terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E ao final de mais um ciclo...

Aquele velho balanço...
Se for pra classificar esse ano, eu digo que foi mais um ano digno. Me apaixonei. Vivi uma linda história de amor que não durou mais que um verão, e daí? Não precisou de mais que isso pra ser inesquecível, com direito a olheiras ocasionadas pelo sexo que via o sol nascer. #ClaudianaSafadjeenha.
Esse ano tive meu carro, que foi meu um tanto quanto na marra! E que ficou comigo tempo suficiente pra me deixar endividada até hoje. Rsrsrsrs.Ri alto de amigos que se tornaram meu refúgio, meu ponto de apoio, protagonistas das histórias mais engraçadas que eu poderia ter vivido ao longo da minha vida, tanto que por muitas vezes eu tive dor na mandíbula. Perdi dinheiro pra gente safada, cara de pau, a quem ajudei e fui enganada. Enfim, Deus está vendo isso.Perdi uma amiga pras drogas, uma pessoa de coração bom e mente fraca. Que tudo tinha e tudo vai  perder graças a decisões desacertadas que tomou. Fui tão cruel com ela quanto ela foi comigo. Ela apanhou, a dor foi minha.Perdoei pessoas imperdoáveis e quem se sentiu bem fui eu.Aumentei minha fé graças aos programas da Canção Nova, que me renovam diariamente e que me fazem sentir de Deus. Escolhi "Pra você guardei o amor" como a minha canção do ano e por esse motivo, claro, fui ao Show do Nando reis. Resolvi probleminhas corriqueiros em família e tive medo de perder meu irmão pra depressão e pra covardia que nada resolve e tudo dissolve, como fumaça no ar. Vivi uma aventura de verão em meio a um paraíso tropical e foi tããão bom. Viajei na maionese e de avião, sendo esta a melhor parte, pois conheci novas cidades, novos costumes, comportamentos, sotaques, viveres. Sempre me sinto renovada quando viajo. Eu sempre volto melhor. Engordei e isso não é nenhuma novidade nem exclusividade deste ano. Fui solidária e por mais um ano Deus me abençoou e eu pude, junto com minha amiga Gigi, fazer o Natal das crianças da Pastoral.  Renovei meu amor por minha família e amigos e tive a certeza de que são exatamente eles que me fortalecem e me (re)constroem. Pensei em desistir mas Deus puxou minha orelha e me disse: "tem calma, minha filha". Li, li muitos e tantos livros que desisti de tentar fazer as contas. Chorei em frente a TV diante de situações desumanas. Por sinal, essa é uma das poucas coisas que me fazem colocar em ação meu canal lacrimal. Trabalhei em mais uma campanha, só que dessa vez infelizmente não saimos vitoriosos. Assisti a mais uma copa que o Brasil não ganhou. Fui ao show da Adraiana e me encantei e me apaixonei e me emocionei ao vê-la cantar "Olhos no Espelho" com o Cosme. E Esse passeio me fez reencontrar a Flavinha, minha jornalista favorita. Fui madrinha de casamento do Joao & Aladir e dindinha da Pétala Maitê.Cantei as músicas que eu amo até ficar rouca de tanta emoção. Fiz amigos novos e me esforcei pra manter os antigos. Conheci e comi e adorei Burg King e torço pra que chegue logo a Belém. Virei garota Água de Cheiro e decidi que é pra lá que eu vou. Fiz esforço sobre humano pra entender certas situações que me deixaram impotente, que me plantaram dúvidas, que me tiraram o sono, mas que me fizeram renascer. Reconheci quem são meus verdadeiros amigos, aliás, eu não, meu coração que sempre foi fadado à decepções. Tive um milhão de dúvidas e sempre procurei solucioná-las. Não mendiguei amor, mas me doei sem receios porque é preciso mergulhar pra depois ver no que vai dar e...se não der, o esforço da tentativa é algo que sempre valerá a pena. Falei mal dos outros que por sua vez também falaram mal de mim e me julgaram, mas...e daí? O importante é saber-se viva! Ainda não fiz minha tatuagem mas só preciso da necessária coragem que um dia vem. Gastei todo o meu dinheiro, afinal, pra que guardar?? O fututo é tão incerto que têm o costume de cair em meio ao vão, como disse o poeta. Tive minha primeira plantinha pra cuidar, trata-se de uma "espada-se-São-Jorge", presente de minha amiga Dani, que hoje está lá em casa, depois de ter saído do Centur. Mudei de casa como o filho pródigo, mas hoje retornei e faço puleiro na cabeça da minha mãe. Entendi o quanto D. Nazaré precisa de mim, sem mim ela não se digna nem a comer se tiver magoada. O que é uma tolice, mas acabo achando que nada mais é que um recado de Deus pra mim. Me aborreci e me apaixonei ainda mais pela Stefany, esse serzinho iluminado que veio pra nos dar um monte de lição e pra nos encantar com sua inteligência quase sem limites. Ganhei a coleção inteira do Los Hermanos, graças ao meu primo-irmão que virou um evangélico radical extremista, que não comeu nem a comida do Círio, que acompanhei ao lado do meu anjo Betinha e minha amiga queridíssima Katiuscia.
E entre Perdas e Ganhos descobri que tenho todos os motivos do mundo pra ser FELIZ!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é Natal...

Tenho repetido isso exaustivamente nas minhas redes sociais: gente, esqueçam o velho, gordo, barbudo que anda de trenó levando e trazendo presentes e lembrem-se do verdadeiro aniversariante: JESUS. Ele é o nosso presente. Ele é O CARA! Então, que o nascimento do menino faça renascer em cada um de nós todas as esperanças, todos os sonhos desfeitos (já dizia o poeta que "os sonhos não envelhecem em meio a tantos gases lacrimogêneos), todas as utopias e nos renove a necessária fé. Nâo esqueçam de rezar e agradecer, pois tenho certeza que recebemos muito mais do que merecemos, apesar de menos do que gostaríamos, afinal, o ser humano é insatisfeito por excelência.
Enfim, vou dar uma sumida por aqui, minha vida anda frenética e prestes a se despedir da vida agitada socialmente que eu levava. Mas está tudo entregue nas mãos de Deus, Ele irá me guiar como, aliás, sempre tem feito, com sua mania de jamais me abandonar. Como sempre, não fiz planos para o próximo ano, minha vida é pensada diáriamente e já falei aqui sobre esse fatiamento de ano quete faz parar uma vez a cada 365 dias e repensar tua vida. Faça isso todos os dias.
Bom, pela manhã recebi um carinho da amiga Katiuscia. Presenteou-me com um livro que fala sobre sucesso, afetuosamente pensou em mim, lembrou de mim no momento emque estava na livraria. a dedicatória é mais um carinho à parte. É por essas e outras que a vida vale a pena. É por essas e outras que temos motivos pra agradecer diaria e exaustivamente.
Amanhã tem folga e irei com minha turma querida para Mosqueiro: Paula, Augusto, Aline, Victor, Katiuscia, Bruno e (tomara) Saint Clair. AMO-OS!
FELIZ NATAL!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Contrário do Amor - Martha Medeiros

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Definitivo - Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A prioridade

A fila estava enorme quando ela se aproximou. Vestido alegre, bolsa da moda, ar cansado, o rosto repleto de rugas e na arcada superior apenas um único canino se manifestava, provocando uma voz soprada:
- O final da fila é aqui??
- É
- Nooossa, meu Deus!
- Mas você tem prioridade.
- Só se for você, eu tenho 41 anos, nasci em 1969.
- Ah, desculpe!
Silêncio...
Sabe lá o que passou na cabeça das duas criaturas.
Fiquei me perguntando: O que define nossa idade??
Aquela mulher aparentemente sexagenária tinha apenas 41 anos, mas não era o que sinalizava suas rugas evidentes, explícitas.
No entanto, tem gente de mini saia por aí trancafiada dentro de seu quarto, de seu mundo, que você convida pra ir alí na esquina e a única resposta é a da preguiça. Um velha.
Mestre Laurentino, com seus oitenta e tantos ainda canta rock, toca gaita e procura sua "loirinha americana" em programas televisivos de grande audiência.
E Dercy Gonçalves?? Mandou muita gente se foder, desfilou de top less depois dos 70 em plena Marquês de sapucaí, aprontou todas!
Enquanto isso, tem menina por aí, por aí não, dentro de casa esperando o príncipe encantado. Acorda mana! A senhora vai conseguir, no máximo, o leiteiro, o entregador de gás, o carteiro, que são graças a você os pontenciais pretendentes.
Gente que leva a sério o hino e vive "deitado eternamente em berço explêndido". Acorda povo pra ver a banda passar cantando coisas de amor!!! Senão daqui há pouco vão te oferecer uma vaguinha na fila de prioridades.
Bom, eu morreria hoje mesmo sem medo e nem remorços, porque vivi, porque vivo, porque diariamente estou viva e aguardando ansiosa o telefone tocar pra um convite. E dou um recado: se não quiserem que eu vá, não convidem por educação porque eu não sou difícil, EU VOU MESMO! Quanto a prioridade??? Quem sabe daqui há uns 50 anos não me convidem pra entrar na fila.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Labutar

Ele tinha razão quando dizia que elas deviam trabalhar muito porque precisavam preencher algum vazio. Há duas semanas que tenho lembrado diariamente disso depois que tomei a decisão de enfiar a cara, o corpo e alma no trabalho. Tenho chegado em casa exausta depois de duas semanas de dupla jornada. Exausta e satisfeita. Exausta e pensativa. Exausta e grata a Deus pelas oportunidades. Exausta e feliz. Exausta e triste. E é justamente por esta última observação que minha cabeça lateja por várias noites. Eu perdi, definitivamente eu perdi. Perdi a vontade de levar adiante meu sonho, joguei a toalha e agora me resta preencher esse vazio de alguma forma.
Há momentos na vida em que temos de abrir mão daquilo que queremos, que idealizamos, em prol do imediatismo, de soluções instantâneas que de alguma forma abrirão um buraco em nossas vidas, um vazio, um vão e nos farão olhar pra nós mesmos com aquela cara de arrependidos.
Repito hoje a mesma coisa que fiz há quatro anos, e mesmo com um milhão e setecentas mil dúvidas na cabeça, quero acreditar que é o melhor a ser feito no momento, repetindo um ritual de auto engano. Faço contas matemáticas e mnemônicas na tentativa cruel e inútil de me convencer de que estou tomando uma decisão acertada. Invento histórias, finjo satisfação e o que sobra é esse grito preso na garganta, essa dor no peito...
Abrir mão. Eu sempre soube que não se pode ter tudo o que se quer e por isso é inevitável ter que abrir mão de algumas coisas, só não imaginei o quanto isso era cruel quando se trata do teu sonho. Eu chorei de alegria ao pisar pela primeira vez no Rio de Janeiro. Era um sonho de menina, que eu jamais imaginei realizar. Na verdade cria impossível e quando aconteceu foi como se eu fosse capaz de conseguir todos os outros, mas não é bem assim. Pra que esse fosse realizado um outro foi deixado de lado.
Dirão: "Mas não é assim a vida? Ganha-se aqui, perde-se acolá e vamos levando..."
Respondo: Não, não a minha vida tão feliz e sempre proclamada.
Eu perdi, e o que me resta é dar conta disso, aceitar os fatos e seguir, de alguma forma seguir.
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