domingo, 26 de fevereiro de 2012

E por falar em amizade...

Estou com lágrimas nos olhos...
É difícil explicar a sensação de ter uma pessoa que você tem certeza que vai estar sempre sempre sempre disposta a te oferecer o melhor dela, que nunca vai te julgar e vai te fazer acreditar sempre em você, ainda que você mesmo duvide.
Tenho a honra de ser amiga de uma pessoa que está sempre disposta a ajudar qualquer pessoa e dificilmente é ajudada. Posso dizer que é um ser humano incrível!
Ele me ouve como ninguém e nunca é deselegante mesmo quando eu mereço uns puxões de orelha. Ele tem a doçura dos anjos e a inteligência dos nerds. Ele me faz feliz apenas com sua existência. Ele faz bem ao mundo e egoísticamente e especialmente a mim. É espelho. É colo. É carinho. É o retorno à superfície quando você pensa que vai ser engolido definitivamente pelo peso e bravura do mar.
Não consigo mais descrevê-lo. Apenas senti-lo, admira-lo.
Obrigada Deus!
És muito generoso, e colocar o Mauro no meu caminho só prova o Teu amor por mim.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

No momento, apaixonada por esse comercial


"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria....
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?" (Charles Chaplin)

Sobre o telefonema

"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, ele apenas tira o incurável do centro das atenções"

Ontem , no início da noite recebi uma ligação. A voz do outro lado me pedia um favor, e como não costumo negar essa coisas por medo de represálias, atendi. Depois de mais de 24h o telefone toca e o bina acusa o mesmo número. Como assim? Não deu certo ontem? Pensei.

- Oi caríssima...é...tudo bem? É que ontem eu tava com um pouco de pressa, cheio de coisas...mas..eu achei tua voz estranha ...tá tudo bem contigo?

Puta-que-pariu-ca-ra-lho!
Não tá mais.

Eu achando super o máximo ter conseguido trocar meia dúzia de palavras na base da naturalidade e "acho que te esqueci" e o cidadão percebe algo estranho no ar, e ainda pior, resolve ligar novamente pra perguntar se tá tudo bem. Santo Deus! Tem piedade de mim. Eu à cata de motivos pra jurar de pé junto que posso passar uma borracha nessa história já que já passou tanto tempo e outras pessoas já passaram por nossas vidas e somos apenas bons amigos e não há mais a menor chance de...enfim, ele se importa com o tom da minha voz.

Custava me aprontar uma daquelas bem cabulosas, igual ao cidadão do texto anterior e me fazer ficar 14 anos mordidinha? Acho que seria mais fácil. Mas não, a pessoa acha de se importar e alongar a prosa por mais de uma hora num papo tão agradável que aflige.

Por que o Rick não me salva dessa?!!!!!!!!!!!!! Rsrsrs

É sério, hiperbolismos à parte, eu adoraria que o motivo das três palavras tantas vezes repetidas não fizesse mais parte da minha vida.
#fail




Chasing Cars Snow Patrol
We'll do it allEverythingOn our own
We don't needAnythingOr anyone
If I lay hereIf I just lay hereWould you lie with me and just forget the world?
I don't quite knowHow to sayHow I feel
Those three wordsAre said too muchThey're not enough
If I lay hereIf I just lay hereWould you lie with me and just forget the world?
Forget what we're toldBefore we get too oldShow me a garden that's bursting into life
Let's waste timeChasing carsAround our heads
I need your graceTo remind meTo find my own
If I lay hereIf I just lay hereWould you lie with me and just forget the world?
Forget what we're toldBefore we get too oldShow me a garden that's bursting into life
All that I amAll that I ever wasIs here in your perfect eyes, they're all I can see
I don't know whereConfused about how as wellJust know that these things will never change for us at all
If I lay hereIf I just lay hereWould you lie with me and just forget the world?
Perseguindo carros
Nós faremos tudoTudoPor nossa conta
Nós não precisamosDe nadaOu de ninguém
Se eu me deitar aquiSe eu simplesmente me deitar aquiVocê deitaria comigo e só esqueceria do mundo?
Eu não sei bemComo dizerComo eu sinto
Aquelas três palavrasSão ditas demaisElas não são o suficiente
Se eu me deitar aquiSe eu simplesmente me deitar aquiVocê deitaria comigo e só esqueceria do mundo?
Esqueça o que nos falaramAntes que fiquemos velhos demaisMostre-me um jardim que esteja ganhando vida
Vamos passar o tempoPerseguindo carrosEm volta de nossas cabeças
Eu preciso da sua graçaPara me lembrarDe achar a minha própria

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Uma arte

Elizabeth Bishop
Tradução de Horácio Costa

A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.

Largando o piano

"...Como na vida, vale o desafio: que no breve espaço do nosso tempo a gente consiga quebrar as algemas do preconceito, recusar as indevidas cobranças, entender que a culpa é o selo da morte. E abrir-se p/a vida: que nem sempre é mesquinha, e que nem sempre nos trai..."
Pensar é Transgredir - Lya Luft

Há exatos 14 anos eu era só uma menina pagando pelos erros que nem sei se cometi. Por motivos que não valem a pena serem relembrados eu deixei de falar com uma pessoa e passei a nutrir por ela todos esses sentimentos ruins que sentimos quando nos vemos magoados, ofendidos, traídos. Os anos foram passando e cada um viveu suas vidas atravessando a rua ao primeiro sinal de encontro. Eu o detestava, ele a mim também. Mas antes disso tudo havia algo muito louco entre a gente. Arrisco-me a eleger essa a melhor época da minha vida. Época de turma de amigos grande. Saídas com histórias homéricas. Amores vividos até as últimas consequências. A perda da virgindade. O primeiro emprego. Os encantamentos e desencantos fizeram de mim uma adolescente contagiantemente feliz. Foram tantas histórias vividas que como é comum dizer: dariam um livro!
Enfim, voltando ao "x" da questão. O fato é que esse pino da mágoa ficou nas minhas costas por esse longo tempo, até que sábado passado (18.02.2012) estava no aniversário do filho de uma grande amiga, mesmo ambiente em que ele, e percebi que os olhares desviados por anos vinham em minha direção com uma frequência que me deixou encabulada. Estivesse eu mais bonita aquele dia não configurava motivo suficiente pro ato. Essas coisas a gente sente...havia naquele olhar algo de trégua. Com as retinas ajustadas pelo tempo pude perceber que os antes inimigos declarados naquele momento buscavam balançar a bandeira branca em sinal de paz. Ele se aproximou e aquelas certezas que a gente guarda pela vida toda de repente deixaram de ter sentido e só provaram mais uma vez que a vida é permeada pelas incertezas. Isso é certo.
Ele olhou pra mim com o sorriso do passado, respirou fundo e ficou sem palavras. Pra quebrar aquele momento de angústia fiz um sinal de paz com as mãos e disse: "tudo em paz, moço?!". Ele me respondeu com um abraço e os dois começaram a querer falar ao mesmo tempo em um local barulhento. Como se ali fosse a hora e o momento de resolver uma guerra que já durava 14 anos e que como em qualquer outra guerra não apresentava vencedores reais. Encerrei o assunto dizento que já não havia motivos para procurar inocentes ou culpados, o tempo hávia passado, por sinal, um bocado dele, que ou esquecíamos nossas divergências ali ou mais 14 anos se passariam. Não havia necessidade de esclarecer, cada um sabia o que tinha feito ou causado ao outro, cada um com suas culpas e razões olharam olharam-se como se nada tivesse acontecido.
O mais importante disso tudo foi a sensação de me livrar do piano. Um peso desnecessário que jamais imaginei carregar e muito menos me livrar. E aprendi que por mais que tenhamos as nossas razões, a vida tem as suas pra fazer o que faz conosco.

Se perguntarem o que é o amor pra mim eu sei responder.

Minhas filhas: Stefany e Monise

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Emburreci


Incrível. Essa é a palavra.
Há alguns dias estava compartilhando uma pizza e algumas histórias com um casal "amigado" de amigos (cacofonia) e comentei o quanto emburreci depois que "parei" de estudar. A gramática, parte fundamental do meu curso, entrou num verdadeiro apartheid comigo. Tenho lutado ferrenhamente com grafias, pronomes, acentuações, concordâncias e regências. Se bem que...essa nunca foi a parte que me cabia neste latifúndio. O que me salva é saber que ainda sei quebrar um galho com ironias e metáforas.
Releio alguns textos deste blog e fico "berblexa" com a quantidadede grafias fora do padrão, concordâncias discordantes. E olhe lá, que poderia eu agarrar-me à Sociolinguística, como estudante que sou da vertente e em meu querido e amado Hilton Bastos, mas nem eu mesma me aguento. Vez em quando me pego ligando pro Augusto (minha gramática ambulante) e pra Aline (parceira da linguística) pra arrancar aquela dúvida de mim. Dá vontade de rasgar o "diprôma" e me questionar: tu não te mancas, Claudiana? Volta a estudar, sua burrona.
Enquanto não melhoro, resta pedir perdão e fingimento ao meus poucos e fieis leitores. Por favor, finjam não ver ou então me "correjam" que eu vou adorar!
Prometo, vou voltar a estudar, até porque é algo que me faz feliz!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"Criar meu website,fazer minha home page, com quantos giga bytes, se faz uma jangada, uma barco que veleje, veleje nesse info mar..."

Já vi um monte de gente da bancada do "politicamente correto" criticar a incrição em uma rede social. Perda de tempo, falta de necessidade, excesso de exposição são algumas das justificativas. Mas vamos ser sinceros, tem lugar melhor para reencontrar pessoas que você não via há anos e poder saber como andam suas vidas? Seja por curiosidade ou saudosismo a gente sempre encara esse Big Brother e "dá aquela espiadinha" no perfíl de quem nos interessa de alguma forma. Foi o que fiz ainda há pouco e...nossa, deu tanta saudade de gente que não vejo há tempos.Adicionei tantas pessoas com quem não tenho a facilidade de encontrar. Por exemplo, minha primeira patroa, carinhosamente chamada de tia Celeste, juntamente com suas filhas, que são pessoas maravilhosas e com quem adorei ter convivido um dia, antes de nossos caminhos tomarem rumos diferentes. Meu primeiro emprego, na Panificadora Pão da Humaitá, que ficava na rua de casa foi quem me fez ter vontade de ir além e começar a mudar minha situação. Todos alí tinham um coração grande e uma humildade que depois pra ter essas coisas tive que garimpar um bocado. Pelo Face também encontrei amigos da época de escola, no Paulino de Brito, que foram juntos comigo à Secretaria "prestar esclarecimento" sobre um inocente ovo jogado sem querer no professor de educação física que ficou impossibilitado de dar aulas (rá rá rá); amigos da época do convênio, no Impacto, quando eu era a goleira oficial da equipe de futsal feminino e fazia questão de me misturar com os meninos do CE (Ciências Exatas), àquela época ainda era dividido por área e eu era do CH (Ciências Humanas). Pra se ter uma ideia, a maioria dos meus amigos não eram da minha sala, que era infestada de mulheres (afe! Rsrsrs). Onde, senão no face, eu encontraria o meu primeiro namorado que hoje mora do outro lado da fronteira? Poderia até encontrá-lo, mas não com a mesma facilidade. Como, senão pelo face, eu resgataria telefones e telefones que foram perdidos junto com o último celular, o último chip que queimou, a última troca de operadora? Como, senão pelo Face, a gente tem a oportunidade de "roubar" aquela foto tirada na máquina do amigo que nunca seria compartilhada se você não tivesse um perfíl na rede? Sem contar as inúmeras coisas que você adoraria ter dito e quando percebe aparece no seu feed e você simplesmemte dá um "curtir" ou "compartilhar". Você reencontra parentes que graças à sua vida corrida por conta da maturidade não tem a facilidade de encontrar, e tem a chance de saber se a tia já melhorou de saúde, se o tio vai chegar do interior, se o primo foi fazer faculdade fora. Daí você pode desejar saúde, boas vindas, boa sorte. E o "feliz aniversário"? Ah, se não fosse o face. Você cresceu e sua memória tem ficado com cada vez menos espaço de tanto que foi ocupada pelo trabalho, pelos planos, pelos afazeres diários, pelos inúmeros enfins, e você é capaz de esquecer o seu próprio se ninguém lhe parabenizar. Graças a ele você parabeniza até os menos chegados só porque estão lá e um dia você aceitou sua solicitação de amizade. Você sacaneia seus amigos que postaram aquelas fotos bizarras da última farra. Você tem também a chance de bisbilhotar o perfíl daquele seu ídolo por quem nutre uma paixão platônica (Rick Bonadio que o diga!) sem ser caguetado pela visita ao perfíl do alheio. Você se distancia do seu cotidiano pra perder alguns minutos ou algumas horas pra checar seus recados, seus comentários, roubar fotos, procurar e ser encontrado, porque neste universo, o que menos se quer é o anonimato e... que me perdoem os chatos de plantão, mas eu curto pra caramba esse mundo desde os idos tempos de Orkut, que por sinal ainda tenho, porque lá tem fotos que não guardei em lugar nenhum mas, sempre que vou copiar, bate aquela preguiça e preferência pela nova rede.
Os meus livros? Ah, continuam lá povoando a minha estante, minha vida e me fazendo companhia na viagem ao trabalho. Existe um tempo pra cada coisa.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Noves fora

Pra quem curte matemática, sabe que o noves fora resulta da redução de um número grande quando feita a sua "intersoma", digamos assim. Espero que os matemáticos me perdoem a má explicação. O noves fora da vida real consiste em reduzir um grande número de qualquer coisa por uma questão de escolha. Explico a viagem inusitada que me veio à cabeça ainda há pouco:
Dos milhões de amigos que você conseguiu, quantos ficaram pós equação? Dos livros que você leu, qual você releria e releria e adoraria como se fosse a´primeira vez lido? É assim:
1. AMIGOS
Nunca me abandonou (...) + prometeu nunca me abandonar (Paulinha) + nunca vai me esconder nada que aconteça em sua vida por mais que eu não concorde (...)  + não mentiria pra mim mesmo que fosse pra me ver sorrir (...) + me respeita (...) + me considera como membro da família (Aladir) + torce por mim (Mauro) + nunca ficou brava comigo +  recíproca verdadeira = noves fora... Betinha
2. LUGAR
Tem uma paisagem linda (Rio) + tem uma universidade que gostaria de estudar (Campinas) + tem praias belíssimas (Fortaleza) + respira cultura (São Paulo) + meu aconchego (quarto) = noves fora...Rio de Janeiro.
3. FAMÍLIA
Me trata como uma criança (meu pai)... + Gosta muito de mim (irmão) + eu defenderia até a morte (irmã) + morreria por ela (Stefany) + meu espelho e pedaço de mim (Monise) = noves fora...Mamãe
4. TRABALHO
De direito (professora) + de fato (administradora) + balconista + secretária + severina = noves fora ser rica de nascimento e só estudar, eu não gosto de trabalhar, apesar de trabalhar muito e direito.
5. SONHOS
Ser professora + ser advogada + morar no Rio + mergulhar em Porto de Galinhas + escrever um livro + trabalhar na redação de um jornal + falar fluentemente inglês, italiano e francês + conhecer a Inglaterra + namorar um músico (violão especificamente) + fazer minha mãe viajar de avião + voar de asa delta = noves fora ir embora de Belém pegando um carro e sumindo na estrada.
6. RAIVA
Gente mentirosa + desonestidade + hipocrizia + umbigocentrismo + o mal que fazem aos meus = noves fora Mentira.
7. MÚSICA
Todo amor que houver nessa vida (Cazuza) + Resposta ao tempo (Nana Caimmy) + Mama (Agepê) + Doo fundo do meu coração (Roberto Carlos) + Conversa de botas batidas (Los Hermanos) + Altar Particular (Gadú) + Pra você guardei o amor (Nando Reis) + Humano amor de Deus (Pe. Fábio) = noves fora Todo sentimento (Chico).
8. LIVRO
O pequeno príncipe + Meu nome é número 4 + O mundo de Sofia + Ramsés + Cartas entre amigos + Parem de falar mal da rotina + Linguística + Sobre o amor e outras coisas = noves fora crônicas da Martha Medeiros.
9. FILME
Um ato de coragem + Uma prova de amor + Como se fosse a primeira vez + Trilogia Senhor dos anéis + Sem reservas + Uma lição de amor = noves fora A Outra.
10. NOVES FORA
Ter tempo e saúde pra curtir e quem sabe realizar tudo isso.





domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tem certas coisas que não sei dizer...

"Nós somos medo e desejo, somos feitos de silêncio e sons.."

Aida não tinha tido a coragem necessária para postar algo sobre. Na verdade o que senti não sei mesmo dizer, não consigo explicar. Mas há algo diminuto no peito . Há algo na garganta ainda preso. Há uma cor estranha em meus olhos. Um não sei quê de tristeza.
É incrivel como temos o poder de reconhecer quem nos interessa há quilômetros e ignorar os menos importantes ainda que estejam a nosso lado ou a nossa frente. E foi assim que depois de uma longa jornada de trabalho eu o vi em seus trajes característicos e assesórios necessários e habituais sob uma fina chuva de uma sexta-feira qualquer. Ela apoiada com as duas mãos em teus ombros, te olhando nos olhos a menos de um palmo era o prenúncio do que eu veria. Eu, prestes a descer do ônibus, cansada e trocando piadas com a colega de trabalho em breve desmancharia o sorriso. Ao primeiro impacto o que mais desejei foi que o motorista ultrapassasse o local onde a cena ocorria. seria demais ter que cumprimentá-lo com meu indisfarçavel sorriso amarelo e fingir que era a cena mais natural e pitoresca do ano. Os anjos me ouviram e a poucos metros meu ônibus parou e eu desci.
A prudência me aconselhou a não olhar pra trás. Era o ideal. Mas a gente, mortal, curte esse papo de curiosidade e de fazer o que não é certo só pra ver no que dá. E deu. Um beijo. E depois de quase dois anos, quando eu jurava que uma cena desse tipo não mexeria com o meu último cílio esquerdo, enfraqueceu minhas pernas, perturbou meu juízo, esvaziou meu peito, meu coração, meus sentidos. Pensei em pegar o telefone e ligar, pra ouvir silêncio e crer na minha santa ingenuidade que não se tratava de quem se tratava. Que você estava lá no seu canto, você é a economia mundial, a matemática financeira, a história do Brasil, a conveção de kyoto e o Teatro Mágico rolando em um volume quase inaudível pra não lhe desconcentrar. Besteira procurar razões, inventar direções que não existem. Você estava lá, foi o que minhas retinas ajustadas viram.
E há uma certa obrigação em aceitar os fatos que me deixa miúda, encolhidinha num canto qualquer de um espaço qualquer onde não me encontro e tenho certeza de que já é muito tarde para amar você.
Mais Martha...

"E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite... chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que não lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho!"
"Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor.
Compre...ender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante. E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir." (Martha.M)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Juízo de valor ou inversão de valor???

Tem horas que acho que ainda sou das antigas e que certas coisas ainda me doem ouvidos e olhos por ouvir e ler opiniões muito absurdas (em minha opinião) sobre alguns temas, digamos assim. Apredi desde cedo que gosto, religião e time de futebol não se discutem. É verdade. E com o caminhar da idade aprendi também a respeitar, além de não discutir, pois entendo que o conceito de bom é extremamente individual e que não há nada 100% bom ou ruim, que há entremeios entre esses extremos.
Essa introdução toda foi pra abrir neste meu espaço um parentese para uma opinião sobre o que li. Escreveu o ateu para que todos lessem:
"Você, sem Deus, continuará a ser você.
Deus, sem você, não existe.
Simples assim".
Simples uma ova! Como um cristão engole uma coisas dessas? Impossível. Mas a velha prudência fica com sua voz doce dizendo: "mas ele é ateu!" Sim, que seja, mas vivemos em um país cristão de maioria católica (neste caso a direção religiosa pouco importa), e uma manifestação desse tipo, além de ofensiva é, no mínimo, corajosa. Sim, porque se a pessoa não acredita em Deus (em qualquer Deus que seja: Buda, Alá, Shiva, Deus de Abraão...) ele acredita unicamente nele, onipotente! Melhor, prepotente! E o que mais me impressionou foram os comentários sobre o escrito. Primeiro esconjuraram, recriminaram e ao final foram amolecendo, ofertando vitória opinativa ao ateu que em sua defesa falou o tempo todo em livre-arbítrio e ciência e big-bang.
Lamento se algum possível ateu vir a ler este texto mas, como cristã, defendo aquilo em que acredito e não consigo imaginar minha vida sem a ancoragem da fé, sem Deus. Eu não sou nada sem Ele. Ele continuará a ser Deus sem mim, como é pra esse rapaz que n'Ele não acredita.
Uma vez ouvi uma declaração de um agnóstico que disse: "Pra mim o mundo se formou a partir de uma explosão provocada por um átomo, uma coisa beeemm pequenininha, uma sementinha, mas essa sementinha, com certeza era Deus".
Namorei uma pessoa que não acreditava em Deus, na verdade não acreditava em um único Deus. Acreditava no bem e no mal e nunca desrespeitou minha crença, ao contrário, dizia que a fé que nele não brotava, nele se abrigava por mim. Era respeitoso. Não precisava ser agressivo, mesmo porque era (e ainda é) a gentileza em pessoa. E é exatamente por isso que me pergunto: trata-se de juízo de valor ou inversão? Pra mim, inversão de valor é ver exceção tornar-se regra e achar que isso é normal. Explico: outro dia vi uma menina de uns 12 anos grávida e percebi que somente eu fiquei assustada com a cena mesmo havendo muitas pessoas ao redor; vejo frequentemente pai matar filho e vice-versa. Isso pra mim é inversão. Já o juízo está naquilo em que nos agiganta como ser humano: não roubar por saber que aquilo não nos pertence (tem um texto, que é um de meus favoritos, da Elisa Lucinda que fala disso - Só de Sacanagem) ou não ser tão assertivo e ofensivo em sua descrença é outro.
Inversão ou juízo, confesso que fiquei chocada com a declaração do ateu, mas também espero que Deus o perdoe, ele não sabe o que faz. Ele acredita que sua ciência é capaz de explicar tudo só porque um dia disseram que a terra era quadrada e depois descobriram que não era ou sobre os movimentos de terra, sol, planetas, etc.
Uma coisa é certa:
Não se pode negar a ciência. Não se pode explicar a FÉ. É inexplicável! Está no campo do sentir. Ou se tem ou não se tem. Se se tem, amém! Senão, a si tem e se acha (se "achismo"), melhor, se tem certeza.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

O que é o AMOR?

Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor

Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor