terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E ao final de mais um ciclo...

Aquele velho balanço...
Se for pra classificar esse ano, eu digo que foi mais um ano digno. Me apaixonei. Vivi uma linda história de amor que não durou mais que um verão, e daí? Não precisou de mais que isso pra ser inesquecível, com direito a olheiras ocasionadas pelo sexo que via o sol nascer. #ClaudianaSafadjeenha.
Esse ano tive meu carro, que foi meu um tanto quanto na marra! E que ficou comigo tempo suficiente pra me deixar endividada até hoje. Rsrsrsrs.Ri alto de amigos que se tornaram meu refúgio, meu ponto de apoio, protagonistas das histórias mais engraçadas que eu poderia ter vivido ao longo da minha vida, tanto que por muitas vezes eu tive dor na mandíbula. Perdi dinheiro pra gente safada, cara de pau, a quem ajudei e fui enganada. Enfim, Deus está vendo isso.Perdi uma amiga pras drogas, uma pessoa de coração bom e mente fraca. Que tudo tinha e tudo vai  perder graças a decisões desacertadas que tomou. Fui tão cruel com ela quanto ela foi comigo. Ela apanhou, a dor foi minha.Perdoei pessoas imperdoáveis e quem se sentiu bem fui eu.Aumentei minha fé graças aos programas da Canção Nova, que me renovam diariamente e que me fazem sentir de Deus. Escolhi "Pra você guardei o amor" como a minha canção do ano e por esse motivo, claro, fui ao Show do Nando reis. Resolvi probleminhas corriqueiros em família e tive medo de perder meu irmão pra depressão e pra covardia que nada resolve e tudo dissolve, como fumaça no ar. Vivi uma aventura de verão em meio a um paraíso tropical e foi tããão bom. Viajei na maionese e de avião, sendo esta a melhor parte, pois conheci novas cidades, novos costumes, comportamentos, sotaques, viveres. Sempre me sinto renovada quando viajo. Eu sempre volto melhor. Engordei e isso não é nenhuma novidade nem exclusividade deste ano. Fui solidária e por mais um ano Deus me abençoou e eu pude, junto com minha amiga Gigi, fazer o Natal das crianças da Pastoral.  Renovei meu amor por minha família e amigos e tive a certeza de que são exatamente eles que me fortalecem e me (re)constroem. Pensei em desistir mas Deus puxou minha orelha e me disse: "tem calma, minha filha". Li, li muitos e tantos livros que desisti de tentar fazer as contas. Chorei em frente a TV diante de situações desumanas. Por sinal, essa é uma das poucas coisas que me fazem colocar em ação meu canal lacrimal. Trabalhei em mais uma campanha, só que dessa vez infelizmente não saimos vitoriosos. Assisti a mais uma copa que o Brasil não ganhou. Fui ao show da Adraiana e me encantei e me apaixonei e me emocionei ao vê-la cantar "Olhos no Espelho" com o Cosme. E Esse passeio me fez reencontrar a Flavinha, minha jornalista favorita. Fui madrinha de casamento do Joao & Aladir e dindinha da Pétala Maitê.Cantei as músicas que eu amo até ficar rouca de tanta emoção. Fiz amigos novos e me esforcei pra manter os antigos. Conheci e comi e adorei Burg King e torço pra que chegue logo a Belém. Virei garota Água de Cheiro e decidi que é pra lá que eu vou. Fiz esforço sobre humano pra entender certas situações que me deixaram impotente, que me plantaram dúvidas, que me tiraram o sono, mas que me fizeram renascer. Reconheci quem são meus verdadeiros amigos, aliás, eu não, meu coração que sempre foi fadado à decepções. Tive um milhão de dúvidas e sempre procurei solucioná-las. Não mendiguei amor, mas me doei sem receios porque é preciso mergulhar pra depois ver no que vai dar e...se não der, o esforço da tentativa é algo que sempre valerá a pena. Falei mal dos outros que por sua vez também falaram mal de mim e me julgaram, mas...e daí? O importante é saber-se viva! Ainda não fiz minha tatuagem mas só preciso da necessária coragem que um dia vem. Gastei todo o meu dinheiro, afinal, pra que guardar?? O fututo é tão incerto que têm o costume de cair em meio ao vão, como disse o poeta. Tive minha primeira plantinha pra cuidar, trata-se de uma "espada-se-São-Jorge", presente de minha amiga Dani, que hoje está lá em casa, depois de ter saído do Centur. Mudei de casa como o filho pródigo, mas hoje retornei e faço puleiro na cabeça da minha mãe. Entendi o quanto D. Nazaré precisa de mim, sem mim ela não se digna nem a comer se tiver magoada. O que é uma tolice, mas acabo achando que nada mais é que um recado de Deus pra mim. Me aborreci e me apaixonei ainda mais pela Stefany, esse serzinho iluminado que veio pra nos dar um monte de lição e pra nos encantar com sua inteligência quase sem limites. Ganhei a coleção inteira do Los Hermanos, graças ao meu primo-irmão que virou um evangélico radical extremista, que não comeu nem a comida do Círio, que acompanhei ao lado do meu anjo Betinha e minha amiga queridíssima Katiuscia.
E entre Perdas e Ganhos descobri que tenho todos os motivos do mundo pra ser FELIZ!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é Natal...

Tenho repetido isso exaustivamente nas minhas redes sociais: gente, esqueçam o velho, gordo, barbudo que anda de trenó levando e trazendo presentes e lembrem-se do verdadeiro aniversariante: JESUS. Ele é o nosso presente. Ele é O CARA! Então, que o nascimento do menino faça renascer em cada um de nós todas as esperanças, todos os sonhos desfeitos (já dizia o poeta que "os sonhos não envelhecem em meio a tantos gases lacrimogêneos), todas as utopias e nos renove a necessária fé. Nâo esqueçam de rezar e agradecer, pois tenho certeza que recebemos muito mais do que merecemos, apesar de menos do que gostaríamos, afinal, o ser humano é insatisfeito por excelência.
Enfim, vou dar uma sumida por aqui, minha vida anda frenética e prestes a se despedir da vida agitada socialmente que eu levava. Mas está tudo entregue nas mãos de Deus, Ele irá me guiar como, aliás, sempre tem feito, com sua mania de jamais me abandonar. Como sempre, não fiz planos para o próximo ano, minha vida é pensada diáriamente e já falei aqui sobre esse fatiamento de ano quete faz parar uma vez a cada 365 dias e repensar tua vida. Faça isso todos os dias.
Bom, pela manhã recebi um carinho da amiga Katiuscia. Presenteou-me com um livro que fala sobre sucesso, afetuosamente pensou em mim, lembrou de mim no momento emque estava na livraria. a dedicatória é mais um carinho à parte. É por essas e outras que a vida vale a pena. É por essas e outras que temos motivos pra agradecer diaria e exaustivamente.
Amanhã tem folga e irei com minha turma querida para Mosqueiro: Paula, Augusto, Aline, Victor, Katiuscia, Bruno e (tomara) Saint Clair. AMO-OS!
FELIZ NATAL!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Contrário do Amor - Martha Medeiros

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Definitivo - Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A prioridade

A fila estava enorme quando ela se aproximou. Vestido alegre, bolsa da moda, ar cansado, o rosto repleto de rugas e na arcada superior apenas um único canino se manifestava, provocando uma voz soprada:
- O final da fila é aqui??
- É
- Nooossa, meu Deus!
- Mas você tem prioridade.
- Só se for você, eu tenho 41 anos, nasci em 1969.
- Ah, desculpe!
Silêncio...
Sabe lá o que passou na cabeça das duas criaturas.
Fiquei me perguntando: O que define nossa idade??
Aquela mulher aparentemente sexagenária tinha apenas 41 anos, mas não era o que sinalizava suas rugas evidentes, explícitas.
No entanto, tem gente de mini saia por aí trancafiada dentro de seu quarto, de seu mundo, que você convida pra ir alí na esquina e a única resposta é a da preguiça. Um velha.
Mestre Laurentino, com seus oitenta e tantos ainda canta rock, toca gaita e procura sua "loirinha americana" em programas televisivos de grande audiência.
E Dercy Gonçalves?? Mandou muita gente se foder, desfilou de top less depois dos 70 em plena Marquês de sapucaí, aprontou todas!
Enquanto isso, tem menina por aí, por aí não, dentro de casa esperando o príncipe encantado. Acorda mana! A senhora vai conseguir, no máximo, o leiteiro, o entregador de gás, o carteiro, que são graças a você os pontenciais pretendentes.
Gente que leva a sério o hino e vive "deitado eternamente em berço explêndido". Acorda povo pra ver a banda passar cantando coisas de amor!!! Senão daqui há pouco vão te oferecer uma vaguinha na fila de prioridades.
Bom, eu morreria hoje mesmo sem medo e nem remorços, porque vivi, porque vivo, porque diariamente estou viva e aguardando ansiosa o telefone tocar pra um convite. E dou um recado: se não quiserem que eu vá, não convidem por educação porque eu não sou difícil, EU VOU MESMO! Quanto a prioridade??? Quem sabe daqui há uns 50 anos não me convidem pra entrar na fila.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Labutar

Ele tinha razão quando dizia que elas deviam trabalhar muito porque precisavam preencher algum vazio. Há duas semanas que tenho lembrado diariamente disso depois que tomei a decisão de enfiar a cara, o corpo e alma no trabalho. Tenho chegado em casa exausta depois de duas semanas de dupla jornada. Exausta e satisfeita. Exausta e pensativa. Exausta e grata a Deus pelas oportunidades. Exausta e feliz. Exausta e triste. E é justamente por esta última observação que minha cabeça lateja por várias noites. Eu perdi, definitivamente eu perdi. Perdi a vontade de levar adiante meu sonho, joguei a toalha e agora me resta preencher esse vazio de alguma forma.
Há momentos na vida em que temos de abrir mão daquilo que queremos, que idealizamos, em prol do imediatismo, de soluções instantâneas que de alguma forma abrirão um buraco em nossas vidas, um vazio, um vão e nos farão olhar pra nós mesmos com aquela cara de arrependidos.
Repito hoje a mesma coisa que fiz há quatro anos, e mesmo com um milhão e setecentas mil dúvidas na cabeça, quero acreditar que é o melhor a ser feito no momento, repetindo um ritual de auto engano. Faço contas matemáticas e mnemônicas na tentativa cruel e inútil de me convencer de que estou tomando uma decisão acertada. Invento histórias, finjo satisfação e o que sobra é esse grito preso na garganta, essa dor no peito...
Abrir mão. Eu sempre soube que não se pode ter tudo o que se quer e por isso é inevitável ter que abrir mão de algumas coisas, só não imaginei o quanto isso era cruel quando se trata do teu sonho. Eu chorei de alegria ao pisar pela primeira vez no Rio de Janeiro. Era um sonho de menina, que eu jamais imaginei realizar. Na verdade cria impossível e quando aconteceu foi como se eu fosse capaz de conseguir todos os outros, mas não é bem assim. Pra que esse fosse realizado um outro foi deixado de lado.
Dirão: "Mas não é assim a vida? Ganha-se aqui, perde-se acolá e vamos levando..."
Respondo: Não, não a minha vida tão feliz e sempre proclamada.
Eu perdi, e o que me resta é dar conta disso, aceitar os fatos e seguir, de alguma forma seguir.
...
...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sobre o Rio de Janeiro..

"Claro, sabemos muito bem que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?"

(coisas de Millôr Fernandes)

Preciso Me Encontrar - Cartola

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.

Se alguem por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar...

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.


Vou-me Embora - Paulo Diniz


Vou me embora vou me embora
vou buscar a sorte
caminhos que me levam
não tem Sul nem Norte
mas meu andar é firme
meu anseio é forte
ou eu encanto a vida
ou desencanto a morte...

Vou me embora vou me embora
nada aqui me resta
senão a dor contida
num adeus sem festa.

Eu vou na ida indo
que o temor desperta
cuidar da minha vida
que a morte é certa.

Quem disse que trazia
até hoje não trouxe
o bem de se fazer
da vida amarga, doce.

Eu não espero o dia
pouco me importa
se o velho é sábio
se a menina é louca
se a tristeza é muita
se a alegria é pouca
se José é fraco
ou se João é forte
eu quero a todo custo
encontrar a sorte.

Vou me embora vou me embora
e levo na partida
resolução no peito
firme e definida
quem vem na minha ida
ouve a minha voz
e cada um por si
e Deus por todos nós...



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os (D)efeitos da mágoa



"Há três coisas que não voltam: 
a flexa lançada, a oportunidade perdida e 
a palavra mal dita"

Ontem, antes de dormir, jurei pra mim mesma: amanhã vou acordar a hora que eu quiser, vou trabalhar se eu quiser e se der vontade, vou ficar o dia inteiro "coçando o saco". Vou aproveitar enquanto posso!
Também ontem, antes de pensar nisso tudo eu fiquei muito magoada com a rispidez de algumas palavras a mim proferidas.. É muito cruel quando você empreende todos os seus esforços pra que algo dê certo, pra desenvolver bem um trabalho e alguém te olha e acha que não é suficiente, que você incomoda porque sempre existe uma criatura puxa saco na história, que se faz de ofendida e chega com teu chefe pra falar impropérios, transformando você num monstro que você não é. E você tá lá, quietinha no seu canto, fazendo o seu trabalho enquanto, pra variar o chefe toma as dores do lambe ovos. Claro, me diz qual chefe não curte a presença do puxa saco??? Afinal, ele faz tudo por você.
Mas como diria minha mãe: "égua, cara, é doído". As lágrimas ficaram coladas nas minhas retinas. Não as deixei cair, afinal, eles não mereciam. Desci, tomei uma água, dei uma "andada" e retornei, prometendo pra mim mesma que acabaria meu trabalho naquele dia, afinal, eu estava sendo cobrada, e muito, por algo que não dependia de mim pra ficar pronto. Mas eu olhei bem fundo nos olhos do chefe e disse: "eu vou terminar isso hoje!" 
As costam doíam, os olhos ardiam (vocês sabem o que é guardar choro), a garganta entalava, o sangue fervia quando, passados alguns minutos das nove da noite concluí minha tarefa. VITÓRIA! Eu me veria livre da hostilidade do chefe. Eu me veria livre das cobranças. Eu me veria livre de uma tarefa enfadonha. Eu me veria livre da presença do puxa saco!
Fui pra casa pensativa, chateada, absurdamente cansada e decidida a passar três meses vivendo de brisa até que as coisas voltem pro seu lugar. Tudo isso porque eu não aceito o que ouvi, eu não aceito o que senti, eu não aceito ser subestimada por algo que sempre fiz com excelêcia (tem quem reconheça isso). E penso, será que fazem de propósito?? É uma espécie de teste do tipo, vou sugar todas as tuas forças só pra ver se consegues chegar no teu limite? Só pra ver se realmente és capaz, se suportas uma tarde inteira de encheção de saco e disco furado na mesma faixa que diz: "bora, termina isso". "Siiim!!! Isso não acaba nunca?!!! "Não quero mais te ver por aqui amanhã!!!!" Essa doeu, e como doeu. Você incomodar porque tá trabalhando...
Bom, alguém vai perder nessa história e...lamentavelmente, sabemos que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
Não esqueçamos que somos feitos de corpo, alma e coração. E que mesmo aquele ser que parece um brutamontes tem sentimentos. Nossas palavras mal ditas (ou malditas mesmo) causam feridas que demoram um tempo a mais pra sarar.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aniversariar...

Hoje ao acordar a primeira coisa eu fiz foi agradecer a Deus, e como sempre faço o primeiro agradecimento foi pelo dom da vida. Mas os principais agradecimentos foram: a família e os amigos. A primeira por ser meu porto seguro e os segundos por manterem o que vive em mim. Coisas como alegria, leveza, dureza e delicadeza.
É importante e precioso entender como esses dois grupos são o que verdadeiramente te fazem manter de pé. Você não seria quem você é se não tivesse qualquer uma dessas referêcias. São eles que permitem a você conhecer os mais variados tipos de sentimentos, os que moldam o seu caráter e aqueles que você não quer guardar dntro de sí.
São eles que estarão a seu lado na alegria e na doença, na saúde e na tristeza, amando-lhe e respeitando-lhe todos os dias de sua vida.
Só entenda uma coisa: é DEUS quem permite tudo isso. Sem Ele você simplesmente não é nada (que me perdoem os céticos). Sem Ele eu simplesmente não sei o que fazer. A Ele todo o agradecimento por mais um ano de vida em prol do Seu amor e Suas bênçãos.
Para completar meu dia, hoje tem Direção Espirutual. programa que eu espero estar livre para assistir, já que Pe. Fábio tem sempre algo bom pra me dizer.
Que meu dia seja abençoado, éo que desejo, o mais é pura gratidão, eu sou muito feliz! Graças a Deus!

O QUE É SUCESSO?

Aos 02 anos sucesso é: conseguir andar.

Aos 04 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças.

Aos 12 anos . sucesso é: ter amigos.

Aos 18 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.

Aos 20 anos . sucesso é: fazer sexo.

Aos 35 anos . sucesso é: dinheiro.

Aos 50 anos . sucesso é: dinheiro.

Aos 60 anos . sucesso é: fazer sexo.

Aos 70 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.

Aos 75 anos . sucesso é: ter amigos.
Aos 80 anos .. sucesso é: não fazer xixi nas calças.

Aos 90 anos . sucesso é: conseguir andar.

ASSIM É A VIDA....





"...NÃO LEVAMOS NADA DESSA VIDA, PARA QUE PERDER TEMPO COM MALDADE, COM FALSIDADE, COM FALTA DE AMOR...



TODOS TEREMOS O MESMO DESTINO, INDEPENDENTEMENTE DA CONDIÇÃO FINANCEIRA, DA CLASSE SOCIAL; PORTANTO ... AME MUITO, VÁ ATRÁS DO SEU GRANDE AMOR ... BRINQUE , PERDOE E APROVEITE A VIDA.... ENFIM ...

SEJA FELIZ"

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O jogo da regra

Olá, como vai?
-Tudo bem. E com você?
- Bem também., graças a Deus.
Que dizer, na verdade me aconteceram algumas coisas essas semana...
(Ai, não! Lá vem despejar aquele monte de desgraças, não perde a mania!)
- O que houve?
(Puta merda, não era pra eu ter falado isso! Será que eu conto?)
- Meu marido me traiu.
(Bem feito, corna! quem mandou vacilar?! Mas adoro uma fofoca)
- Menina, me conta como foi isso...
(Ai, não! nada haver contar minhas intimidades. Ainda vai me chamar de corna um dia...)
- Bom, já tinha um tempo que andava desconfiando, sabe. Ele vinha com aquele velho papo de reuiões pós expediente; o telefone ficava longe de mim como uma peste bubônica e quando tocava ele se apressava em atender. Ficava meio de lado e sempre falava em alto e bom tom nomes masculinos: "Fala Marcelo", "O que é que tu mandas Beto?", "E aí Fernando?"...
(Ahã? Marcela, Roberta e Fernanda. Fácil de deduzir).
- Pois é, aquilo foi me irritando e daí passou a ser uma questão de honra descobri a verdade. Eu não dormiria tranquila até que descobrisse.
-Ahã
(Até parece que agora que descobriu que é corna, dorme)
- Passei então a aparecer no meio da manhã no trabalho dele pra convidá-lo pra um café. Quando estava usando o computador eu me colocava sobre seus ombros numa tentativa desenfreada de descobrir a senha do seu email, mas foi em vão. Nunca havia percebido antes o quanto ele era ágil no teclado pra digitar uma senha tão complicada e loga que mais parecia o Salmo 91 em latim, em sentido invertido, extraído de uma Bília Romana.
(Nossa, como é hiperbólica!).
- Caramba!
- Mas eu não desisti.
(Merda, vai me atrazar toda a vida! Bastava dizer que era corna e que, aos 40, havia sido trocada por 2 de 20. Agoram, não, quer me contar toda a sua odisseia nos mínimos detalhes. Tenho mais o que fazer, ela que resolva seu chifre)
- Um belo dia...
(Porra, descobriu a galhada e ainda diz que o dia era belo)
...Ele ligou pra avisar de mais uma "reunião" e então eu resolvi pegar meu carro, estacionar próximo a empresa e escondida entre outros carros aguradei o desgraçado sair. Juro, tava disposta a colocar tudo em pratos limpos.
- E ele não desconfiou de nada?
(Que merda de pergunta. Mas meu silêncio já estava durando tempo demais, ela poderia desconfiar que aquela conversa já tinha dado, afinal, é minha amiga).
- Claro que não! Como ele iria desconfiar?! Tá doida?
(Filha-da-puta, ainda me xinga!)
- Tens razão.
- Pois é, como eu ia dizendo, fiquei lá plantada feito uma batata roxa
(E gorda!)
esperando ele sair. Depois de meia hora me sai o desgraçado todo sorridente com o banco do carona ocupado por um belo par de coxas: a estagiária.
(Óóó, descobriu a pólvora)
- Que miserável, amiga!
- Peguei meu carro e fui atrás.
(Ô cacete! Ainda foi atrás, vai gostar de sofrer assim no inferno!)
- A-mi-ga, meu mundo caiu quando os vi entrando no motel onde ele costumava me levar.
(É sempre assim, os homens não têm muita criatividade na hora da traição. É tão óbvio que a gente não se dá o trabalho de imaginar).
- Mas que grande cafajeste!
- Não contei conversa, cheguei em casa, arrumei as tralhas dele numa mala velha e fiquei aguardando ele chegar. Ele me devia uma satisafação.
(Ele já tinha dado quando disse que tava numa reunião, ou a senhora acha que ele iria ligar pra dizer: "oi amor, jante sozinha, hoje eu vou chegar mais tarde porque tô fazendo sexo como nunca mais fizemos, com a minha estagiária. ah, eu vou levá-la ao nosso ex-Motel favorito. Você não se importa, né amor?").
- E aí?
(Caralho, tô mais que atrasada, mas a curiosidade voltou, tenho que saber o desfecho dessa história).
- Chegou as nove e meia, desabotoando a gravata e alegando cansaço. Sequer quis jantar. Só disse que precisava dormir.
(Claro, né minha filha, sexo animal cansa. É normal. E ele já havia jantado, e muito bem, como você mesma pôde constatar).
- E você?
- Eu quis morrer, né amiga? Isso não é coisa que se faça com a pessoa que vive ao lado dele há sete anos, que fez de tudo pra construir um casamento sólido, que já planeja filhos, que cuida dele como nenhuma outra jamais cuidaria, que segurou na sua mão quando ele precisou operar do apêndice e "dormiu" três noites naquela poltrona velha e dura do hospital, que sabe advinhar seus gostos, que separa cuidadosamente a sua roupa para o trabalho no dia seguinte, e lhe entrega um sorriso às seis horas todas as manhã, despedindo-me com um longo abraço, um beijo e pedindo pra que ele se cuide, que eu o aguardarei para o jantar, isso tudo com a boca cheia de Listerine porque ninguém merece beijar o outro com gosto de baba e... meeeeeeu Deeeeus, tô a-tra-sa-do-na!!!!!!! O carro dele quebrou e eu preciso ir buscá-lo no trabalho, ele já me ligou faz tempo!!!!!!!!! Tchau amiga, obrigada por escutar meu desafabo!
(Corna!).


By Clau Soares
P.S: qualquer semelhança com fatos, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera coincidência.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Capítulo 16

"Depois de cerca de dez dias na Itália, a Depressão e a Solidão acabam me encontrando. Estou passeando pela Villa Borghese certa tarde, depois de um agradável dia de aula, e o sol está se pondo em toons de dourado acima da Basílica de São Pedro. Sinto-me contente neste cenário romântico, mesmo estando completamente sozinha, enquanto todas as outras pessoas no parque estão acariciando um amante ou brincando com uma criança risonha. Mas quando paro e me apóio em uma balaustrada para admirar o pôr-do-sol, acabo pensando um pouco demais, e meus pensamentos se tornaram sombrios, é então que as duas me encontram.
Aproximam-se de mim, silenciosas e ameaçadoras como detetives particulares, e me cercam - a Depressão pela esquerda, a Solidão pela direita. Sequer precisam me mostrar seus distintivos. Eu as conheço muito bem. Há anos que temos brincado de gato e rato. Embora eu reconheça que estou surpresa por encontrá-las neste elegante jardim italiano ao entradecer. Elas não combinam com este lugar.
Pergunto a elas:
'Como vocês me encontraram aqui? Quem disse a vocês que eu tinha vindo para Roma?'
A Depressão, sempre bancando a esperta, diz:
'Como assim, você não está feliz em nos ver?'
'Vá embora', digo a ela.
A Solidão, a mais sensível das duas, diz:
'Desculpe, mas eu talvez precise seguir a senhora durante toda a sua viagem. É a minha missão.'
'Eu preferiria que você não fizesse isso', digo-lhe, e ela dá de ombros, quase pedindo desculpas, mas se aproximando ainda mais.
Então elas me revistam. Esvaziam meus bolsos de qualquer alegria que eu estivesse carregando aqui. A Depressão chega a confiscar minha identidade; mas ela sempre faz isso. Então a Solidão começa a me interrogar, coisa que detesto, porque sempre dura horas. Ela é educada, mas implacável, e sempre acaba me encurralando. Pergunta se eu acho que tenho algum motivo para estar feliz. Pergunta por que estou sozinha esta noite, outra vez. Pergunta (embora já tenhamos passado por essemesmo interrogatório vezes sem conta) por que não consigo manter um relacionamento, por que arruinei meu casamento, por que estraguei tudo com o David, por que estraguei tudo com todos os homens coom quem já estive. Pergunta-me onde eu estava na noite em que completei 30 anos, e por que as coisas azedaram tanto desde então. Pergunta por que não consigo me recuperar, e por que não estou nos Estados Unidos, morando em uma bela casa e criando belos filhos, como qualque rmulher respeitável da minha idade deveria fazer. Pergunta por que, exatamente, eu acho que mereço umas férias em Roma, quando transformei minha vida em um tamanho caos. Pergunta por que acho que fugir para a Itália como uma estudante universitária vai me fazer feliz. Pergunta onde acho que vou estar quando ficar velha, se continuar vivendo assim.
Volto a pé para casa, esperando conseguir me livrar delas, mas elas continuam a me seguir, essas duas capangas. A Depressão me segura firme pelo ombro e a Solidão me bombardeia com seu interrogatório. Sequer tenho forças para jantar; não quero que elas fiquem me espionando. Também não quero que subam as escadas até mue apartamento, mas conheço a Depressão, e sei que ela carrega um cassetete, então não há como impedi-la de entrar, se ela decidir que quer fazer isso.
'Não é justo vocês virem aqui', digo à Depressão. 'Já paguei vocês. Já cumpri minha pena lá em Nova York.'
Mas ela simplesmente me dá aquele sorriso sombrio, acomoda-se em minha cadeira preferida e acende um charuto, enchendo o aposento com sua fumaça desagradável. A Solidão olha aquela cena e dá um suspiro, em seguida deita-se na minha cama e se cobre com as cobertas, inteiramente vestida, de sapato e tudo. Etou sentindo que vaime obrigar a dormir com ela de novo esta noite."




*Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

On the road, in the clouds

Ouça um conselho que lhe dou de graça: Viaje!
Ainda que essa viagem não seja planejada, vale a pena cada centavo gasto e cada dívida que sobra para os próximos meses no teu cartão de crédito.
Viaje!
O prazer de conhecer novos lugares, novas culturas, novos olhares, sotaques, paisagens modificadas na janela quando acordas é único e vale pra uma vida toda. Fica guardado no teu coração e nas tuas retinas. Sem contar que o bacana mesmo é poder contar pros amigos, por exemplo, que assistiu Tropa de Elite 2 na na cidade onde o filme foi rodado: Rio de Janeiro. Soberbas à parte é uma sa-tis-fa-ção e um incentivo pra que façam o mesmo.
Viaje!
Você vai passar por situações inusitadas, como por exemplo, fazer sinal pro ônibus em São Paulo sem necessidade, já que você está numa estação, porque na sua cidade é necessário, mas na deles, não!
Chega lá e é obrigado a adiantar o seu relógio em uma hora por conta do horário de verão. Daí você liga pra sua família as 7h30 da manhã e acorda todo mundo.
Viaje!
É um colírio para os olhos ver o mar de um azul incrível, único. Pereceber a arquitetura dos predios mais antigos e a dos modernos. Apreciar montanhas, morros, vales. Sentir o frio (do corpo e da espinha), o calor (do corpo e do povo). Fazer paralelos ufânísticos e se orgulhar porque na tua terra o açaí é "de verdade" e lamentar por não ter o privilégio de ter um circuito cultural tão diversificado.
Viaje!
Mas não viaje só, em boa companhia é muito melhor. A dois, a três, a quatro, a tantos quantos forem legais, parceiros, companheiros de uma aventura que te deixa extasiado, querendo acordar cedo e dormir muito tarde pra não perder nem um pouco do que o lugar oferece. Recarregue a bateria da máquina quantas vezes forem necessárias. Recarregue a sua energia, o seu humor, o seu espírito, o seu conhecimento.
Viaje!
De olhos e coração bem abertos, pra enxergar que há muito mais do que podes ver, perceber, sentir. Pra não morrer sem ter estado em outros estados. Pra conferir o inusitado e se encantar com outras paisagens. Pra respirar novos ares, fugir da rotina, comer em outra cantina.
Viaje!
Claro, aproveite a vida! Claro, ela é curta! Claro, ela urge! Claro, você se sentirá melhor, como eu me sinto agora. Mas não esqueçam o imprescindível: Deus na bagagem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Saudade, parte 5.239

Hoje eu lembrei dos teus olhinhos miúdos e teu sorriso metalizado.
Deu saudade, como de vez em quando dá. E como já disse uma vez é sempre bom sentir. Não me faz mal.
Não me cabe a pretensão de tê-lo de volta. Entendo o limite das coisas e o encerramento dos cilcos.
Acho que o bom da saudade reside na consciência de saber que mesmo que a gente não possa mais vivenciar algo a gente também não lamenta.
Eu não lamento. Foi lindo. Foi vivificante.
Fizeste parte do meu mundo no momento certo, e neste momento eu pude ser muito feliz.
É isso, tu me trouxeste a felicidade dos poetas que em pouco tempo foi infinita.
Seja feliz, meu amor. Eu sou.
Por tê-lo em minha vida e por poder sentir tua falta.

Clau

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

São Jorge - O santo guerreiro (dia 23/04)

História
Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Lendas: um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.


Datas Marcantes No século XII, a arte, literatura e religiosa popular representam São Jorge, como soldado das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, nobre um cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Desde o século VI, havia peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e reconstruído várias vezes durante a história.

Santo Estevão, rei da Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.

A devoção a São Jorge chegou à Sicília na Itália no século VI. No séc. VII o siciliano Papa Leão II construiu em Roma uma igreja para S. Sebastião e S. Jorge. No séc. VIII, o Papa Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de S. Jorge.

A devoção a São Jorge chegou a Inglaterra no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tornou-se o país que mais se distinguiu no culto ao mártir São Jorge...

Em 1340, o rei inglês Eduardo III instituiu a Ordem dos cavaleiros de São Jorge.

Foi o Papa Bento XIV (1740-1758) que fez São Jorge, padroeiro da Inglaterra até hoje.

Em 1420, o rei húngaro, Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos.

As Cruzadas Medievais tornaram popular no ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo país dominado e para converter o povo no cristianismo.

Seu dia foi colocado no Calendário particular da Igreja, isto é, celebrados nos lugares de sua devoção.

O Sr. Cardeal D. Eugenio Sales, assim se pronunciou: "A devoção de São Jorge nos deve levar a Jesus Cristo". Pela palavra do Cardeal Sales sentimos a autenticidade do Culto a São Jorge.


A quem ajuda: é a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade.
Oração a São Jorge


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.
Oração a São Jorge II


São Jorge,cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos superiores, colegas, e subordinados; que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no meu serviço; meus inimigos terão os olhos e não me verão, terão boca e não me falarão, terão pés e não me alcançarão, terão mãos e não e não me ofenderão.

São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.

O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.

Amém.

Oração a São Jorge III


Ó Deus onipotente,
Que nos protegeis
Pelos méritos e as bênçãos
De São Jorge.
Fazei que este grande mártir,
Com sua couraça,
Sua espada,
E seu escudo,
Que representam a fé,
A esperança,
E a inteligência,
Ilumine os nossos caminhos...
Fortaleça o nosso ânimo...
Nas lutas da vida.
Dê firmeza
À nossa vontade,
Contra as tramas do maligno,
Para que,
Vencendo na terra,
Como São Jorge venceu,
Possamos triunfar no céu
Convosco,
E participar
Das eternas alegrias.
Amém!


Medalha de São Jorge

Moacyr Luz e Aldir Blanc

Fica ao meu lado, São Jorge Guerreiro Com tuas armas, teu perfil obstinado
Me guarda em ti, meu Santo Padroeiro
Me leva ao céu em tua montaria
Numa visita a lua cheia
Que é a medalha da Virgem Maria
Do outro lado, São Jorge Guerreiro
Põe tuas armas na medalha enluarada
Te guardo em mim, meu Santo Padroeiro
A quem recorro em horas de agonia
Tenho a medalha da lua cheia
Você casado com a Virgem Maria
O mar e a noite lembram a Bahia
Orgulho e força, marcas do meu guia
Conto contigo contra os perigos
Contra o quebrando de uma paixão
Deus me perdoe essa intimidade:
Jorge me guarde no coração
Que a malvadeza desse mundo é grande em extensão
E muita vez tem ar de anjo
E garras de dragão

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Para o rapaz das mãos frias...quem eu sou:

Sou aquela a quem viste dançar, rir, gargalhar de saia estampada em épocas de folguedo, de ensaios onde minha mão encontrava a tua e dizias: "nossa! Como é quente!"
Mas sou mais, muito mais do que seus olhos podem ver e suas mãos podem sentir.
Sou um bicho, graças a Deus, esquisito, arredio, objetivo, pragmático, escorpião. Que pondera e age duas vezes antes de pensar e, sempre fala o que a cabeça pensar.
Que lê poesias mas é apaixonada por crônica. Que ama as letras e odeia as contas, principalmente as que chegam envelopadas em final de mês.
Que detesta hipocrisia (se é que tem alguém que goste?), café sem leite, gente mesquinha, mentiras e minha memória fraca.
Que não aprendeu a perdoar, mas se esforça, porque muitas veze é necessário voltar atrás, mas não consigo!
Sou alegre, divertida, pessoa de dentro pra fora, mas que não funciona perto de gente que não tolera.
Detesto meias verdades, metades. Não consigo ser meia irmã, meia amiga, quase amor. Sou intensa.
Ignoro a inveja, amo boas companhias pra um chop de fim de tarde assistindo ao sol se por, ou pra um dedo de prosa e troca de experiências.
Ouço música incansávelmente, na mesma proporção em que leio e escrevo.
Tenho preguiça, um monte, principalmente as segundas-feiras e vésperas de feriado. Torço pra que a sexta chegue e junto com ela o telefone tocando sem parar.
Amo minha liberdade, minha paz, pela qual pago qualquer preço!
Quando canso do meu mundo fujo pro meu segundo lar: Icoaraci, pra casa de minha irmãzoca Gigi di Poli que amo infinitamente.
Sou ranzinza, deixo que amigos entrem na minha vida e com as mesma velocidade não me importo que saiam. Sempre me sobram os melhores e, se não entrar mais ninguém, os que aqui estão são mais que suficientes, mais que especiais.
Sou Cristã, católica, protegida por Nossa Senhora de Nazaré e pela Maria de Nazaré, minha mãe.
Rezo. Creio. Tenho fé.
Sou quase completa, porque me falta sempre muito pouco: as vezes basta um sorvete de castanha, uma música de Chico, que tudo fica perfeito.
Mas pra você, meu caro rapaz, sou o avesso de tudo o que leste, de tudo o que viste, de tudo o que sentes.
Eu sou o lado oposto. A parte que renunciaste.
Sou tudo o que te é proibido, o que não pode te pertencer.
Posso te deixar entrar, mas não se peca no meu infinito particular.

Clau

Closer

Quando o pragmatismo incomoda

Não dá, pra certas coisas não dá.
Mas pense bem e mesmo me desejando me veja e não apenas me olhe!
Observe-me... eu tenho manhas e manias; fogo e poesia.
Diga-me que aprecia os dias de sol com tardes de chuva e noite estrelada.
Diga-me mentiras em tons de verdade.
Quando me desejar, deseje sem pressa, sem urgência, com vagar...
Sorva-me.
Existe muito mais por trás desse pragmatismo, 
desse dedo a apontar caras e tocar bocas, 
dessa mão que insistentemente gesticula, fala, agride, recua.
E se eu te desejar não significa necessariamente te ter, possuir, proceder.
Posso me alimentar das cinzas que o fogo deixa ficar.
Do desejo que vai ficando e perfumando o ar.
Não tente me agredir com suas ofensas, meu desejo vai além da tua ira, das tuas mentiras.
Posso ficar ou simplesmente partir de um lugar em que nunca estive.
Posso ser cruel, infiel, descrente, lasciva, tosca, imprudente.
Mas não posso me enganar, torcer pra que me invadas sem brios, 
provocando arrepios e depois se vá.
Quero bem mais que beijos ardentes, abraços mais quentes, pernas pro ar.
Quero um riso medonho, olhinhos tristonhos da saudade que dá.
Quero justamente o não saber,
o não crescer pra perceber que a hora tarda 
e a noite infinda mostra um amanhecer cansado, suado, de olhos trocados quase fechados, 
quase fadados a nunca mais se olhar...

(Clau Soares )

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Com licença poética.

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que trocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfugios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e,
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Carinhos trocados

Não consigo descrever a beleza residente no carinho, esta manifestação de afeto que te deixa as vezes sem jeito, as vezes divino, as vezes humano, outras soberbo. Sim, porque dá-lo é divino e recebê-lo é de sensação singular. Eu sempre forneço, eu sempre recebo. Talvez aí resida muito da minha felicidade, demonstrada em vários momentos da minha vida.
Há poucos dias recebi uma visita ilustre, dessas que um dia deram ibope ao Faustão. A figura que sempre visita meu local de trabalho adentrou minha sala em seus passos lentos, cansados e, seu semblante sempre sorridente desta vez mostrava-se cansado. Disse:
- Doutora (imagine, eu, doutora?), queria lhe pedir um favor.
- Peça
- É que caiu um tijolo no meu pé e eu tô precisando comprar um remédio, a senhora pode me ajudar?
- Claro, mestre!
E assim o fiz. Saiu de lá agradecendo e prometendo voltar para devolver o empréstimo.

Anteontem ele voltou com um pequeno embrulho de presente nas mãos.
- Doutora, trouxe um presentinho pra senhora.
Os olhos encheram de lágrimas...
Dentro do saquinho 2 anéis e um colar de miçangas rosas que acabou virando pulseira. Objetos usados que foram cuidadosa e carinhosamente escolhidos (tenho eu certeza disso!) para, em forma de retribuição, presentear alguém que o ajudou a sarar suas feridas. Esse acontecimento me fez pensar em poesia e na importância do carinho. Mal sabe o mestre que contribuiu pra sarar as minhas feridas de alma. Eu que por vezes são tão dura e descrente da bondade dos seres humanos, eu que muitas vezes tenho dificuldade de ser mais flexivel aprendi mais uma vez o valor dos pequenos gestos, o valor de uma atitude que pra você parece pequena mas que pro outro faz uma enorme diferença.
Quantas e quantas vezes, graças a Deus, pude presenciar a manifestação de um carinho. Nossa, como nos faz bem. Recordo agora da minha pequena vidinha, Stefany, que no alto de seus 3 anos de idade por vezes me deixa sem jeito, mas ao mesmo tempo me ilumina quando me olha nos olhos e diz: "Didinha eu te amo muito" ou "Didinha, tu tá cansada? Vai muçá!". Carinho que só Deus pode explicar.
Tem minha amiga Betinha que me chama de neném. Tem meu anjo Mauro que me chama de pateta e diz que eu posso contar com ee sempre que precisar. Tem a Paulinha que com todo o seu picolézinho de chuchu me resrva um cantinho acolhedor em um dos lugares que mais amo na vida. tem a Aladir que me convidou pra ser sua dindinha de casamento. Tem a Edna, minha afilhada que quer dobrar seu apadrinhaento me convidando pra ser sua madrinha de crisma...
Mas ontem foi a minha vez. Mamãe queria porque queria tomar um caldo e quase às nove da noite eu fui pro fogão com o maior amor do mundo e fiz o que ela desejava. Acho que foi a melhor comidinha que já preparei na vida. Nada perto de todo o amor que ela me dispensa há quase 32 anos. Nada perto de tantas e tantas vezes em que foi pro fogão esquentar ou fazer algo pra mim e meus irmãos. Mas foi um dos carinhos trocados que mais me tocou. A inversão de papeis entre criatura e criador, cuidando de quem lhe cuidou. Fato que também me fez lembrar uma pregação do Pe. Fábio exatamente sobre essa troca, essa inversão. Diz o sacerdote que a beleza reside exatamente aí, quando você pode retribuir um carinho recebido, um cuidado, uma afago, um sentimento bom.
Mamãe adorou seu caldinho e eu, feliz da vida, apreciava o seu tomar.

sábado, 9 de outubro de 2010

Círio outra vez - Pe. Fábio de Melo

Quando a vida faz nascer o mês de outubro
Eu descubro uma graça bem maior
Que me faz voltar no tempo e ser menino
E ao som do sino ver a vida amanhecer

Ver o povo em procissão tomando as ruas
Anunciando que é Círio outra vez
Que a Rainha da Amazônia vem chegando
Vem navegando pelas ruas de Bélem

Corda que avança o corpo cansa
Só pra alma descansar
É o meu olhar chorando ao ver o teu olhar em mim
Tão pequenina na Berlinda segues a recolher
Flores e amores que o teu povo quer te dar

Ó Virgem Santa, teu povo canta
Senhora de Nazaré!
Tu és Rainha e tens no manto as cores do açaí

Soberana e tão humana tão mulher
Tão mãe de Deus
Nossa raça, nosso sangue
Descendência que acolheu
O mistério encarnado continuas revelando
E por isso hoje é Círio outra vez.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Carta Testemunho/Agradecimento

"...Amigo de tantos caminhos de tantas jornadas...me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro. Você muitas vezes provou que é um grande guerreiro..."

Há onze anos e alguns meses, aparecia naquele pequeno gabinete uma "cabôca" assustada, inexperiente e mentirosa. Entrevistada, floriu-se de qualidades que não possuía. O curso de letras ainda distante já lhe dava sinais da escolha. O poder da palavra lhe garantiu a vaga.
- Comece amanhã.
Desde então, seguiu-se um processo de aprendizado. Armário abaixo!
Sentada ao chão, ela lia e relia processos, livros, estatutos, ofícios, memorandos. Era um mundo de coisas novas pra quem estava acostumada a ensacar pães, rechear pizzas, atender em um balcão, passar troco etc.
O computador era um bicho de tantas cabeças que não ousava crer que um dia teria controle sobre ele. Mas insistiu por muito tempo até que conseguiu segurar na mão da máquina e tornar-se amiga daquela novidade. A leitura ajudou muito, mas mais que a leitura a vivência diária com alguém que sabe como ninguém lhe entregar a vara de pesca, nunca o peixe. 
- Pesque você! Vire-se! Eu quero soluções e não problemas.
- Sim, senhor.
Aprenderam juntos a trocar valores como respeito e confiança. A adolescente era sedenta por conhecimento ainda que acabrunhada, receosa, mas livre de milindres. Sempre disponível, não havia trabalho que tivesse como resposta o "não".
Enquanto isso, com bastante vagar, o tempo foi passando e com ele a experência aos poucos se mostrando, junto com uma admiração muito forte, junto com um carinho parental.
O trabalho que desenvolveu meu amigo durante 22 anos foi alvo de admiração e motivo de espelho para outros que seguiram a mesma carreira que ele. Graças a Deus ela pôde acompanhar isso tudo de perto.
Em 22 anos foram muitas ações que modificaram a vida de muita gente, assim como na metade deste tempo também modificou a minha.
Eu era uma menina, uma cabôca que se transformou em uma profissional. Pois com essa oportunidade de trabalho pude estudar e construir um edifício sólido de conhecimento que ninguém vai tirar de mim. Ele me pertence graças a oportunidade que um dia me foi dada. Graças a esse ser humano que confiou e acreditou que nesta cabôca havia algum potencial.
E digo de todo o meu coração que foi uma honra ter crescido segurada pelas suas mãos de Joaquim Passarinho. E essa honra me deixa na obrigação de agradecer, do fundo do meu coração, por ter colocado tijolo nessa construção que formou um desenho lógico.
Este ano, ainda que com a confiança de 30.195 pessoas meu amigo não pôde manter sua vaga no poder legislativo. Uma pena! 2.000 pessoas, sabe-se lá por qual motivo, decidou que o ele não deveria continuar um trabalho bonito e sólido, que em 22 anos contribuiu para melhorar a vida de muitos cidadãos paraenses.
Eles perderam, não o senhor. O Senhor é um vitorioso de fé inabalável.
Lamentavelmente, temos o desprazer de presenciarmos neste país mesquinho palhaços assumindo cargos públicos (sem contar os que já existem). Heróis de uma gente sem educação, sustentada por bolsas-miséria, que se acomodam e não têm força de vontade pra dar um passo adiante. O que me leva a descrer definitivamente na ascenção desse país cheio de gente que se vende, que se troca, que não age de outra forma.
É necessário entender que os maus só governam o país porque permitimos ou nos omitimos. Mas essa é uma discussão infelizmente longa e desgastada, que não ressoa em quem deve, que não chega aos ouvidos e coração daqueles que deveriam e mereciam entender. E também não era a intenção deste texto.
A intenção, como o título descreveu é dar testemunho de alguém que cresceu e aparceu e hoje agradece a quem muito lhe ajudou.
JOAQUIM, MUITO OBRIGADA, MEU AMIGO!!!!!!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BRASIL. AME-O OU DEIXE-O!

Vejam alguns ilustres candidatos às eleições deste ano:

No Esporte:
Acelino Popó Freitas (PRB-BA)- O boxeador concorre a deputado estadual
Maguila (PTN-SP)- Ex-boxeador,quer ser deputado federal (Grau de instrução: Lê e escreve)
Marcelinho Carioca (PSB-SP)- Ex-jogador, concorre a deputado federal
Romário (PSB-RJ)- Ex-jogador, busca uma vaga na Câmara Federal
Vampeta (PTB-SP) - Ex-jogador, concorre a deputado federal
Fabiano (PMDB-RS) - Ex-atacante do Inter, é candidato a deputado estadual
Danrlei (PTB-RS) - Ex-goleiro do Grêmio, concorre a deputado federal

Na Música:Gaúcho da Fronteira (PTB-RS) - Músico concorre a deputado estadual
Kiko (DEM-SP) - Membro do grupo KLB, concorre a deputado federal
Leandro (DEM-SP) - Integrante do KLB, concorre a deputado estadual
Faltou o Bruno... aí poderiam até lançar um novo partido chamado KLB.

O que mais tem nesse país é gente safada e partido político!!!
Netinho (PCdoB-SP) - Cantor do grupo Negritude, concorre a senador 
(Aquele que bateu na mulher, lembram?)
Reginaldo Rossi (PDT-PE) - Cantor, concorre a deputado estadual
Renner (PP-GO) - Integrante da dupla Rick&Renner, concorre ao Senado
Sérgio Reis (PR-MG) - Cantor e ator, concorre a deputado federal
Tati Quebra-Barraco (PTC-RJ) - Funkeira, concorre a deputada federal
Músicas: Instinto animal, Me chama de cachorra, Atoladinha, e outras pérolas!
(Olha o partido: Trabalhista Cristão! - Que contrasenso...)
Na Televisão:
Ronaldo Esper (PTC-SP) - O estilista quer ser deputado federal
Pedro Manso (PRB-RJ) - Humorista, disputa na vaga na Assembleia Legislativa
Dedé Santana (PSC-PR) - Humorista, quer ser deputado estadual
Tiririca (PR-SP) - Humorista, disputa uma vaga na Câmara Federal
Batoré (PP-SP) - Humorista, quer uma vaga na Câmara Federal

No Pomar:
Mulher Melão (PHS-RJ) - Cristina Célia Antunes Batista concorre a deputada federal
Mulher Pera (PTN-SP) - Suellen Aline Mendes Silva quer ser deputada federal (Grau de instrução: Lê e escreve)

*E eu, burra que sou, escolhi estudar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Apaixonada.

Assistia  a uma entrevista dele no programa "De Frente com Gabi" e me apaixonei. Este é o cara que toda mulher procura. Ai ai. S2

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Apenas mais uma de amor, na voz do Pe. Fábio de Melo

Como sempre, entremeando as canções, Pe. Fábio aproveita para nos brindar com suas pregações. Neste vídeo ele trata do amor, da necessidade de amor e das emoções provocadas por este sentimento divino. Nele também sugere que ofereçamos este vídeo a quem amamos, então, vai especialmente aos que amo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Espera

Todo dia, durante a infância, proximo de uma uma pré-adolescência, ela acordava bem cedo para esperar o pai. Ele vinha de sua casa, que ficava na mesma rua em que a menina, a mãe e os dois irmãos moravam. Eram tempos difíceis, proporcionados pelo trabalho autônomo do pai e os serviços domésticos da mãe.
Ela sentava em uma calçada em declive do vizinho alimentando seus sonhos. As vezes, os olhos de menina lhe pesavam de sono, mas ela não tinha o direito de acordar mais tarde, afinal, essa espera rendia a ela e aos seus cossanguineos o pão do café matinal e, quando não falhava, a carne para o almoço, comprada no açougue. Os demais acompanhamentos, quando não se devia o senhor da taberna, era fiado para se pagar no fim da semana.
Se ela acordava mais tarde, ele gritva no portão.
Se ela não escutasse, ele ia embora.
Quando acordava, apressava-se em catar algumas moedas para ir atras do prejuízo e, chegando lá, ouvia constrangimentos e uma tradicional frase: "quem dorme muito, pouco vive". Depois disso, recebia o que era devido e voltava, ou ouvia outra: "não tenho mais, se pintar serviço mais tarde eu levo"
Ela voltava de mãos vazias.
Era um galpão abandonado, repleto de mangueiras que alimentavam os esperançosos por uma limpeza ou por uma vida que não lhes exigisse tanto, que não lhes causasse tanto penar.
Houve um dia especificamente que a espera foi em vão, e com o adiantar das horas foram percebendo, angustiados e famintos, que não haveria uma solução. A matriarca, com olhos marejados, catou na geladeira um pequeno pote de margarina onde havia uma sobra de, mais ou menos uma colher de sopa, de camarão, que foi jogado a 1/2 kg de arroz cozido e posteiormente repartido em quatro. Silentes, havia nos olhos a conformidade e no coração muitas indagações, menos em um, que chorava ao ver seus rebentos ainda famintos e tão conformados com aquela situação.
Este foi o fato de infância que mais marcou a vida da menina.
Não houve desespero, houve luta, mesmo que a espera tenha sido longa e a situação por anos corriqueira.
Eles venceram, afinal, a menina acreditou que os sonhos tardam mas não envelhecem.
O galpão abandonado cedeu lugar a um edifício que se olha pra cima e fica tonto.
Ele mudou de endereço e mais uma vez de mulher, virou evangélico e não repete mais o seu chavão, apenas os versículos bíblicos.
A mãe teve as bênçãos de Deus derramadas e pode abrir a geladeira sem mais lágrimas.
O filho traçou seu destino.
A filha também.
Ambos cresceram e multiplicaram.
A menina, ah a menina! Ainda espera e sonha. Não dorme tanto. Não lamenta a infância pobre. Agradece.
Aprendeu com o pai o valor da honestidade e dela faz bom uso. Entendeu o quanto valeu a pena esperar. Deus, como sempre, abençoou-a!

Evidências, na voz de Ana Carolina ("não conta pra ninguém")

Contrários (Pe. Fábio de Melo)


Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
Precisou saber recomeçar
Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota o motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer
Que o verso tem reverso
Que o direito tem avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E que o ódio é uma forma tão estranha de amar
Que o perto tem distâncias
Que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz.
Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer

Tudo Posso (Pe. Fábio de Melo e Celina Borges)



Uma linda oração cantada, e que vozeirão desses dois sres iluminados.

Humano Amor de Deus (Pe. Fábio de Melo e Adriana)



Essa música marca muito a minha vida. Um verdadeiro e fiel encontro com Deus por meio de duas feras da música católica.

Só vendo


ZUENIR VENTURA
Acostumados com o clichê preconceituoso que acredita não haver vida inteligente fora do eixo Rio-São Paulo, nos surpreendemos quando encontramos alguma atividade cultural em cidades do chamado "interior" — o "centro" somos nós, claro. Por exemplo: onde é possível reunir cerca de 650 mil pessoas, um terço dos moradores, para tratar de um assunto meio fora de moda, a leitura? Pois acabo de ver o fenômeno em Belém, na XIV Feira Pan-Amazônica do Livro, um dos três principais eventos do gênero no Brasil, este ano dedicada à África de fala portuguesa. Houve shows com Gilberto Gil, Lenine, Emílio Santiago, Luiza Possi, mas o destaque foram os R$30 milhões faturados com a venda de 500 mil volumes, superando, segundo os organizadores, a Bienal do Rio.
Há cidades brasileiras que só vendo. A capital do Pará é uma delas. Além de ser uma das mais hospitaleiras do país, gosta de seu passado e é hoje um exemplo de como revitalizá-lo. Já escrevi e repito que a intervenção que o arquiteto Paulo Chaves fez no cais da cidade, transformando armazéns e galpões na monumental Estação das Docas, é uma obra que não deve nada à que foi realizada em Barcelona ou Nova York (o prefeito Eduardo Paes devia ir lá ver). Outro genial exemplo de reaproveitamento é o centro onde se realiza a Feira, o Hangar, um gigantesco espaço que antes, como diz o nome, servia de estacionamento para aviões.
E não fica nisso. Há roteiros culturais como o do núcleo Feliz Lusitânia e seu Museu de Arte Sacra, onde se encontram uma Pietá toda em madeira, o São Sebastião de cabelos ondulados e a famosa N. S. do Leite, com o seio esquerdo à mostra dando de mamar. Sem falar nos museus do Encontro e de Gemas do Pará, e numa ida a Icoaraci para ver as cerâmicas marajoara, tapajônica e rupestre.
Para quem gosta de experiências antropológicas, recomenda-se — além dos 48 sabores regionais, a maioria, do sorvete Cairu — uma manhã no mercado Ver-o-Peso, onde me delicio nas barracas de banhos de cheiro lendo os rótulos: "Pega não me larga", "Amansa corno", "Afasta espírito", "Chora nos meus pés". Com destaque para o patchuli, que a vendedora me diz ser o odor de Belém. Mas antes deve-se passar pela área dos peixes: douradas, sardas, tucunarés, enchovas, piranhas, tará-açus. "Esse aqui é o piramutaba", vai me mostrando o nosso guia, o cronista Denis Cavalcanti; "aquele é o mapará, olha o tamanho desse filhote".
Desta vez, o ponto alto da visita foi uma respeitável velhinha fazendo o comercial do Viagra Amazônico para mim e o Luis Fernando Verissimo: "O sr. dá três sem tirar, e depois ainda toca uma punhetinha". Isso com a cara mais séria do mundo, sem qualquer malícia, como se estivesse receitando um remédio pra dor de cabeça. Só vendo.
Publicado no Globo de 08/09/2010