutora em nossa área, professora da mangueirosa, esteve participando de uma Seminário em São Paulo e depois foi convidada pelo prórpio Sirio Possenti (linguísta) para tomar um chopp. E nós nos roemos.
Outra. Contou ela também que um de seus professores do mestrado é doutor em análise do discurso desde os 28 anos de idade, além de ser amigo pessoal de João Wanderley Geraldi (também linguísta). E nós nos roemos, de nooovo. Mas junto com toda essa "roeção" veio o impulso, o desejo: "um dia estaremos lá". E essa "roeção" não foi nada que nos tirasse o sono ou nos desse brotoejas. Eu diria até que se trata de admiração em excesso. Daí percebemos que, neste caso, não houve maldade em invejar, mas um desejo explícito em chegar lá.
Agora perceba, nossos nomes andam rolando à boca miúda pelos motivos mais fúteis do mundo, uma inveja sem precedentes nem motivos, pois o que fazemos (eu e minha amiga) é estudar para chegar a degraus mais altos de sabedoria daquilo que apreciamos, daquilo que amamos. Daí nos perguntamos? Como, meu Deus, invejam nossas pessoas se nem sequer apreciam o pensar, o estudar, o progredir intelectualmente?
O MEC pode comprovar isso. O Lattes, idem.
Admitiríamos a inveja se nela houvesse lógica. Quem sabe até não nos uniríamos para dar apoio e forças pra que subissem seus degraus com suas próprias pernas. Mas não dá. Suas línguas pesam demais. Atrapalham demais. Reclamam demais.
Elas tropeçam. Elas sempre caem, seja em contradição ou puramente com a cara no chão.
Enquanto isso... rimos à beça, tomamos uns choppes, fazemos compras, amigos novos, estudamos, cuidamos de nossas vidas. Afinal, temos ocupações e preocupações que nos enchem o tempo, este senhor da vida que vive a nos dizer: "Não se esqueça de mim, não se perca de mim, não desapareça".
E mesmo com toda essa consumação de tempo, ainda o temos para dedicar uma prece aos maus invejosos. Mas é somente isso que podemos fazer, o resto é com os Bocages.
Pra quem acredita, vale uma figa, uma pimenta vermelha, um olho grego etc. etc. etc.
Beijinhos letrados.
Clau
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