sexta-feira, 4 de junho de 2010

TEMPO (Armando Cajueiro)

Preciso de tempo
Apenas de 85 anos é o que preciso
Não que não tenha força de persuasão
Mas tão somente para reforçar as teorias em práticas
E poder vivenciá-las
Preciso desse tempo para ver meu filho avô
E conversar com este velho a respeito de opiniões em que convergimos
E onde os dois estavam errados
É inútil o conselho
Senão no mesmo tempo de entendimento sobre o tempo
É pretensão achar que nos escutam, ou ainda que concordam
É preciso viver, e para isso é preciso tempo
Quero tempo para poder provar aos que acreditavam que eu era um engano
Que o engano maior foi acreditar que eu não era por falta de tempo
Quero tempo para cozinhar e degustar cada tempero ali colocado
Cada um no seu devido tempo
E sem olhar o tempo
Poder escolher bebida apropriada pelo gosto e vontade
Frio, quente, independente do tempo
E amar a mulher que eu amo
E dentro deste tempo e em tempo
Que ela possa retribuir ao vento todo tempo que tiver
E aqueles que odeiam, invejam, enganam e que tomam tempo
Possam ter tempo para enxergar que sou como o tempo
Não apenas passo, marco
Que eu posso usar todo tempo que me é dado para agradecer
E todo tempo agradecido para entender
Que o tempo não para, não avisa que vai acabar
Apenas passa o tempo

2 comentários:

  1. Fiquei imensamente Feliz com sua postagem a respeito de meus sentimentos,

    Abraços.
    Armando Cajueiro Junior

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nossa! Imensamente feliz estou eu, depois de tanto tempo, em tempo, "o próprio" comenta. Deve ser coisa de Chronos ou de qualquer outro deus/Deus. Seja bem vindo. Volte a qualquer tempo. E...reforço, amo essa poesia e tenho espalhado por aí de tempos em tepos. Abraços

      Excluir

Olha Clau...