sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bye bye julho

Já deixa saudades esse mês de sol.
Salinas, Ajuruteua, passeio com os amigos mais agradáveis do mundo.
Uma pizza, um chop, um bate papo na madruga, uma caminhada na Batista Campos em plena chuva.
Caba não, mundão!!!!
Bye bye julho.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Há um vilarejo ali...


Como todo mortal que se preze, final do mês meu dinheiro já bateu asas e voou, por conta disso demorei (e muito) a aceitar o convite de uma admirável amiga para passar o final de semana em Ajuruteua.
Graças à negociações amigáveis e o pesar de prós e contras arrumei a mochila e fui! De antemão me avisou minha amiga: "olha, o lugar lá é muito simples". E daí? Definitivamente isso não é tarefa difícil pra mim, pois minha infância foi regada aos pique-niques de minha vó Ana pelo interior do estado, vividos entre passeios de pau-de-arara, banho em igarapés, fruta no pé e cheiro de querosene de lamparina.
Nossa viagem começou cedinho. Uma viagem que normalmente não duraria mais de 3 horas e meia de estrada se o esposo de minha amiga não tivesse esquecido o caminho e nos deixado chegar a 30km de São Luis. Por pouco não fui visitar meus tios e primos na capital maranhense. Rsrsrs.
Viagem looonga, mas que eu jamais imaginaria o quanto valeria a pena. Logo de cara fomos recebidos por dois seres extraordinários, que dentro de suas simplicidades me mostraram a grandeza real do ser humano. Refiro-me ao seu Domingos e dona Lorica, nossos anfitriões que trataram imediatamente de preparar um "avoado" (peixe fresco assado de brasa com farinha d'água bragantina), pois estávamos mortos de fome já que nada tínhamos comido na estrada na ãnsia de chegarmos logo ao nosso destino: Vila de Ajuru.
Lá o chão é de terra branca feito neve, as casas são de madeira, o vento corre frouxo e nossos astros celestes são muito mais clarividentes. Pra dormir, uma boa baladeira que embalança à beira do rio-mar, o peixe é fresco e tem pra todos os gostos: cação, gó, serra, dourada..., além de um açai fresquinho. O lugar é sem pressa, celulares passam por um processo de odisséia pra ter sinal, e o ambiente modorrento nos obriga sempre a um dedo de prosa. O mar tem sua água morninha morninha e o sol é inclemente mesmo com a tentativa de ser boicotado por bloqueadores dos mais altos escalões de fator UVA/UVB. Eu que o diga! Batizada de "Gasparzinho" desde os primeiros dias e totalmente inimiga do sol ainda voltei como uma tal de marquinha. Leve, bem leve. E os dias, com as bênçãos de Deus, passaram-se arrastados entre peixes, chopes, wiskys, risos e causos engraçados:
Teve um "amor" de verão na última noite que provocou comentários e ciúmes.
Teve um porre homérico com direito a pedido de casamento e tudo, além de busca desenfreada pelos labirintos de casas, mato e praia.
Teve estresse desnecessário.
Teve aniversário de gente nota 1.000!
Mas esses últimos assuntos ficam para minhas reminiscências e para os bastidores. O que fica é o fato de saber que ainda há um lugar onde a paz pode reinar.

"Há um vilarejo ali, onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mães
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando um mundo real
Toda gente cabe lá, Palestina, Xangrilá
Vem andar e voa...
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar
Em todas as mesas: pão
Flores enfeitando os caminhos, os vestidos, os destinos e essa canção
Tem um verdadeiro amor para quando você for..."

Beijinhos,

Clau

Solidão, por Fátima Irene Pinto, do Livro Ecos da Alma

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha relação como Deus.


Ultimamente abalada, creio, graças às minhas atitudes desconcertadas e desvinculadas do que Ele prega sobre o amor. Mas é sublime o nosso vínculo.
Não é possível conceber minha vida sem Deus. E imposível compreender.
Lembro que na infância Ele vivia a me castigar porque em Belém chove bastante e a chuva vinha sempre acompanhada dos "berros" do Papai do Céu. Assim vovó e mamãe me faziam acreditar. E eu obedecia, claro! Já que sempre entendi Sua soberania.
Ao longo dos anos e, claro, do meu crescimento, percebi o quanto Ele sempre esteve próximo, o quanto presenciou cada instante da vida que me deu, amparando-me, aconselhando-me, acolhendo-me em Seus braços quando uma lágrima insistia em escorregar pelo meu rosto. Fazia-me ver que nada temos a temer quando acreditamos nos seu divino amor, quando temos fé, quando cremos no milagre de vida que Ele nos deu ao nos enviar seu amado filho Jesus.
Com certeza é Deus que me oferece essa sensação de liberdade, essa felicidade que vem do nada e me arranca risos frouxos.
Foi Deus quem me fez ver uma taição que me devolveu a vida que eu achei que tinha perdido.
Foi Deus quem segurou nas mãos de minha borboletinha enquanto ela, ardendo em febre, tremia de frio mas superou e voltou a fazer suas sapequices e a cantar: "Tudo é do Pai, toda honra e toda gólia. É d'Ele a vitólia alcançada em minha vida".
Foi Deus quem colocou no meu dedo esquerdo meu anel de formatura com sua pedra lilás e sua flor de lis.
Foi Deus quem me permitiu escolher os amigos que escolhi, os quais não nomeio aqui por medo da minha memória fraca, mas são raros e preciosos.
É Deus quem me permite reconhecer o amor e cuidar dele como o maior de todos os sentimentos do meu coração.
É Deus quem habita corações descrente por mim, pela minha fé.
É Deus quem me dá saúde, quem me proteje, quem me ensina a viver neste mundo de tantos contratempos, tantas decepções, tantas desilusões.
É Deus quem ilumina o caminho que eu sigo, ainda que não me leve a bons pastos.
É Deus quem puxa minha orelha quando falo o que não devo, quando amo quem não merece ou quando deixo de amar quem precisa do meu amor.
Foi Deus quem me deu duas filhas lindas e perfeitas.
Foi Deus quem permitiu formar laços sanguíneos com seres tão divinos quanto Ele: meus pais.
E será sempre Ele o regente de meus dias, pois eu tudo posso Naquele que me fortalece.
"Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim.
Vou persistir e, mesmo nas marcas daquela dor.
Do que ficou vou me lembrar.
Realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou".
Amém!

Clau

Escolhas...


Muito já se falou sobre, mas eu gostaria de falar um pouco mais.
Entre consequências, erros e acertos reside uma certeza: elas são fundamentais em nossas vidas, e são antonímicas. O que tu escolhes é em detrimento a algo que decidiste deixar de lado.
Há quem escolhe o amor em troca de sentimentos mais mesquinhos, como ódio ou rancor.
Há quem acha que escolheu o amor, mas na verdade não viu o que estava ao seu redor e, por um egoísmo burro ou "talvez" até inocente, deixou de lado o que é verdadeiro.
As consequências de nossas escolhas devem ser sustentadas por nós mesmos: um sorriso desfeito, um amor machucado, um coração sangrando, uma lágrima, ausência dos verdadeiros amigos, falta de apoio, enfim. Meio clichê, é certo, mas o fato é que o fruto de nossas escolhas é consequência do que plantamos.
Outro dia eu escolhi deixar minha irmã sofrer à vontade, porque estava cansada de dar apoio a uma situação que não tem jeito e que me aborrece profundamente. Egoísmo? Não. Ela já tem idade suficicente pra entender o que é certo ou errado, pra entender que cada atitude que toma tem um reflexo a seu favor ou contra.
Os frutos de minha escolha estão sendo colhidos diariamente: sensação de impotência diante de atos dos quais discordo, mal estar ante sua presença, relação abalada com Deus, mágoa.
Agora deixo Mariazinha achar que é Alice e que não mora no Brasil. Mariazinha escolheu o "amor" errado, porque o verdadeiro ela tem todos os dias em seu ninho. Um passarinho sorridente, amável, que entre lágrimas, promessas e confissões desejava que as coisas continuassem como estavam. Mas, que pena! Mariazinha não percebeu ou pouco se importou. Acha que são apenas amores diferentes, sustentados paralelamente e que pela 354278ª vez vale a pena tentar viver seu conto de fadas e bruxas.
Não sei ao certo que consequências virão, mas é certo que virão em uma manhã de sol ou em uma tarde de chuva. O que sei é que me recuso a comprar o bilhete pra assistir de camarote a esse resultado mórbido, que desde já apodrece bons frutos da videira. Desejo mesmo é estar longe, sem nada ver, nada saber.
Enquanto isso sei que vou perdendo alguns pontos com meu ser superior, que insiste em não me abandonar apesar de todas as minhas fraquezas ou friezas como bem deixou claro um certo filho seu.
Nas duas situações posso ter escolhido errado, mas não há quem possa me tirar o direito da decepção. É minha! Não a escolhi, ela veio ao meu encontro pelas mãos de pessoas que amo imensamente, mas a quem não seria prudente fingir que nada está acontecendo ou que é leite que corre nas minhas veias. Seria perder minha essência. Eu não perdi. Apenas fiz minhas escolhas, "porque o perdão também cansa de perdoar".

Clau

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Seguindo a linha Florbela Espanca...

"O aço dos meus olhos e o fel das minhas palavras acalmaram meu silêncio mas deixaram suas marcas.
Se hoje sou deserto é que eu não sabia que as flores com o tempo perdem a força e a ventania vem mais forte.
Hoje só acredito no pulsar das minhas veias.
E aquela luz que havia em cada porto de partida há muito me deixou..."

Essa letra me remete a significados muuito fortes e me oferta a beleza das metáforas.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fanatismo - Florbela D'Alma Espanca





Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus, princípio e fim!"

terça-feira, 13 de julho de 2010

Desejo


Ele tem a medida do nosso gosto: pode ser alto ou baixo, magro ou um pouco mais cheinho, queixo adunco, nariz arrebitado ou de batata, negro, branco, meio amarelado... o que importa é exatamente aquilo que vai despertar em você.
Pode ser um brutamontes ou um candidato a poeta, diplomata, nobel da paz. Não importa. Importa o que suas retinas e seu coração conseguirão enxergar.
Já o tive pelas mais diversas criaturas, dos musculosos aos esmirrados. As vezes aquele carinha que parecia meio desengonçado me fez viver um êxtase profundo pelos mais inexplicáveis motivos: um olhar, um jeito, um gesto, um toque...
Desejo.
Basta um olhar mais libidinoso, um toque na mão, um beijo, que tudo se transforma.
Independente e arredio, ele dispensa os tais sentimentos profundos, como paixão e amor. Quando se percebe, lá está você em chamas, cometendo o que alguns chamam de loucura, eu prefiro apostar na aventura. É isso, você se aventura e quase nunca se arrepende. Você saciou seu desejo e, se isso não prejudica ninguém, não há motivos para arrependimentos.
O feito fica experienciado e vai para os teus alfarrábios.
Dificilmente fugimos dos nossos desejos, e se o fazemos é por mera covardia ou por uma impossibilidade que independe de nós. E seguimos adiante porque lá adiante outros fatos ocorrerão. Assim desejamos.
Eu não me arrependo, juro, de nenhum desejo sentido, vivido, encarnado. Transformaram-se em tatuagem e eu sigo viagem quando a noite vem.
Por fim eu digo:
Apareça antes que o dia amanheça e seja tarde.
Enlouqueça! Viver se explica no curto espaço de um beijo.
Na vivência de um desejo.
No olhar.
Irradia, mostra pra mim tua poesia que não precisa rimar.
Apenas ter o mesmo compasso no momento do abraço.
No instante de tocar.
Eu te farei um ridículo, humilhado, fraco.
Um adorador de tudo aquilo que tua memória guardar
Aldaz.
A menina e o rapaz
Com o corpo testemunha do bem que ao outro faz.

Clau

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Entre casualidades...



Eu sempre desejei chegar àquela esquina e ver teu rosto e teus passos rápidos atravessando a rua. E te alcançar só pra ter o prazer de tua companhia entre nossas convesas desmedidas...
Horários e compromissos divergentes, desejos idem, que fizeram que isso nunca tivesse ocorrido depois da primeira vez e até o dia de hoje.
Lá estava você: cabelo de sempre, assessório de sempre, cheiro de sempre.
Daí lembrei do nosso primeiro encontro casual tão descompromissado quanto o de hoje. Mas aquele marcava o início de uma história linda, esse acentuou uma saudade boa que sempre sinto e que fiz questão de construir. Foi aí que percebi que aquele e esse encontro casual me despertaram o mesmo sentimento de meses atrás.
Eu sei que te amo. E sei também que, como a minha fé, que te abriga por mim, você não precisa me amar. É o platonismo mais sensato da minha vida, que te beneficiam pela força que têm, e que me fazem sentir bem.
Um amor que não dói, apenas lamenta nossas trajetórias opostas, nossos extremos, o vão.
O que escrevo agora te disse há poucas horas, e fez sentido, e faz sentido pela soberania do amor e pelo prazer que essa saudade me dá. Pela felicidade que foi ter tido você na minha vida por um breve infinito espaço de tempo. Mortal porque era chama, assim explicou Vinicius.
"É o carinho guardado no cofre de um coração que voou.
É o afeto deixado nas veias de um coração que ficou.
É a certeza da eterna presença da vida que foi na vida que vai.
É saudade da boa, feliz cantar.
E foi, foi, foi, foi bom e pra sempre será.
Mais, mais, mais, maravilhosamente amar"
Amo você e, como diria Serginho Meriti: "Não há no mundo lei que possa condenar alguém que a um outro alguém deixou de amar".

Encerrando Ciclos (Autor desconhecido)


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final..

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?

Partiu para viver em outro país?

A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando porquê isso aconteceu.

Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração..

.... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil,mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és…

E lembra-te :

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

(Fernando Pessoa)

Ela une todas as coisas

Jorge Vercilo
Composição: Jorge Vercillo / Jota Maranhão

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar

Palavras*

Palavras, palavras, palavras...
Comemos palavras:
palavras de toda cor,
palavras de todo sabor,
palavras verdadeiras,
falsas palavras.

Palavras, palavras, palavras...
Comemos palavras:
palavras que ferem,
palavras que fedem,
palavras que fodem.

Palavras, palavras, palavras...
Comemos palavras:
palavras com gosto,
palavras com gozo,
palavras com poder,
palavras com prazer.

*do livro Boca de Ferro, de Luiz Carlos França, poeta paraense, falecido em 30/06/2010