sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Outra linda mensagem

"Acho que passaria perdido até três ou quatro portas
com passos arrastados até a tua,
pra cansar a vista em olhar três ou quatro horas

do teu pausar justificadamente cansado.
Mas é fraqueza, bem sei,
trabalhar com esse verbo enferrujado

no hipotético-passado-super-com-defeito.
Não ter andado essa rua é desculpa esculpida de outrora,
que agora já nem sei.
Não ter arriscado doer a mão com teu pesar,

dor de cabeça e alergia a sabão.
Ter aceitado uma colher verde de chá preto e um sorriso laranja,
uma noite carioca de mentira na TV,
um close de um sonho ao pé do Cristo no PC,
uma solução solícita de sorte solúvel dissolvida em Coca Cola,
esse tal solvente universal, pro nosso mútuo solitário final, de mais um belo dia".

Recebida em 25/02/2010, via celular


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Momento queria ter escrito isso...

Aprendendo a Desaprender

Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros. Tens que aprender a ser mais flexível, tens que aprender a ser menos dramática, tens que aprender a ser mais discreta, tens que aprender... praticamente tudo.
Mesmo as coisas que a gente já sabe fazer, é preciso aprender a fazê-las melhor, mais rápido, mais vezes. Vida é constante aprendizado. A gente lê, a gente conversa, a gente faz terapia, a gente se puxa pra tirar nota dez no quesito "sabe-tudo". Pois é. E o que a gente faz com aquilo que a gente pensava que sabia?
As crianças têm facilidade para aprender porque estão com a cabeça virgem de informações, há muito espaço para ser preenchido, muitos dados a serem assimilados sem a necessidade de cruzá-los: tudo é bem-vindo na infância. Mas nós já temos arquivos demais no nosso winchester cerebral. Para aprender coisas novas, é preciso antes deletar arquivos antigos. E isso não se faz com o simples apertar de uma tecla. Antes de aprender, é preciso dominar a arte de desaprender.
Desaprender a ser tão sensível, para conseguir vencer mais facilmente as barreiras que encontramos no caminho. Desaprender a ser tão exigente consigo mesmo, para poder se divertir com os próprios erros. Desaprender a ser tão coerente, pois a vida é incoerente por natureza e a gente precisa saber lidar com o inusitado. Desaprender a esperar que os outros leiam nosso pensamento: em vez de acreditar em telepatia, é melhor acreditar no poder da nossa voz. Desaprender a autocomiseração: enquanto perdemos tempo tendo pena da gente mesmo, os demais seguiram em frente.
A solução é voltar ao marco zero. Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar.

Martha Medeiros

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Neste momento...


Ainda tenho notícias ruins, mas me reservo o direito de guardá-las, afinal, tá bom né?

Vou falar de coisas boas...

Entre tantos, tenho mais um motivo pra ser feliz: um novo encantamento que me adoça a boca e deixa feliz meu coração. Hummm, pareço um pouco piegas, dirão. Mas faz tempo que não passo por isso, já que dizem até que não tenho coração. Tenho sim! deixo-o guardado para "senso de partilha justo pra fatias de bolo, pizza e atenção".

Não, não falo dos versos recebidos, mas de lata de biscoito, pacote de bombons e convite pra degustar um vinho, pra almoçar sabe lá quando. Coisas que homens comuns não são capazes de fazer.

E eu e minha descrença abobalhadas, encantadas, crédulas.

E, plagiando Lulu... ele me faz tão bem que eu também quero fazer isso por ele.

Ah! Mas ainda não é paixão, é um encantamento justo. Afinal, normalmente o que acontece são aquelas cantadas bizarras do meio da rua, geralmente vindas de prédios em construção, ou ainda, um desejo sexual oportunizado pelas conversas virtuais, que são capazes de um deslocamento absurdo só para "se ter o que comer".

É uma voz baixa, uma poesia que vem da melodia, um olhar terno, respeito.

Pára! Senão começam as avacalhações pro meu lado. Conheço os amigos que me cercam. Mas, antes das avacalhações é necessário torcida, pois estou em estado de graça!


P.S: Agora um recadinho direcionado: Helinho, este é o motivo da felicidade que você, meu amigo jornalista, ainda não deescobriu. Rsrs.


Beijinhos letrados

Clau Soares

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma linda mensagem

*Sei que ele vai ficar mais metido do que nunca, mais egocêntrico do que nunca, mas achei isso lindo e vou postar...

"Vai, não fala direito,
mas saiba que tenho no bolso do peito esquerdo
um verso feito pro sábado,
e uma frente pro cansaço infundado de domingo.
Pro teu jejum de sangue,
uma receita de pão,
e um senso de partilha justo
pra fatias de bolo, pizza e atenção.
E olhe lá, que podes até, de birra, não olhar aqui,
mas olho por ti com a melhor figa,
com a única torta rima que tarda,
que essa rotina ainda não arrancou de mim"

Recebida no dia 19/02/2010, via celular.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ainda bem que "todo carnaval tem seu fim"!

Nem sei por onde começar, foram tantas emoções vividas e...não das melhores. Creio que nestes últimos dias pude experimentar todas as sensações humanas "descrevíveis" que se pode ter. Odisseu morreria de inveja de mim!

Embarque nessa aventura, que começou na quinta-feira quando sai do trabalho:

Combinei com um amigo novo, inteligente, engraçado e legal (virtudes que entram na minha prioridade de preferência) de irmos ao cinema assistir Alvim e os esquilos 2, não assistimos porque estava em cima da hora e a bateria da Viradouro tava no meu estômago. Resolvemos almoçar e assistir Sherlock Holmes, um puta filme, por sinal, mas não é o que interessa aqui no momento. Pois bem, na saída do cinema eis que recebo um telefonema inusitado e apavorante de uma amiga de priscas eras me pedindo socorro, pois sua mãe estava hospitalizada, com diagnóstico de câncer e precisando ser internada na UTI. Para isso, seriam necessários módicos R$10.000,00 de caução. Dinheiro que ela e a família não possuiam e que precisavam arranjar. A Angústia se abateu sobre mim, pois fui bastane ajudada por essa família quando necessitei. Apressei a ajuda e, pra encurtar a história, consegui R$1.500,00, na sexta-feira (19/02/2010), pois o restante seria dado em cheque.

O dinheiro, que seria entregue ao hospital na sexta-feira a noite não teve o destino informado, pois foi justamente aquela mãe, à beira da morte, "hospitalizada", quem atendeu meu telefonema quando liguei pra casa dela pra saber notícias, ou seja, havia sido enganada por uma pessoa que conhecia há anos, mas que não via há tempos. Fiquei possuída por uma espécie de raiva, angústia e decepção. Não deu outra, fui atrás da pilantra, que, pro seu azar havia me dito mais ou menos onde morava.

Sozinha pela rua eu espraguejava a desgraçada e, ao chegar no possível endereço constatei que lá não estava. Pensei: filha da puta, além de me enganar foi curtir o carnaval com a "minha" grana. Aspas porque tive de fazer empréstimos pra conseguir o dinheiro pra ajuda, quem me conhece sabe que não meço esforços pra ajudar os amigos. Enfim, meu instinto de mulher foi além e lembrou da existência de um bar na esquina da rua, pra onde olhei e enxerguei a vagabunda sentada a gastar o dinheiro da internação. Não contei conversa, fui até lá e cumprimentei-a com um sonoro e pesado tapa nas costas. Ela de branca ficou verde cor de merda. Obriguei-a a ir pegar a grana, mas não sem antes experimentar minha mão na cara da ordinária. Quem me conhece também sabe que não me habituei a levar desaforos pra casa, nem a perdoar... pois este não foi dado quando, de joelhos, a pilantra teve a cara de pau de me pedir perdão.

Tentou desculpar-se dizendo que estava devendo dinheiro a traficantes e que eles iriam matá-la. Lamento. Problema dela que não se preocupou com a própria vida. Não seria eu quem faria isso...
Depois de pegar o dinheiro fui embora e, qunado o sangue esfriou eu chorei feito uma condenada, de decepção, de raiva, de indignação por uma pessoa que se tranformou em alguém que já não conheço mais, que se trasmutou. Tudo bemq ue as pessoas mudam, mas eu nunca tinha visto algo parecido. Fiquei muito mal...

Tudo bem, de viagem marcada para Salinas decidi que não seria por isso que deixaria de ir, afinal era carnaval e Salinas é um lugar que adoro.

Tudo corria bem, até que na terça-feira dois elementos entraram na casa pulando o muro e nos abordaram, nos trancaram no banheiro e...fizeram a festa. Os detalhes são desnecessários, pois tudo mundo sabe o que acontece nessas horas. Depois que fomos dormir descobrimos que um raio e capaz, sim, de cair duas vezes no mesmo lugar, pois um dos carros foi arrombado. Meu Deus, que horror!

Voltamos pra Belém na quarta, verdadeiramente nas cinzas e, quando cheguei em casa descobri que um dos meus tios havia sofrido uma convulsão e a família inteira estava arrazada, pois o tio teve de ser hospitalizado às pressas.

Basta, imaginem como fiquei!
Ainda bem que, como cantou Los Hermanos "todo carnaval tem seu fim"!
E, como diria um twitter: "Bom dia por que?!"


Clau Soares

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

* Casa Pré-Fabricada (Marcelo Camelo)


Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos
Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela, a primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota

Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um tanto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais



*Como tudo neste blog, essa música tem um significado.
Representa uma nova sensação que se instala em mim.

Ouvindo incansavelmente na voz de Maria Rita.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Divã



Sexta-feira passada terminei a leitura de O Divã, de Martha Medeiros. Pra Variar, o pobre do livrinho "encerrou" seu relacionamento comigo todo riscado, multicolorido. A culpa disso é da Mercedes, uma mulher bem a minha cara e, creio, a cara de um monte de brasileiras espalhadas por aí. Mercedes é dinâmica, complexa, completa, feliz. Tão feliz que o que a amedronta é a constância de sua felicidade, é saber-se morrer dessa forma.

Mercedes despertou em mim a mulher Bombril que eu carrego. As milhares que em mim habitam, uma profusão de personalidades, imagens, cores; manifestadas de acordo com cada encontro que tenho comigo e com os outros.

Como Mercedes eu também sou um pouco homem. Talvez pela força, talvez pela coragem, talvez pelos enfrentamentos, pela rudeza que horas grita e enrigece corpo, alma e coração.

Fiquei encantada com Mercedes, talvez porque acabei por me enxergar nela em muitas passagens do livro da Martha, escritora que me ganhou pela leveza da escrita, pela forma real com que mostra suas personagens.

Quanto ao Divã da Mercedes, não seria o meu mesmo divã. Meu divã é este espaço, criado exclusivamente para mostrar minhas impressões sobre todas as coisas. Nestes textos me enxergo de alguma forma. Mantenho uma relação com eles por algum motivo. Nenhum está à tôa. Todos vêm ao meu encontro pra tentar expressar um sentimento meu.

Meu divâ eu mesma crio. Meu psicanalista sou eu e meus instintos, sentimentos, idéias, opiniões e visões de mim. A partir daí, cada um tem de mim, a Claudiana que merecer. E não são poucas...


Claudiana Soares

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Escolha do Amor

Todos os dias fazemos escolhas em nossas vidas. Algumas escolhas são mais simples; outras, mais complexas. Escolhemos a roupa, o sapato, a alimentação, o trajeto. Escolhemos a escola, o trabalho, as prioridades. Como não é possível resolver todos os problemas de uma única vez, vamos escolhendo aqueles que precisam ser solucionados antes. Escolhemos no supermercado, na loja, a forma de pagamento.

Algumas escolhas simples ficam complicadas quando complicamos a vida. Fazer um almoço se torna um calvário para quem está angustiado. Ter de escolher o que fazer e que agrade às outras pessoas da família parece um trabalho insano.Escolher a escola dos filhos. Escolher a mudança de emprego. Aos poucos as escolhas vão exigindo mais reflexão e o resultado da escolha vai ficando mais sério. Uma coisa é escolher a comida errada no cardápio e decidir que não vai pedir mais aquele prato. Outra coisa é perceber que casou com a pessoa errada. A escolha do casamento tem de ser mais demorada do que a do produto de uma prateleira em um supermercado.

Como somos imperfeitos, a dúvida sempre fará parte de nossas escolhas. E é diante da dúvida que amadurecemos. Pessoas que têm certezas absolutas erram mais e sofrem mais com isso. A dúvida nos torna mais humildes, mais abertos ao diálogo.Nesses momentos é que percebemos a nossa maturidade frente aos obstáculos. Os mais concretos ou os mais abstratos.

Nesse início de ano, uma modesta sugestão: diante das dúvidas que surgirem, escolha o amor. Diante de sentimentos mesquinhos como a inveja, o ciúme, a vingança; escolha o amor. Antes de falar, pense. Mas pense com amor. Antes de agredir, lembre-se de que o tempo da cicatriz é mais demorado do que o tempo do comedimento. Antes de usar a palavra como instrumento de maldizer, lembre-se de que o silêncio é o grande amigo e de que, na dúvida, o outro deve receber a sua compaixão. Diante do comodismo, da alienação, escolha o amor em ação. Assim fizeram os apóstolos, mesmo sabendo que seriam incompreendidos; assim fez Francisco de Assis quando ousou chamar a todos de irmãos; ou João Bosco com os jovens que só se aquietavam quando se sentiam amados.

Assim fez Madre Tereza de Calcutá que fazia a escolha do amor diante de cada próximo que dela precisasse.

Diante da boa dúvida, é bom pedir ajuda. Para os irmãos e para Deus, a Essência do Amor.

Os desafios são muitos. É por isso que sozinho fica difícil. Como diz a canção:

Eu pensei que podia viver, por mim mesmo. Eu pensei que as coisas do mundo não iriam me derrubar.

E a oração continua e, com ela, nossa certeza: Tudo é do Pai. Toda honra e toda glória. É Dele a vitória alcançada em minha vida.

Que sejamos responsáveis em nossas escolhas mais simples ou mais complexas. Mais uma vez, com amor, tudo fica mais fácil e mais bonito!

Gabriel Chalita

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Marcas do Eterno




Antes de você entrar na minha vida
De se decidir por mim
Por minha história
Haverá de ter clareza de saber bem
Quem eu sou
Pra depois não me dizer
Ter se enganado

Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver
Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer

Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim

Antes do seu amor chegar
Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer

Se mesmo assim quiser ficar
Seja bem vindo ao meu lugar
À este coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus
E hoje não quer mais se aprisionar

Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto
É que a minha santidade
Necessita solidão
Só assim minha presença
É mais saudável

Não me peça o que de mim
Pertence a Deus
Nem dê mais do que eu preciso receber
Ser amado em excesso
Faz tão mal quanto não ser
Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus

Pe. Fábio de Melo



*...E quem quiser entrar na minha vida, deve saber, antes de tudo, que um outro amor já havia me encontrado: o amor de Deus. Portanto, ao se aproximar, tire as sandálias dos pés. (Claudiana Soares)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Filhos


"Quando, seu moço, nasceu meu rebento não era o momento dele rebentar"
(Chico Buarque)


Há algum tempo eu me imaginei mãe, daí fiz planos, coisa que vejo importante quando a decisão é ter um filho. Não deu certo. Planos ao ralo, que levaram junto a vontade e os sonhos. Desde então passei a não mais imaginar a vida com filhos e a lembrar do poeta que diz "filhos, melhor não tê-los. Mas, se não temos, como sabemos".
São as escolhas. E eu escolhi não saber.
Talvez seja melhor assim.
Talvez eu me arrependa e daqui há um tempo me sinta só.
Bom, enfatizo a decisão de não ter e penso que uma decisão como essa, pensada, elaborada, programada, converge para o desencontro com a canção Meu Guri, do Chico.
É que tenho visto tanto absurdo no mundo! Tantos filhos deste Brasil que, quando não são abortados antes de virem ao mundo, são abortados um pouco depois de "viverem", graças às mazelas sociais. Pensador musicou o fato uma vez.
Indigna-me quem não nasceu pra ser mãe, mas insistiu em por filho no mundo. E vai empurrando com a barriga uma missão divina, deturpando e destruindo a imagem materna. Idealizada sob a forma de pureza, de amor incondicional, de sofrimento compensado.
Indigna-me presenciar a história de uma mãe que passa a semana inteira trabalhando e quando chega em casa, olha pro filho de 1 ano de vida chorando e diz: "tu só pode ser fresco! Seu viado! Homem não chora!"
Por ignorância (em todos as semânticas que a palavra denota) essa mulher desconhece efeitos psicológicos que sofrerá ela e a pobre criatura. Não bastasse viver em um ambiente nocivo como aquele, ela não se esforça para fazer diferente, para oferecer amor.
Ser mãe é renunciar, é 100% amar, é "germer sem sentir dor", padecer no paraiso, e todos os outros jargões, chavões, etc, etc, etc.
Pras coisas mais elementares da vida o planejamento é obrigatório. Planejar um filho não é o mesmo que planejar ter um carro. É uma vida posta ao mundo sob seu sempre cuidado, zelo, conselho, carinho, desprendimento. É um pedaço seu, uma parte sua que não pode ser negligenciada de nenhuma forma. É uma extensão da sua vida que leva seu sobrenome, seus traços, seu sangue.
Ter um filho é ter a oportunidade de renascer naquela semente que germinou, e que deu fruto. Um fruto que deve amadurecer sob os seus cuidados, pra que você tenha a linda chance que (re)colhê-lo dá arvore da vida.
Clau Soares

Descrição

Mentir solidão é uma maneira estranha de ser só. É mais uma forma de se conceber a hipocrisia.

Meia toalha no chão e três gotinhas no teto
Formas plásticas em laranja e verde que se completam sem querer
Uma infinidade de cheiros essencialmente necessários
Olfativamente saciáveis, fisicamente importantes
Uma cama para mais de um e que quase nunca é usada por dois
Um sacerdote que acalma, aconselha e que orienta o dia
Um laranja vibrante que impede os olhares curiosos, mas que perdeu sua verdadeira função
Trilhas sonoras que têm o poder de significar
Livros, muitos, tantos. Todos com a capacidade de devolver as origens, os sonhos, os desejos velados, mas verbalizados aos quatro cantos
Cheio de números,na parede, ele me diz que não posso perder o tempo, que é curto, e que uma volta inteira não é suficiente pra todas as vontades
Uma máquina que representa a preguiça e evita o contato com o produto que corrói a pele
Muitas caixas, uma infinidade de coisas dispersas, (des)necessárias
Roupas sujas, roupas limpas, sandálias, bolsas. Coisas de uma mulher normal
O necessário DVD para os caolhos do fim de semana e, claro, a TV. Sem ela, nada feito
O desnecessário microondas, que em tempos de dieta fica às moscas
Coisas que se completam sem me completar
Mas o que eu não quero. Ah, o que eu não quero...
É que ninguém se perca ao entrar no meu infinito particular! Pois “minha solidão não tem nada haver com a presença ou ausência de pessoas. Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia”.

Clau Soares