quinta-feira, 13 de maio de 2010

O sentido da vida



Parem todos os sentimentos, todas as emoções vividas, todos os olhares, todos os despertares, todo o rancor, amor, ódio, fadiga, desprezos e paixões.

Parem tudo o que me construiu até agora, o que me fez ser quem sou.

Renasci.

Tudo isso já não faz mais sentido. Foi-se.

Conversei com Deus firmemente e vociferei: "Não pode! Não fizemos nada de muito grave pra isso! É cedo! Ainda não pudemos desfrutar de todo amor que essa presença tão iluminada tem a nos oferecer! Não pode, Senhor!"

E como SEMPRE, Ele me ouviu e entendeu meu desespero na voz e no coração. Ele sabia exatamente o que eu precisava entender. E entendi.

Entendi o verdadeiro sentido na vida.

Entendi que o único sentimento que me importou até hoje foi aquele que senti há 5 dias. Um sentimento que não descrevo porque nem todo o conhecimento do mundo me permite decrever, mas sei o que me fez sentir, o que mudou em mim depois que olhei a pior cena da minha vida: meu anjo em um leito molhado, quase sem sangue nas veias, com um tubo que entrava em suas narinas para ajudá-la na tarefa que eu fazia com a maior facilidade, tinha ainda drogas sendo injetadas em suas veias para que pudesse ficar com a gente.

A partir de então pude finalmente compreender, que é o amor incondicional que vem do sangue que move tudo o que sou.

Não, eu não imaginaria minha vida sem minha estrelinha e por isso, vejo que tudo é pequeno, é miúdo diante da responsabilidade de amar e cuidar das pessoas que me ajudaram a construir o meu edifício moral e afetivo e que me mantém viva. Que daria todo sangue do meu corpo e toda aminha alma se preciso fosse, para que ela continue vivendo, pra que ela continue a encantar e deixar queixos caídos com as gracinhas que faz, com os sorrisos que distribui.

E esqueci de tudo, principalmente daqueles que um dia me fizeram mal. Eu os perdoei. São fatos menores ante a responsabilidade de dispensar amor à minha família, às minhas filhas. O que me fizeram não alterou nada em mim, não diminuiu minha felicidade, não me fez menor. Agora, se algo aos que amo acontecer, aí eu perco tudo. Eu perco chão. Eu emudeço. Volto a ser pó, ou então enlouqueço.

Revivi.

Morri e agora retorno com um olhar diferente sob o mundo.

Ainda morro, mas de medo, um medo que vai me acompanhar pra sempre e que vai guardar necessariamente aquela imagem nos meus quintais, pra que eu vez em quando recorra a ela e mude o que for necessário mudar e que compreenda o que nada me é possível fazer.

E tenho amor, muito, tanto, que já não me percebo fora disso, que já não sobreviveria sem a felicidade que toma conta de mim.

Obrigada meu Pai, pastor eterno. Obrigada minha Mãe, que jogou sobre minha estrelinha o seu manto sagrado e, mais uma vez, aumentou minha fé.
Finalmente, sei o que é AMOR que não se mede!

Amém!

Um comentário:

  1. Lindo, Clau. Uma verdadeira oração. Acho que somente em horas como essa descobrimos o verdadeiro sentido da vida e o verdadeiro significado do amor.
    Saudades. Beijos da eterna amiga.

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Olha Clau...