segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A inutilidade das coisas



Se tiver tempo e paciência, pare um dia e olhe tudo o que tem dentro de casa. Se quiser ser menos abrangente olhe tudo o que tem dentro do seu quarto. Você vai perceber quanta coisa inútil ou não utilizada têm nele.
Nos 2 últimos anos eu passei por 4 mudanças e...imaginem meu grau de desespero quando achei que minha bagagem se resumia a um guarda-roupa dividido com minha irmã e na verdade tinha um festival de tranqueiras.
Na primeira mudança me desfiz das milhões de apostilas da graduação, afinal eu já havia comprado livro bastante e neles eu tinha os assuntos das apostilas. Depois vieram mais livros e então me desfiz das apostilas da especialização.
Agora pense naquelas coisas que quase todo mundo tem:
Caixas que guardam uma série de miudezas: um cartão que te me parabeniza pelos teus quinze anos quando você já está beirando os 30 e nem tem mais contato com quem te presenteou; brinde de visita de bebê recém chegado, que em 2011 já tá tirando a habilitação; carregador de celular, aquele Motorola V3 que era febre e que você nuca vai assumir que teve um dia e que o ladrão levou (e ainda tem a caixa com o restante dos acessórios); aquele disco do Asa de Águia com o hit "Dança da Manivela" de quando você ousou gastar seu dinheiro com abadá; no armário, então, Jesus! Você deve ter looks de causar gargalhadas de 24h em seus sobrinhos e priminhos mais novos - tenho uma amiga que tem uma calça begue cintura alta da Zoomp nº 36 enquanto ela atualmente veste 10 números acima e jura que "um dia a moda vai voltar" e ela vai caber na calça. Tem ainda umas fotos 3 x 4 de pessoas que nem são mais suas amigas e que, se ainda são, vão te odiar se souberem do souvenir que você tem guardado; há também os sapatos e roupas que você jura que vai mandar consertar/ajustar e nunca faz, além da "turma do resto": resto de shampoo, resto de batom, restiiinho do perfume que lembra a época em que estavam juntos... e por aí vai.
Hoje me dei conta de que tenho uma gaveta, aliás, duas gavetas cheias de roupas de usar em casa e eu quase não tenho mais a oportunidade de usá-las, a semana é sempre tão cheia, as vezes tenho de trabalhar aos sábados e quando chego em casa é pra tomar um banho e sair pra encontra com amigos pra um bate papo, um passeio, uma festa e as roupas de casa lá, fadadas à fome das traças.
Por tudo isso eu aconselho, reveja suas coisas, seus bagulhos, suas tranqueiras, suas roupas, você vai perceber que há sempre o que jogar fora, o que doar, o que se desfazer, o que reciclar e não deixar do jeito que tá, onde está.
A gente precisa sempre do processo de renovação por algum motivo e geralmente é pra melhor. As vezes precisamos destruir coisas antigas para que novas ocupem seus espaços e sejam mais funcionais pra nossas vidas, e este processo de se desfazer, eu diria até desapegar, traz á tona muita coisa que não tínhamos percebido, faz-nos livrar de coisas que não deveríamos ter guardado, que por sua vez não trazem boas lembranças e só fazem acumular energias nocivas. E, cá pra nós, você não precisa de um objeto pra construir saudades boas; você não necessita de um restinho de perfume pra saber que aquele cheiro bom não vai sair da sua memória se não tiver ao alcance do seu nariz. E se você sabe que não vai caber mais naquele tubinho P: doe, pra que outra pessoa tenha a oportunidade de se sentir bem nele como você um dia se sentiu. E se for pra guardar, guarde no coração as coisas boas que sentiu e seja mais feliz, pra que essa boa energia seja sentida e dividida com quem estiver ao seu lado. Que tal?

"Eu hoje joguei tanta coisa fora, eu vi o meu passado passar por mim. Cartas e fotografias, gente que foi embora, a casa fica bem melhor assim..."

2 comentários:

  1. Tens toda a razão. Também costumo fazer isso. Penso que as lembranças que ficam na memória são as que mais importam, se ficaram retidas é porque de alguma forma foram marcantes e fazem prte do que somos hoje.
    bjs
    saudades

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  2. Beijos Deni! Valeu pelo coment. Saudades tb

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Olha Clau...