sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Juízo de valor ou inversão de valor???

Tem horas que acho que ainda sou das antigas e que certas coisas ainda me doem ouvidos e olhos por ouvir e ler opiniões muito absurdas (em minha opinião) sobre alguns temas, digamos assim. Apredi desde cedo que gosto, religião e time de futebol não se discutem. É verdade. E com o caminhar da idade aprendi também a respeitar, além de não discutir, pois entendo que o conceito de bom é extremamente individual e que não há nada 100% bom ou ruim, que há entremeios entre esses extremos.
Essa introdução toda foi pra abrir neste meu espaço um parentese para uma opinião sobre o que li. Escreveu o ateu para que todos lessem:
"Você, sem Deus, continuará a ser você.
Deus, sem você, não existe.
Simples assim".
Simples uma ova! Como um cristão engole uma coisas dessas? Impossível. Mas a velha prudência fica com sua voz doce dizendo: "mas ele é ateu!" Sim, que seja, mas vivemos em um país cristão de maioria católica (neste caso a direção religiosa pouco importa), e uma manifestação desse tipo, além de ofensiva é, no mínimo, corajosa. Sim, porque se a pessoa não acredita em Deus (em qualquer Deus que seja: Buda, Alá, Shiva, Deus de Abraão...) ele acredita unicamente nele, onipotente! Melhor, prepotente! E o que mais me impressionou foram os comentários sobre o escrito. Primeiro esconjuraram, recriminaram e ao final foram amolecendo, ofertando vitória opinativa ao ateu que em sua defesa falou o tempo todo em livre-arbítrio e ciência e big-bang.
Lamento se algum possível ateu vir a ler este texto mas, como cristã, defendo aquilo em que acredito e não consigo imaginar minha vida sem a ancoragem da fé, sem Deus. Eu não sou nada sem Ele. Ele continuará a ser Deus sem mim, como é pra esse rapaz que n'Ele não acredita.
Uma vez ouvi uma declaração de um agnóstico que disse: "Pra mim o mundo se formou a partir de uma explosão provocada por um átomo, uma coisa beeemm pequenininha, uma sementinha, mas essa sementinha, com certeza era Deus".
Namorei uma pessoa que não acreditava em Deus, na verdade não acreditava em um único Deus. Acreditava no bem e no mal e nunca desrespeitou minha crença, ao contrário, dizia que a fé que nele não brotava, nele se abrigava por mim. Era respeitoso. Não precisava ser agressivo, mesmo porque era (e ainda é) a gentileza em pessoa. E é exatamente por isso que me pergunto: trata-se de juízo de valor ou inversão? Pra mim, inversão de valor é ver exceção tornar-se regra e achar que isso é normal. Explico: outro dia vi uma menina de uns 12 anos grávida e percebi que somente eu fiquei assustada com a cena mesmo havendo muitas pessoas ao redor; vejo frequentemente pai matar filho e vice-versa. Isso pra mim é inversão. Já o juízo está naquilo em que nos agiganta como ser humano: não roubar por saber que aquilo não nos pertence (tem um texto, que é um de meus favoritos, da Elisa Lucinda que fala disso - Só de Sacanagem) ou não ser tão assertivo e ofensivo em sua descrença é outro.
Inversão ou juízo, confesso que fiquei chocada com a declaração do ateu, mas também espero que Deus o perdoe, ele não sabe o que faz. Ele acredita que sua ciência é capaz de explicar tudo só porque um dia disseram que a terra era quadrada e depois descobriram que não era ou sobre os movimentos de terra, sol, planetas, etc.
Uma coisa é certa:
Não se pode negar a ciência. Não se pode explicar a FÉ. É inexplicável! Está no campo do sentir. Ou se tem ou não se tem. Se se tem, amém! Senão, a si tem e se acha (se "achismo"), melhor, se tem certeza.


2 comentários:

  1. Claudiana bom dia.
    Li o texto todo.
    Sem querer entrar em polêmicas apenas pergunto:
    Você notou que a frase do rapaz foi construida em cima de uma frase que há tempos inunda a internet e as redes sociais?

    "uma manifestação desse tipo, além de ofensiva é, no mínimo, corajosa."
    Porque ofensiva?

    "ele acredita unicamente nele, onipotente! Melhor, prepotente!"
    Talvez seja melhor dizer: potente. Em vez de "melhor" diriamos Humano.

    Um abraço moça.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, caríssimo. Sim, é uma reconstrução que desencadeou em comentários e respostas que revelam sua prepotência sim, nada aqui foi aumentado. E prepotência é a palavra que melhor se encaixa a ele, do contrário, esse texto não teria sido escrito.
      Beijos e fique sempre à vontade para opinar, querendo ou não criar polêmica, viu?

      Excluir

Olha Clau...